deixamos excerto de entrevista ao economista keith wade elucidtiva do futuro do euro edos erros cometidos...
Neste momento parece que sim. Na altura em que se criou a moeda única, muitos economistas e eu disse o mesmo, que quando olhamos para uniões monetárias, elas são bem sucedidas mas para isso é preciso que exista uma união política. Por exemplo, o Reino Unido é uma união monetária - temos a mesma moeda em Inglaterra, Escócia e País de Gales - mas existe uma união política. As pessoas do Reino Unido têm de pagar dinheiro para sustentar as pessoas da Escócia. Mas as pessoas sabem isso e é aceitável. A Europa não tem essa união política e isso é muito importante, porque a Alemanha tem dito que é preciso mais Europa, mas com isso quer dizer mais união política e a razão pela qual diz isso é porque precisa de uma união orçamental que é a única solução para a crise da zona euro. E quando a união monetária foi criada, muitos economistas disseram que se estava a colocar o carro à frente dos bois. Precisam de ter uma união política e orçamental antes de ter uma união monetária.
O euro vai sair da crise mais forte, mais fraco ou vai mesmo desaparecer?
Acho que um dos problemas é que a zona euro juntou muitos países que não estão devidamente integrados e não estão suficientemente preparados. Têm um histórico de inflação, perderam competitividade e ainda tenho dúvidas sobre a sobrevivência do euro no longo prazo, porque mesmo que sobreviva a esta crise, os problemas de competitividade ainda se mantêm. E isso significa que devemos continuar a ter um fraco crescimento económico nos países periféricos por um longo período de tempo. A ideia de um núcleo forte do euro é possivelmente o que teremos no futuro.
Então países como a Grécia devem abandonar a união monetária?
Sim, sim.
E Portugal?
Acho que Portugal tem um longo caminho a percorrer devido ao problema do crescimento económico. Há um risco de, e estou a falar num período de 10 anos, Portugal poder também sair da zona euro. Possivelmente também a Itália. Então ficamos apenas com a Alemanha, os países do Benelux, Áustria e possivelmente a França. É o que vai restar
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