quinta-feira, 30 de julho de 2015

"Agora Portugal pode mais", um programa eleitoral para um Portugal que pode menos...

PSD/CDS Apresentou o seu Programa e auto congratula-se com os resultados obtidos. Estão felizes de facto e acham mesmo que conseguiram grandes resultados. Não falam dos 485 mil pessoas que saíram em 4 anos do país ( têm um programa de estágios para voltarem 40 pessoas, sim 40 não é gralha).
Mesmo as promessas pequenas  do PSD/CDS não são para cumprir, e o trabalhadores continuarão a pagar impostos à bruta. O desemprego real é bem maior que os 13 por cento, pois os estagiários e CEIS contam para efeitos de não estarem desempregados. Os portugueses continuarão a fugir. O PSD/CDS quer uma "saúde competitiva" ( neste programa)  termo ridículo de menino da JSD que escreveu neste Programa... e quer dar liberdade de "escolha" entre a saúde publica e privada, entre escola publica e privada, ou seja financiar privados com dinheiro publico. Sobre a Segurança Social sabemos o que querem: entregar milhões à gestão das seguradoras e bancos, é clarinho como água! Um caminho de pobreza e loucura que nos propõem...

Ir de bicicleta , ter estacionamento garantido e ainda poder trabalhar depois dos 70 anos: Não há gente com mais privilégios...

Resultado de imagem para parques gratuitos funcionário publicos bicicletaDe facto depois de terem tido o direito de poderem trabalhar mais uma hora por dia, de terem levado com prazer de vários cortes salariais, de serem chamados de madraços, chupistas, malandros, agora continuam a sua saga de privilégios loucos: Vão poder ter parques gratuitos se forem de bicicleta! Mais uma vez privilegiados. O povo ( ou parte dele) anti função p´´ublica já saliva de inveja e diz: porquê só eles, os beneficiados da função Pública? Isto já é uma decisão maravilhosa deste Governo, mas vem mais uma promessa: se o PSD/CDS forem governos os FPs podem trabalhar para além dos 70 anos se quiserem... Esta é mais uma medida de rejuvenescimento da Função Pública....E não é que o PSD/CDS pode mesmo ganhar? basta ir de  bicicleta...

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Portugal: o país do inevitável...

Imaginem senhores que vos diziam num país virtual: meus amigos só há duas soluções, ou votam no no BE ou votam no PCP rumo ao país socialista sonhado, bla, bla ,os trabalhadores e o povo em primeiro lugar, bla, bla... O que diriam muitos de nós? Que vos estavam a fazer engolir um programa ideológico, que havia outros caminhos , mais liberais, etc...
Ora eu digo o mesmo de tanta conversa de inevitabilidade entre voto PS ou PSD/CDS: estou cansado de me fazerem engolir a tanga da União europeia boazinha, do euro bomzinho , dos países que querem ajudar ( a entrerrar, digo) a Grecia e os países que ousem não seguir o mesmo caminho desastroso.
De facto é triste esta teoria das inevitabilidades, essencialmente porque agora é feita de medo: Ui olha o papão, ai de vocês que não aceitem ser pobres, vejam a Grecia, ficaram piores, se não querem ser pobres então vão ficar miseráveis.
Esta é a mensagem do PSD/CDS desejoso de mais quatro anos para poder destruir mais um pouco a fraca democracia que temos. E o PS vai por um caminho semelhante, feliz com a derrota do Governo grego e sua capitulação diz  o mesmo: cumprir o Tratado de forma "inteligente" ( o que será isto de forma inteligente?), não sair do formato UE para não levarmos com castigo tipo Grecia. É isto que condena o país o faz sangrar em 100 mil pessoas todos os anos a terem de optar por sair, e alguns têm emprego, mas fartaram-se contar os tostões. Aqui como nos países periféricos já todos perceberam o plano: colocar os países pequenos ao serviço dos grandes, Por isso a Alemanha vem buscar médicos à saída da nossa universidade , por isso fazem disto a sua colónia balnear. Nada tenho contra a Alemanha exepto contra a sua vontade de domínio que já por duas vezes desembocou em tragédia. Resta saber onde irá desembocar agora? Por isso tenham paciencia para a campanha eleitoral que aí vem e vá lá sejam poupados....

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Um calçado sino/português? ( empresas portuguesas exportam 18 milhões de calçado chinês)



 
 
É fácil , barato e não precisa de mão de obra portuguesa porque foram feitos na China. Assim se explica mais um sucesso das exportações portuguesas ( pelo menos destas). Somos espertos ou não?

Blue light, David Gilmour


Aprender com a derrota da Gecia , Jorge Bateira ( in blog Ladrões de bicicletas)


O governo grego afinal ajoelhou, melhor, rastejou e engoliu tudo o que se propunha eliminar quando foi eleito. Não mudou a UE, como prometeu. Não acabou com a austeridade e as privatizações, como prometeu. Não se libertou das equipas técnicas da troika dentro dos ministérios, como prometeu. E ainda não sabe o que pode obter quanto a um “alívio” da dívida pública. Em tempos manifestei o meu receio de que o Syriza não estivesse à altura do desafio que lançou à UE (“Germanização ou soberania?”). Infelizmente, os meus maiores receios confirmaram-se.

Confrontado com o Diktat do Eurogrupo, Alexis Tsipras e a maioria do seu governo alimentaram a ilusão de um possível “acordo honesto e vantajoso para as duas partes” e não se prepararam, nem prepararam o povo grego, para a ruptura no melhor momento. Quando convocou o referendo, Tsipras tinha a obrigação de aceitar o repto da direita e dizer ao povo grego que a experiência de longos meses de negociações falhadas o obrigava a concluir que um “não” implicava a provável expulsão de facto do euro através do BCE. O que se seguiu foi penoso e humilhante. Uma pesada derrota para a esquerda que ainda acreditava na mudança da UE por dentro, uma derrota que terá repercussões negativas nos resultados eleitorais do Podemos em Espanha.

Repare-se que Tsipras e Varoufakis sempre disseram que não punham em causa a participação da Grécia na zona euro. Rapidamente os seus interlocutores perceberam que tinham pela frente um adversário frágil (as divisões internas eram do domínio público), sem qualquer trunfo negocial. Como é possível que a direcção do Syriza tenha sido tão incapaz neste confronto vital? A explicação que encontro para este suicídio político remete para o enorme poder das ideias, em particular das ideologias. De facto, durante o processo negocial, Tsipras e a maioria do governo grego mantiveram intacto o seu europeísmo de esquerda. Esta ideologia tem raízes na cultura política do eurocomunismo, também dominante no que resta do Partido Comunista Francês e na esquerda europeia que ainda sonha com uma globalização progressista. Para estes sectores da esquerda, o fim do euro é “um retrocesso civilizacional”. Assim, a derrota do governo grego foi causada, em última instância, por uma cegueira ideológica que o impediu de perceber o significado do impasse em que caiu e de, a partir daí, mobilizar o povo grego para a aceitação das implicações últimas da recusa da austeridade.

Após a derrota, Tsipras e Tsakalotos já disseram que não havia alternativa à capitulação por falta de condições financeiras. Apesar das viagens a Moscovo, Putin terá falhado com o apoio financeiro de que os gregos precisariam para poderem bater com a porta. Também o apoio da China não se terá concretizado, pelo que, sem reservas em dólares, seria uma catástrofe sair do euro. De facto, quando permanecer no euro é uma preferência ideológica, tudo se converte em obstáculos intransponíveis para justificar uma inércia de meses e a evidente desorientação nos últimos dias. Em boa verdade, as contas externas gregas têm estado perto do equilíbrio, pelo que apenas seria necessária uma reserva de segurança para evitar problemas imprevistos no abastecimento de bens essenciais importados.

Jacques Sapir até deu algumas pistas para a constituição imediata dessa reserva (“Les conditions d’un "Grexit""), incluindo o adiantamento de 5 mil milhões pelo gasoduto russo em território grego, mas, como é evidente, o que mais escasseava no núcleo duro do governo era a vontade política de estar à altura do entusiasmo das classes mais desfavorecidas, que votaram “não”. Em vez de as convocar para irem juntos na recusa da austeridade até às últimas consequências, Tsipras converteu o grito soberano do “não” num humilhante “sim” a mais austeridade. Entretanto, alguma esquerda portuguesa já começou a explicar porque devemos continuar a apoiar Tsipras e o seu governo. Fica-lhe bem, mas infelizmente isso pode querer dizer que nada aprenderam com esta pesada derrota.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

os que aplaudem a pauperização do povo Grego ( do blog Prestes a Ressurgir)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Os que aplaudem a pauperização do Povo Grego

O papel canalha da Confederação Europeia de Sindicatos

por PAME [Frente Militantes de Todos os Trabalhadores]


No seu comunicado de imprensa sobre o Acordo-Novo Memorando na Grécia, a Confederação Europeia de Sindicatos (CES) expressa o seu alívio!   "A UE evitou a catástrofe de uma saída da Grécia do euro (Grexit)" afirma a CES enquanto perora sobre a sua compreensão da vitimização – mais uma – do Povo Grego!

Esta posição da CES é uma provocação contra os trabalhadores da Grécia e da Europa. A CES mostra, mais uma vez, o seu papel de defensora, a todo o custo, da Comissão Europeia, da UE e dos interesses das multinacionais e do Capital.


Quando as forças da Federação Sindical Mundial (FSM) na Grécia, a PAME, estão na vanguarda da organização da luta contra o novo memorando anti-operário, as forças do Capital no movimento sindical, a CES, celebram o Acordo que exige o sangue dos trabalhadores de modo a salvar os Grupos Económicos.

Já sangramos que chegue! Já pagamos que chegue!

A CES tem de ser condenada por todo sindicato honesto e militante. Apoiar a CES significa apoiar o memorando, apoiar o esquartejar dos direitos dos trabalhadores e submissão dos trabalhadores à União Europeia imperialista.

A PAME apela a uma reposta massiva e militante ao Novo Memorando do governo SYRIZA. A PAME apela à luta sem tréguas contra os empregadores, contra os lay offs, contra os cortes de salários, contra os lock outs, em cada local de trabalho, em cada indústria e em cada bairro.

Fortalecer a Solidariedade!   Medidas imediatas para a protecção dos desempregados!

Abaixo o vergonhoso e brutal Novo Acordo!

Abaixo os que apoiam a pauperização do Povo Grego!

Condenemos o papel canalha da Confederação Europeia de Sindicatos! 

terça-feira, 21 de julho de 2015

Prudência...diz Passos: prudência e caldos de galinha não fizeram mal a ninguém....

Passos pede prudência e de facto é melhor tê-la para:
- Não votar em quem nos corta em salários e pensões
- não votar em quem tem ódio à função pública e a quer dinamitar e aos seus serviços
- Não votar em que tem ódio à Constituição da Republica e a quer substituir por um Livro de Receitas ( amargas)
- Não votar em quem faz negociatas privadas ...e tudo privatiza
- Não votar em quem diz uma coisa hoje e outra amanhã...
- Não votar em quem mente todos os dias...

domingo, 19 de julho de 2015

É verdade, Terrakota


O Syriza já está destruido, podemos agora salvar a Grécia? ( Pedro santos Guerreiro, in Expresso)

O Syriza já está destruído, podemos agora salvar a Grécia?
A violência regressou a Atenas
Milos Bicanski / Getty Images

O programa de austeridade foi aprovado na Grécia por um parlamento em frangalhos com cocktails molotov a voar à porta. Pedro Santos Guerreiro analisa as possibilidades de sucesso da Grécia

Chegará o momento em que tiraremos as mãos das carteiras e as poremos na consciência. Chegará o momento em que já não veremos os ricos que roubaram mas os pobres que ficaram. Em que não quereremos ressarcimento mas reparação. Em que perceberemos que não se pede sequer solidariedade, mas piedade. Em que nem os sádicos se divertirão com o espetáculo degradante dos políticos gregos. A União Europeia foi longe de mais na violência estéril e vingativa. Para destruir o Syriza está a ceifar-se um povo. Já não é indignação, é súplica: SOS Grécia. E se tudo o resto falhar, apele-se à inteligência, que não é de esquerda nem de direita, pois é preciso mudar aquele plano que, além de horrível, é burro, é mau, é pior para todos.
Nos palácios de Bruxelas, nos sofás de Berlim ou mesmo nos bancos de jardim de Lisboa permanece apetecível distribuir culpas e medir ideologicamente o debate. Mas nas ruas de Atenas já passámos essa fase. Sobra o desespero de saber que nada vai valer a pena porque pagar ou não pagar parece indiferente, o tudo ou nada resultará sempre no pouco, no de menos, no insuficiente, porque o plano não funciona. Repito: a Grécia vai ter uma recessão pior do que a que os Estados Unidos viveram na Grande Depressão de 1929. Repito: o plano económico vai falhar porque foi concebido para falhar. Repito: desistimos dos gregos e resistimos a ver o desastre encomendado.
“Amo-te, Grécia”, explica esta bandeira colocada quarta-feira diante do Parlamento grego
“Amo-te, Grécia”, explica esta bandeira colocada quarta-feira diante do Parlamento grego
YIANNIS KOURTOGLOU / Reuters
O bloco liderado pela Alemanha ficou tão furioso com o desplante do senhor Alexis Tsipras na marcação do referendo que quis devolver-lhe em dobro a lição de superioridade. Até se percebe a fúria, que segundo os relatos da reunião de domingo do Eurogrupo fez com que o senhor Wolfgang Schäuble berrasse. Alexis Tsipras foi arrogante, marcou um referendo pérfido e achou-se nimbado de invencibilidade com os resultados, como se fosse dar uma tareia moral aos demais Estados-membros. Mas a Alemanha quis tanto destruir o Syriza, por vingança e por dissuasão a que outros países elejam partidos radicais, que perdeu a noção da força. Mais um pacote recessivo vai destruir mais economia e mais emprego numa economia já exangue.
A vitória sobre Tsipras foi retumbante. Até o perdão da dívida, que o Syriza sempre reivindicou, é agora formalmente admitido pelo FMI, mas de forma a culpar o partido, que não mais tem nada para mostrar. É ridículo ouvir Alexis Tsipras dizer que assinou um acordo em que descrê. É degradante vê-lo tripudiar o próprio Syriza e ancorar-se nos deputados dos partidos que detesta e que o detestam a ele. É assustador ouvir a presidente do Parlamento (que pertence ao Syriza e se junta aos 40 deputados que se afastaram de Tsipras) falar em genocídio social. Mas a humilhação suprema talvez seja ver Tsipras dizer que não há alternativa. Tsipras, o temível mastim indomável, está amestrado como um caniche. Dá dó. A direita europeia rejubila. Também dá dó. Porque ninguém para, escuta e olha para perceber na loucura que estamos a patrocinar.

ALKIS KONSTANTINIDIS / Reuters
A loucura de ver um povo desesperado que, depois de cinco anos de austeridade duríssima, tem prometida nova dose de austeridade duríssima. A loucura de tornar o pagamento da dívida mais insustentável do que nunca, pela destruição económica provocada – se a Grécia sai do euro, os credores podem esquecer, vão receber raspas. A loucura de segregar dentro da União Europeia, cavando um fosso que nos vai apartar sabe-se lá até que lonjuras.
A Grécia só se livra desta sarna se, além do perdão de dívida que de qualquer forma terá, tiver um programa de estímulo económico. O mundo, aliás, só recuperou da Grande Depressão dessa maneira. Percebe-se a pulsão de obrigar o país a adotar as reformas estruturais nunca adotadas, incluindo a de ter um Estado que funcione e que cobre impostos. Mas não é destruindo o espaço político e aniquilando a economia que tal vai ser conseguido. A violência na Praça Syntagma é desenrolada por grupos anarcas ruidosos mas pouco representativos. A miséria que se alastra, não: é de todos.
Um pensionista bate à porta de uma das dependências do Banco da Grécia - levantamentos estão limitados a €120
Um pensionista bate à porta de uma das dependências do Banco da Grécia - levantamentos estão limitados a €120
YANNIS BEHRAKIS / Reuters
É preciso mudar o plano. Somar à austeridade um programa de investimento que estimule a economia e que apoie casos sociais de pobreza. Isso é ser inteligente, até porque é a única forma de tentar recuperar parte da dívida. Talvez a linha dura dos alemães queira apenas humilhar o Syriza e tenha feito um plano para que, depois da capitulação de Tsipras, mude o plano para melhor. Até seria bom que isso fosse verdade. Seria maquiavélico mas, ao menos, saberíamos que a loucura iria mudar. E que, portanto, a Grécia haveria de ter uma saída da crise em vez de uma saída do euro. Para já, o que vemos é o que temos, um país inteiro a afundar-se na desgraça.
Os gregos estão desesperados porque a situação é desesperante. Coloquemo-nos no lugar deles por um minuto: um governo de extrema-esquerda ajoelhado depois de cinco anos de tareia, de desemprego e de austeridade, depois de décadas de corrupção e roubo institucionalizado com os governos de centro. E o que lhes dizem que se segue? Pobreza. Talvez a esta hora também estivéssemos na rua.

Praia de D.Ana: era bonita, não era?



Era muito, mas a estupidez humana tornou-a igual a muitas outras. Crime foi cometido , sem castigo como sempre!

sábado, 11 de julho de 2015

O novo caminho para a servidão, Jorge Bateira

O novo caminho para a servidão

Ao contrário do discurso dominante nos media, o caminho da Grécia para a insolvência começou com o resgate dos bancos alemães e franceses que lhe foi imposto em 2010.

Ao contrário do que os media dão a entender, o futuro da zona euro e da UE não se decide neste fim-de-semana. Já foi decidido no passado dia 5 de Julho quando, após uma intimidação sem precedentes conduzida ao mais alto nível pela UE, apoiada pelas televisões privadas, o povo grego respondeu com um rotundo “não” a mais austeridade.
Qualquer que seja o resultado das negociações, a visão dos cidadãos sobre a natureza da UE mudou substancialmente nos últimos dias. Quem, honestamente, ainda tinha ilusões quanto a uma mudança progressista da UE, perdeu-as. Revelou-se o que as expressões “economia social de mercado” e “Europa social” ocultavam. Caiu a máscara e ficou à vista uma UE totalitária, uma tirania. É isso mesmo, porque se trata de uma organização política supranacional que não acomoda a diversidade das escolhas democráticas dos Estados-membros. Confirmou-se que o ordoliberalismo da UE é irreformável e não admite dissidentes. E todos sabemos como terminou a URSS.
O que se decide neste fim-de-semana é se o governo grego ajoelha e contradiz o mandato que recebeu ou, intensificando o conflito, emite um meio de pagamento paralelo que lhe permita reabrir os bancos e evitar o colapso da sua economia. No primeiro caso, as causas profundas da crise não serão resolvidas, bem pelo contrário. O regresso da recessão, provocada pela incerteza das negociações, terá como resposta um programa de cortes na despesa pública ainda mais agressivos. Qualquer renegociação da dívida pública que ainda possa ocorrer não terá efeitos no curto prazo. Portanto, o desastre grego vai piorar, correndo-se o risco de a implosão do sistema político-partidário conduzir ao fim da democracia na Grécia.
No segundo caso, contra a vontade da maioria da direcção do Syriza, a saída de facto da Grécia da zona euro, com o litígio que tal implica, vai acelerar a sua desagregação.  O princípio da irreversibilidade da adesão à moeda única será quebrado e a confiança dos mercados na estabilidade do euro, já não sendo muita, fica definitivamente posta em causa. Num artigo publicado no início da crise, Dani Rodrik lembrava que, em caso de confronto entre uma sociedade e um sistema monetário, os especuladores mais inteligentes apostam na sociedade.
Ou seja, os movimentos de capitais antecipam a vitória da sociedade (espanhola, italiana, portuguesa) e, no processo de fuga ao risco, produzem o que antecipam. No caso do euro, as profecias auto-realizadoras dos mercados forçarão o BCE a uma intervenção sem precedentes para manter os juros de vários países a um nível suportável, o que agravará as desconfianças na Alemanha. No caso de a crise financeira na China se revelar incontrolável, o cenário de instabilidade agudizar-se-á. Em todo o caso, uma coisa é certa. As regras de funcionamento da UE foram determinadas pela Alemanha e não são reformáveis, pelo que o desemprego se manterá em níveis insustentáveis e levará ao poder, noutros países, partidos que defendem a saída do euro.
Ao contrário do discurso dominante nos media, o caminho da Grécia para a insolvência começou com o resgate dos bancos alemães e franceses que lhe foi imposto em 2010. No essencial, a “ajuda” da troika serviu para pagar as dívidas aos bancos estrangeiros. A Grécia tinha e tem muitos problemas estruturais por resolver, mas aquela decisão de poupar os bancos às consequências das suas políticas de crédito foi determinante. Bill Mitchell faz uma síntese do caso grego (“Greece should not accept any further austerity – full stop!”) e realça que a situação calamitosa a que se chegou decorre da imposição à Grécia de uma austeridade inimaginável. De facto, é preciso ter descaramento para se dizer que a Grécia não fez “o trabalho de casa”.
Como disse um europeísta decepcionado (Engelbert Stockhammer, “Debt, Discipline and Democracy”), “No dia 5 de Julho saberemos se, a partir de agora, o lugar da democracia é fora da União Europeia, ou se prescindimos dela em troca do euro.” Entretanto, o povo grego não parece ter sido ouvido. A UE é hoje um caminho para a servidão.

Nós somos a próxima Grecia , Nicloau Santos

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Grecia: Acordo com credores é... " Road to nowhere"...

O Acordo alcançado é uma chapada em todo o caminho feito, e é prova que o Governo grego não discutiu com o seu povo tudo inclusive a saída do euro... Este é um acordo de quem está mesmo à rasca... e aceta tudo o que levou o povo grego a dizer Não no referendo. É um fim triste e lembra me esta música...

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Passos Coelho diz ter-se sentido "à BEIRA DO ABISMO"...mas muitos do seu povo cairam nele

Passos disse hoje que esteve à beira do abismo. Foi pena não ter saltado, tadito, pois se calhar não teria feito sofrer tanta gente. Os 500 mil que emigraram, os desempregados, os que não têm rendimentos suficientes para alimentar seus filhos e a si mesmo, esses caíram no abismo, e vá lá saber como aterraram...Tanto cinismo e pena de si próprio nunca se viu num líder nojento como este!

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Quiseram dizer não mesmo que fiquem sem comer ( postado do Blog Entre as Brumas da Memória)

Quiseram dizer «Não», mesmo que fiquem sem comer


«“As pessoas quiseram dizer 'não', mesmo que fiquem sem comer”. Stavros Stellas tem 60 anos e anda de lágrimas nos olhos na Praça Sintagma com a bandeira de Portugal quando a jornalista Joana Pereira Bastos o topa. Porquê a bandeira? Porque estamos a passar pelo mesmo, diz. Mas não da mesma maneira: “O governo português vai ter de explicar ao seu povo porque não lutou pelos direitos das pessoas, como lutou o nosso aqui na Grécia. Vai ter de explicar porque disse que sim a tudo, porque nunca fez frente à UE.” Ouve-se isto e engole-se em seco. (...)

É exactamente por causa desta tibieza política e pela opção pela dissimulação consentida em Portugal que se olha para o povo grego e se admira a coragem, mesmo que ela abra portas para salas tenebrosas onde não há uma só luz que alumie o futuro. Ajuda? Os gregos não precisam de esmola, precisam de um plano que funcione). O que é indisputável é o contrário, os gregos querem ajuda. Não estão a virar as costas à Europa, estão a abrir o peito da sua dignidade e a mostrar com as suas próprias cicatrizes – desemprego, recessão, pobreza, cortes de salários, de pensões e noção esclarecida de que vai ser assim durante décadas – que a austeridade levou de mais e trouxe de menos. Não é só ser doloroso, é ser estúpido insistir num modelo que, trazendo austeridade, não traga mais que austeridade. (...)

É também por isso que as reportagens da noite de domingo estão cheias de emoção, daqueles que falam e também de muitos que lêem. Festeja-se uma espécie de liberdade que não vem da vitória em si mas da dignidade de quem, mesmo sabendo que vai passar fome, não aceita mais planos de austeridade inférteis. Stavros Stellas é só mais um e nós devíamos perceber que aquela bandeira portuguesa que ele leva nos braços não é a representação de um credor mas de um povo. Afinal, é isso que eles são, o povo grego. Afinal, é isso que nós nunca seremos, o povo da Europa. E se desistimos deles, desistimos de parte de nós. É que o “não” ganhou. E cinco anos de austeridade depois, os gregos não estão a querer tirar, estão a querer dar. Para que o sacrifício valha a pena. O deles. E o nosso.»

Mentira, Manu Chao


OXI, disseram os Gregos!

"Não" venceu em todas as regiões

Grecia, Refrendo: Um povo que não se rende e diz Não...


Se calhar habituado á lógica tuga pensava que o SIM ia ganhar, mas um povo saturado e com pouco a perder bateu o pé e disse NÃO com um vigor de mais de 60 por cento dos votantes... é obra. A  democracia nas deu na Grecia e agora reinventa-se. O senhor Presidente do eurogrupo de nome impronunciável está pior que um urso enraivecido bem como todos os tecnocratas europeus...

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Miguel relvas is back, agora em livro...aquele sorriso desavergonhado já fazia falta, para o PSD perder eleições

Agora voltou em livro, com companhia de Durão Barroso e toda uma cambada de bajuladores . aquele sorrisinho sacana já faltava para não nos esquecermos de não eleger este senhor novamente para nada!

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Grecia: Eurocratas esperam que o desespero do povo faça votar SIM

Resultado de imagem para grecia desespero aposentados

A democracia tem mesmo de ser livre, isto parece uma charada mas não caros tripalianos. Os gregos vão votar no domingo e estão condicionados e muito pela decisão de estrafegamento económico. e portanto o Não não me parece fácil de ganhar pois o desespero vai fazer votar SIM.... Por isso Eurogrupo assiste sentado, Schauble ( o masoquista alemão) diz ter pena do povo grego... grande cínico, mas eles sabem deliciados que cada dia de desespero vai fazer mais gregos votar SIM....