Portugal tinha no primeiro trimestre deste ano cerca de 521 mil pessoas sem emprego que não estavam contabilizadas como desempregados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), contabiliza o economista Eugénio, Rosa, do centro de estudos da CGTP, num documento enviado hoje aos jornalistas sobre a situação dos trabalhadores após o memorando de entendimento.
O INE considera que desempregado é alguém que não tem emprego e que fez esforços para conseguir um posto de trabalho (responde a anúncios, por exemplo). Mas o investigador somou a população no subemprego - pessoas apenas com ‘biscates’ que não conseguem emprego a tempo inteiro – e os inactivos que já não procuram emprego e chegou à conclusão que houve uma subida das pessoas desempregadas fora dos registos oficiais, nos últimos anos. No início de 2007, antes da crise, havia 135 mil pessoas nestas condições, face às 521 mil actuais.
No campo laboral, o economista alerta ainda que o desemprego só não cresceu mais em Portugal porque a população activa diminuiu. E mostra-se pouco optimista quanto a uma recuperação. “Para que a taxa de desemprego diminua de uma forma sustentada em Portugal é necessário que o PIB cresça, pelo menos, 2,7% por ano”, sustenta o investigador, baseado na chamada Lei Okun, que relaciona o desempenho da economia com a do desemprego. Tendo por base este princípio, o desemprego elevado continuará por mais anos, já que as próprias previsões do Governo indicam que no período 2014-2018 crescimento anual máximo será de 1,8%
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