Hoje à noite haverá uma reunião ao mais alto nível da UE com o Primeiro-Ministro grego. Há minutos, ouvi declarações de Angela Merkel que desvalorizam esta reunião. Não é este o enquadramento institucional para que se tomem decisões, disse. Manifestamente, a estratégia de confronto desenhada pelo Syriza não deu os resultados pretendidos.
Sobre a presente situação, o economista Costas Lapavitsas, deputado do Syriza, deu uma entrevista muito esclarecedora. Traduzo este pequeno excerto:
"Penso que a liderança do partido sabe que tem pela frente uma escolha difícil: mantemos-nos fiéis ao programa que apresentámos ao povo grego? Ou submetemos-nos ao que as instituições, o Grupo de Bruxelas, a troika ou o que lhe queiram chamar, nos querem obrigar a fazer? Estas duas coisas são incompatíveis.
Então não há um caminho intermédio?
Não há um caminho intermédio. A Zona Euro não o permite. Pergunta-me se penso que a liderança foi surpreendida? Sim, suspeito que foram em alguma medida. Porque a minha leitura da situação é a de que a liderança acreditava realmente que se poderia mudar os alinhamentos políticos, podia-se mudar a aritmética eleitoral e, nessa base, mudar a Europa, mudar as políticas europeias.
Então o que deverá fazer o governo grego, na sua opinião?
A Grécia precisa de ponderar o verdadeiro caminho alternativo, deixar esta união monetária falhada.
Claramente, é o único caminho que estava disponível desde o início - basicamente, a saída. Se vamos aplicar este programa, como o Syriza proclamou, e que não é radical - o programa do Syriza é apenas keynesianismo moderado -, precisamos de pensar seriamente sobre como vamos sair da Zona Euro."
Como já tinha afirmado, camarada...! Deixemos o euro e todas as ideias dos partidos de esquerda começam a fazer sentido... Até lá... Nada feito. Razão tem o PCP em querer trazer esta discussão para o debate político.
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