sábado, 14 de setembro de 2013

Luta nas cadeias de fast food nos EUA (in Avante, 5/9/2013)

Luta nas cadeias de fast food nos EUA
Greve histórica
Considerado o maior protesto de sempre no sector, a paralisação dos trabalhadores norte-americanos de grandes cadeias de fast food evidenciou a sobre-exploração a que estão sujeitos.

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Foram milhares os que, na quinta-feira, 29, «pararam de virar hambúrgueres ou de fritar batatas para se juntarem numa luta a exigir o pagamento de 15 dólares à hora (11,3 euros) – o dobro do que a maioria ganha – e o direito a formar um sindicato sem retaliações por parte das entidades patronais», informou a Lusa, que adianta que o protesto, considerado já o maior de sempre no sector nos EUA, ocorreu em cerca de 60 cidades em todo o país e num milhar de restaurantes.
«Eles fazem milhões que saem do nosso esforço. Têm condições para nos pagar melhor», afirmou, citada pela agência de notícias nacional, Shaniqua Davis, trabalhadora do McDonald's, durante uma manifestação frente a um dos restaurantes da multinacional em Nova Iorque.
Jovem de 20 anos com um filho pequeno para criar e uma remuneração/hora de 7,25 dólares (5,47 euros), Davis sublinha igualmente que «mal consigo comprar comida e, se não fossem os vales de compras e alguma ajuda que vou tendo, estaria a dormir na rua».
Mas as reivindicações dos trabalhadores de grandes cadeias de fast food como Burger King, Wendy’s, Taco Bell, Pizza Hut, Kendall Fells ou KFC, não se resumem a aumentos salariais. Em causa está, ainda, a precariedade laboral (a maioria dos cerca de 13 milhões de empregados trabalha a tempo-parcial), a ausência de direitos ao nível da previdência e saúde, ou a repressão anti-sindical.
Isso mesmo sublinhou Tyeisha Batts, 27 anos, empregada do Burger King, que explicou à AFP que «se trabalhamos 30 horas por semana, têm de nos assegurar seguro de saúde», e que o salário que lhe pagam não lhe permite sair da miséria.
O mesmo é sublinhado pelo Sindicato dos Serviços que apoiou a greve e representa quase dois milhões de trabalhadores, de acordo com a Associated Press. «Mesmo considerando um salário médio (9,08 dólares por hora), os que têm a sorte de trabalhar 40 horas permanecem abaixo do limiar da pobreza», notou uma dirigente do SEIU.
Reuters e Europa Press, por seu lado, garantiram que para os trabalhadores a greve teve também como objectivo central a possibilidade de «formar organizações representativas e negociar com o patronato (...) sem enfrentar represálias».
 
in Avante 5/9/2013

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