“Tudo isto revolta e vou até às últimas consequências, até porque a minha mãe tinha hepatite C por causa de cirurgias e transfusões que fez no Serviço Nacional de Saúde. Não teve culpa nenhuma e só não falei do caso antes porque, infelizmente, achava que tínhamos mais tempo, pois apesar de ela todas as semanas tirar litros de líquido da barriga havia pessoas mais velhas que sobreviveram mais tempo. Agora que sirva para ajudar outros”, afirma David Gomes,
O filho de Maria garante que a necessidade do medicamento foi tema debatido durante as consultas da mãe, mas o desejado tratamento foi sempre pouco mais que uma miragem.
Ao Público, o conselho de administração do Egas Moniz refere, por escrito, que a doente era seguida há quase uma década anos no Serviço de Gastrenterologia, mas que a doente, desde 2008, foi recusando tratamentos convencionais para a hepatite C.
Estes, segundo as fontes hospitalares teriam “resultados muito favoráveis para o genótipo que a doente apresentava, terapêutica esta que a doente sempre recusou, tendo a doença evoluído, sem tratamento específico, durante cerca de seis anos”. David Gomes lembra, todavia, que a mãe tentou a terapêutica, mas foi forçada a abandoná-la por considerar que tinha “muitos efeitos secundários”.
Ainda assim, o hospital assegurou que o primeiro pedido para o medicamento foi recebido pela Comissão de Farmácia e Terapêutica do centro hospitalar em julho de 2014.
O pedido foi aceite em janeiro, mas nessa altura a paciente já estava “internada em situação extremamente crítica, e por acentuada deterioração do seu estado clínico, com necessidade de cuidados intensivos do foro gastrenterológico”, pelo que foi transferida para Santa Maria, “onde existe a única unidade de cuidados intensivos deste tipo no país”.
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