Há quem julgue que nos venceu
só porque estamos para aqui famintos e nus,
de novo sem terra nem céu
a apanhar do chão,
às escondidas do luar,
os frutos proibidos
Mas não.
Temos ainda uma arma de luz
para lutar:
SONHAMOS
... enquanto os outros, os traidores,
sem lutas nem cicatrizes
entregam a terra ao rasto do gamos
e douram os olhos dos velhos senhores
com voos de perdizes...
Sim, sonhamos.
E o sonho quem o derrota?
mesmo quando vamos
perdidos na rota
de um barco sem remos
na tempestade de um vulcão
Sim, camaradas, sonhamos.
SONHEMOS!
José Gomes Ferreira (1900/1985)
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