O ministério da Saúde avisou ontem a administrração da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) que tinha de fechar as portas e que a maternidade principal de Lisboa passa a ser no Hospital Francisco Xavier, acabou de dizer no Parlamento o líder do Bloco de Esquerda.
Francisco Louçã considerou a medida um "golpe nas costas do Serviço Nacional de Súde", que "diz tudo sobre o que o Governo está a fazer ao país".
O presidente da administração da MAC em exercício, Jorge Branco, considera que esta unidade de saúde "não tem uma alternativa válida" e, por isso, não deve encerrar.
"Não há qualquer previsão de fecho a curto prazo", disse Jorge Branco, confrontado com as notícias de que a tutela terá intenção de fechar brevemente a MAC. O fecho da maternidade "seria um prejuízo muito grande", disse.
Entretanto, em declarações à agência Lusa, o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) disse que o encerramento da MAC é "apenas um cenário" e que, a concretizar-se, irá acontecer "com todo o cuidado e atenção".
Luís Cunha Ribeiro confirmou que ontem ocorreu uma reunião entre a ARS e dirigentes da maternidade, a qual serviu para "pedir ajuda aos diretores" para em conjunto se definir a melhor solução para a MAC.
Esta reunião, adiantou por sua vez Jorge Branco, terá servido para dizer aos profissionais que, caso estejam interessados, poderão "apoiar o corpo clínico" do Hospital São Francisco Xavier.
Ao Expresso, o presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos (OM), Silva Carvalho, admitiu que "estava previsto o fecho da MAC e a transferência para o Hospital São Francisco, contudo acrescenta que "também se fala num esvaziamento de parte das equipas para o Hospital Dona Estefânia".
Silva Carvalho salienta que são cenários e que, neste momento, a OM só tem um receio: "O eventual desmembramento das equipas traz-nos alguma preocupação".
Por outro lado, sem adiantar pormenores, o presidente da ARSLVT Cunha Ribeiro, limitou-se a dizer que o futuro da MAC passa "pela reorganização das equipas e dos centros de excelência" desta maternidade.
O presidente da ARSLVT escusou-se a revelar se a MAC vai mudar de instalações e qual o destino dos seus profissionais.
Em Outubro de 2011, o Paulo Macedo garantia não existir ainda uma decisão sobre o eventual fecho da maternidade. O ministro fazia depender essa decisão da análise prévia de estudos técnicos.
Em cima da mesa estava o fecho imediato ou faseado, sendo um dos argumentos para o encerramento da maternidade a abertura do Hospital de Loures.
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