A informação está inserida numa mensagem de correio eletrónico, que terá sido enviado por representantes da troika aos ministérios gregos das Finanças e do Trabalho, e que foi divulgado esta segunda-feira pelo diário económico «Imerisia».
A autenticidade do e-mail e do seu conteúdo foi confirmada à agência noticiosa Efe por uma fonte do ministério das Finanças, que não revelou mais detalhes.
Entre as propostas mais polémicas incluiu-se o aumento da semana laboral para seis dias e a redução para 11 horas do descanso mínimo entre turnos de trabalho, para além da eliminação das restrições às trocas dos turnos da manhã e de tarde, de acordo com as necessidades do empregador, precisa o diário «Imerisia».
A troika de credores internacionais exige ainda a redução para metade da indemnização por despedimento e do prazo de que dispõe o empresário para notificar a rescisão do contrato.
Pretende ainda que seja diminuída a contribuição das empresas para o Fundo de Segurança Social, apesar da crescente diminuição das receitas do Estado neste setor.
«Não são propostas novas, a troika leva sempre algum tempo a formulá-las. Mas de momento são apenas propostas, não significa que sejam aceites pelo Governo grego», disse à Efe uma fonte ministerial.
A taxa de desemprego na Grécia situou-se em maio nos 23,1% (54,9% entre os menores de 25 anos) e o poder de compra dos trabalhadores recuou para o nível registado há três décadas, de acordo com os estudos dos sindicatos.
Em declarações à agência noticiosa AP, Savvas Rombolis, responsável da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE, que abrange o setor privado), admitiu que o desemprego no país atingirá 29% em 2013 caso o Governo aplique as novas medidas de austeridade exigidas pela troika e que implicam novos cortes avaliados em 11,5 mil milhões de euros em 2012-1013.
«A economia grega continua a decair. Em 2012, esperamos uma queda de sete por cento no PIB. Isso vai originar uma taxa de desemprego de 24 por cento, 1,2 milhões de pessoas».
Os inspetores dos credores internacionais encontram-se em Atenas desde a semana passada, e na sexta-feira são separados os chefes da missão para negociar com o executivo de coligação de Antonis Samaras o novo plano de cortes orçamentais.
A aprovação das novas medidas, que estão a ser discutidas pelo Governo, é considerada decisiva para a concessão de uma nova fatia de 31 mil milhões de euros, provenientes do segundo memorando de entendimento negociado com Atenas em fevereiro passado.
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