O hospital La Mancha-Centro de Alcázar de San Juan, na Cidade Real, tornou-se de um dia para o outro um dos hospitais mais conhecidos em Espanha, depois de ter tomado uma decisão que está a ser muito contestada.
Esta semana, vários doentes que recorrem à terapia respiratória domiciliária, isto é, têm oxigénio em casa para terem ajuda para respirar, receberam uma carta do hospital a anunciar que a empresa privada que faz a distribuição do oxigénio, a Linde, iria retirar o dispositivo em questão num prazo de 15 dias.
Na carta, divulgada pelo site "El Plural", é referido que as horas de uso do dispostivo por parte dos doentes "são inferiores a 3 horas por dia, o que é ineficaz para o tratamento prescrito", pelo que o dispositivo será retirado.
"Estão a tirar-lhes o ar que respiram"
A medida foi muito contestada pela comunidade local e pelo PSOE, o partido socialista espanhol, cuja deputada Rosa Melchor disse que "os doentes só vivem porque têm oxigénio em casa", citada pela Europa Press.
"Através de uma carta são notificados que as máquinas serão retiradas porque, de acordo com uma empresa privada, o seu uso é inferior ao da prescrição médica, ainda que os pacientes já nos tenham dito que isto é bem assim", explicou. "Estão a tirar-lhes o ar que respiram", acrescentou.
"Ninguém que precise deste tratamento vai ficar sem ele"
Por outro lado, o diretor do hospital, Juan Sanchéz, deputado do PP e presidente da Comissão de Saúde no parlamento regional, responde que o PSOE só está a criar "alarme social" e justifica a decisão.
"Ninguém que precise deste tratamento vai ficar sem ele", garantiu Sanchéz, citado pela Europa Press, e explicando que, para ser efetiva, a terapêutica em questão precisa de ser administrada entre 17 a 18 horas por dia.
"Cada tratamento é revisto por um pneumologista e o que se vai fazer é ter uma utilização mais racional porque temos um número limitado de equipamentos", acrescentou. "São necessárias muitas horas para que o tratamento funcione e estamos a enviar cartas aos pacientes para dizer-lhes que o façam bem ou então vão ao hospital rever o seu caso".
O episódio surge depois de uma outra medida polémica do hospital em questão, no verão do ano passado, quando houve um corte na água disponibilizada aos doentes por a mesma não estar prescrita na "dieta" alimentar, de acordo com o "El Plural".
Também no verão, devido à contenção de custos do centro hospitalar., o ar condicionado terá sido desligado, levando a um avolumar de queixas dos pacientes, segundo o mesmo jornal.
O Expresso contatou a direção do hospital, mas ninguém se mostrou disponível para prestar declarações.
Nota de tripalio: a barbárie ao virar da esquina, por cá António Barreto e Ferreira Leite já fenderam que hemodialise acima dos 70 anos só quem tivesse dinheiro. Cheira a nazismo...
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