O Governo deve reduzir os impostos já este ano, defende o economista João Ferreira do Amaral, em entrevista à Renascença.
Apologista da saída de Portugal do euro, considera que o buraco orçamental, provocado pelo chumbo do Tribunal Constitucional, poderia ser facilmente preenchido se a economia voltasse a crescer e, para isso, é preciso diminuir a carga fiscal.
“Eu acho que o erro é todo de concepção destes programas e aí culpo inteiramente a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional”, afirma.
João Ferreira do Amaral, membro do Conselho Económico e Social (CES), afasta novos cortes nas pensões ou aumentos nas propinas e taxas moderadoras.
O economista admite ainda que “o Governo está fragilizado” e avisa que assim não vai conseguir avançar com as medidas que propõe de novos cortes no Estado social.
Considera que não resta outra saída ao Executivo senão pedir mais tempo à “troika” e, depois de estabilizada a situação na zona euro, Portugal deverá sair da moeda única.
João Ferreira do Amaral, autor do livro “Porque devemos sair do euro”, que vai ser apresentado esta terça-feira, garante ainda que Portugal nunca vai recuperar enquanto estiver no euro.
O economista acredita que o divórcio do país com a moeda única é o caminho a seguir e explica como evitar que as famílias saiam prejudicadas com a inevitável subida dos juros.
“Numa situação de saída da moeda única, o Estado substituía-se às famílias na parte do acréscimo de endividamento que resultasse da desvalorização da moeda. As famílias não seriam prejudicadas com a saída de Portugal do euro. Uma vez que saindo da moeda única já tem emissão monetária própria, o Estado financiar-se-ia através de emissão monetária junto do Banco de Portugal”, argumenta João Ferreira do Amaral.
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