terça-feira, 5 de junho de 2012

António Borges, os saláios, e os crimes sem castigo ( postado do Aventar)

António Borges, os salários, e os crimes sem castigo

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“Diminuir salários não é uma política, é uma urgência” - António Borges

“A opinião pública sente-se enganada e pressionada pela austeridade imposta, em parte, para pagar os erros da banca e ainda nenhum banqueiro pagou pelos erros. Quando ponho a questão aos banqueiros eles respondem que a imoralidade e a falta de ética não são crime. Por isso, às vezes, calcam o risco amarelo da imoralidade mas não ultrapassam a linha vermelha da legalidade. Temos de começar a pensar em julgar a imoralidade” Marc Roche, autor do livro “O Banco – Como o Goldman Sachs dirige o mundo”
António Borges decidiu seguir as pisadas de Madame Lagaffe. Ambos têm em comum o estatuto de isenção de IRS enquanto funcionários do FMI. Ambos têm responsabilidades nesta crise, uma enquanto ministra de Sarkozy, Borges enquanto homem da Goldman Sachs. Ambos ficarão impunes.
Ou talvez não. Nunca escrevam certezas sobre o vosso futuro com a mesma displicência com que falam sobre a vida dos que pagam IRS, viram os seus salários reduzidos e não têm pão para a boca dos filhos. Em determinadas situações os seres humanos são levados a actos espontâneos e irreflectidos, e tornam-se violentos. Uma dessas circunstâncias é a fome, coisa que para os filhosdaputa deste mundo é uma palavra mas para cada vez mais gente é um aperto no estômago que se mitiga com água, enquanto não a privatizarem. A fome faz milagres, António Borges; Marx deixou umas dicas sobre o assunto mas a simples lei da sobrevivência também serve. A fome faz do cobarde um herói, do amansado um rebelde, do cordeiro um bode selvagem. E os bodes selvagens quando acossados perdem o medo, marram a direito, levam tudo em frente, incluindo os Borges e as Lagardes deste mundo. Chegará a vossa vez de terem medo, muito medo, e nessa altura não haverá paraíso fiscal que vos valha. A imoralidade não se paga com os portões do céu encerrados mas muitas vezes conduz directamente ao inferno, na terra. Fujam já, ou pensem nisso

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