Reprodução na integra da noticia lida aqui, em Abril de 2011:
«O presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, afirmou ontem à noite em Braga que a sociedade civil “tem que agir” não indo “apenas” para a rua mas “assumindo responsabilidades” e que não é “destituindo governos que o país vai lá”.
Alexandre Soares dos Santos discursou perante uma plateia de associados da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEG), que se reuniu ontem num jantar debate no Bom Jesus, em Braga.
O “homem forte” do grupo que detém o Pingo Doce começou por fazer uma “análise” à situação “preocupante” de Portugal.
“O país vai mal”, afirmou e apresentou quatro motivos para a situação de Portugal: “inércia, incompetência, falta de sentido de Estado e passividade da sociedade civil”.
Para Alexandre Soares dos Santos, “a sociedade viu nascer uma crise política, social e financeira mas escondeu a cabeça na areia, como a avestruz”.
Esta “passividade” é sinal, explicou, de “que se tem vindo a perder a noção de ética e do comportamento social responsável”.
Alexandre Soares dos Santos afirmou que o “caminho” passa por “forçar quem de direito a apresentar soluções sérias” e a “valorizar e incentivar o trabalho com salários justos, privilegiando a qualidade de serviços e produtos”.
Mas, alertou o presidente da Jerónimo Martins, “é necessário ter uma visão de médio/longo prazo” e que “não é destituindo Governos sucessivamente que o país vai lá”.
O momento que Portugal atravessa, defendeu Alexandre Soares dos Santos, “é de uma gravidade extrema” e avisou que é “imperativo que se esteja preparado para fazer sacrifícios”.
No entanto, explicou, “também é tempo de exigir que os impostos cobrados sejam bem aplicados e exigir aos governos que cumpram aquilo que prometem”.
Sobre os partidos políticos, Alexandre Soares dos Santos, afirmou que estes “não representam o país” mas que a “culpa” é da sociedade civil “que não se faz ouvir”.
A crise que as empresas portuguesas atravessam, segundo o responsável da Jerónimo Martins, “resulta de uma situação de capitais próprios fracos e bastou uma quebra nas vendas para que elas quebrassem”.
Para exemplificar a “gravidade” da situação social do país, Alexandre Soares dos Santos deu como exemplo o que se passa no grupo que gere.
“No Pingo Doce um por cento dos salários dos trabalhadores estão penhorados. Isto é o reflexo de que o momento que passamos não só uma crise económica mas também social”, adiantou.
Aos empresários e gestores presentes, Alexandre Soares dos Santos deixou uma mensagem de “esperança”.
“Lembrem-se de que amanhã será sempre melhor que hoje. Não podemos é desistir, principalmente nos momentos mais difíceis”, sublinhou.»
Ou como diziam os Gato Fedorento, "eles falam, falam...".
Bastava a Soares dos Santos não andar por aí a encher a boca de "responsabilidade social" e de "ética" e de "sacrificios", e tudo estaria na paz dos deuses. Mas quem quer ir, conforme os dias, a caminho da missa, ou a caminho do banco, sujeita-se à chuva de pedras quando a bota não bate com a perdigota
"e o nosso amor por Portugal..."
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