domingo, 29 de janeiro de 2012

Sarkozy: Medidas de choque para travar a crise: cortar salários, aumentar horários, subir o IVA... onde já ouvimos esta medidas de "choque"?





.Presidente francês anunciou hoje várias medidas de ‘choque’ para travar a crise.



Em declarações emitidas, em directo, por nove cadeias de televisão, um recorde histórico, Sarkozy anunciou hoje uma série de reformas económicas drásticas para combater a crise, numa tentativa de retirar da liderança nas sondagens o maior rival nas presidenciais de 22 de Abril, o socialista François Hollande.



O Presidente francês avançou com a subida da taxa máxima do IVA para os 21,2%, enquanto que as contribuições sociais dos rendimentos do património e investimento vão aumentar ligeiramente. Mas a medida mais polémica é a reforma laboral, conseguida através de acordos de "competitividade" com cada empresa, os quais prevêem que, para evitar despedimentos, todos os trabalhadores tenham que sofrer um corte dos seus salários. Será ainda possível aos empresários aumentar a semana de trabalho para além das 35 horas, sem aumento correspondente do vencimento. O chefe de Estado revelou que o seu objectivo é "diminuir o custo do trabalho, senão a França vai esvair-se do seu ‘sangue' industrial".



Hollande classificou por seu turno as propostas de Sarkozy como sendo "um mau princípio, realizado através de maus instrumentos", não acreditando que estas tenham "efeito algum sobre o custo do trabalho".



Sarkozy sabe bem que as medidas anunciadas serão pouco populares entre os franceses, sobretudo quando está seis pontos atrás nas sondagens face a Hollande. Mas o seu partido, UMP, quis mostrar - na véspera do Conselho Europeu que vai acordar novas medidas de disciplina orçamental na União Europeia -, um Presidente "corajoso". A França tem hoje uma taxa de desemprego acima de 10% e o país perdeu, entretanto, a notação máxima de crédito AAA por parte da agência Standard & Poor's."A coragem (...) é preferir os interesses da França às sondagens. Para Sarkozy, o único meio de recuperar e vencer as eleições é fazer as coisas pesadas", disse o líder da UMP, Jean-François Copé.



Para ajudar a criar esta imagem, o chefe de Estado vai mesmo avançar com uma taxa de 0,1% sobre as transacções financeiras no país, um imposto popular que deverá permitir a arrecadação de mil milhões de euros por ano.



Sarkozy anunciou ainda um aumento das sanções contra os patrões que não cumpram com os limites mínimos de estágios nas suas empresas, bem como medidas destinadas a fazer descer os preços das casas e das rendas. Uma ala do seu partido não se mostra, no entanto, convencida do possível sucesso desta estratégia. "Isto é um suicídio político", lamentou à imprensa o deputado da UMP, Lionnel Luca.





Nota de tripalio: o pacote de choque é igual em todo olado, o objectivo o mesmo, destruir os direitos na Europa...



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