´Há uma minoria que luta e contraria, mas há uma grande maioria que espera, por nada, uma grande maioria uma espécie de movimento dos resignados- por contra ponto com os Indignados- e que podia ser identificada por esta foto. Não lutam por nada, não querem saber, estão vencidos e desmoralizados. No fundo apenas estão à espera de levar mais pancada. Muitos julgam que isto vai melhorar e acreditam na treta do Passos Coelho, e estão embececidos com a teoria da culpa de Sócrates. Sócrates tem culpas mas:
- Porque não é negociado os cortes nas PPPs
_ porque é que a EDP continua a ser subsidiada pelo Estado?
- Poprque é que o BPN vai receber mais mil milhões de euros e mais que hão de vir??
- and so on
Porque o PSD e CDS optaram pela politica de castigar uma classe social, os remediados e pobres, e dar dinheiro aos grupos financeiros. è só por isto! Continuemos sentadinhos à espera...
Esta legislação hoje aprovada é um descalabro para os trabalhadores. Despedimentos por objectivos não cumpridos, adaptabilidades e bancos de horas impostas, redução de férias, mesmo em cima da contratação colectiva, enfim os cortes nos feriados históricos e por aí a fora. uma boa ideia para o Laboratório de Ideias do Ps era saber as consequencias desta legislação.... vai uma aposta que é mais desemprego e mais miséria, mas em versão acelarada, 500 pessoas são despedidas ou vão para desemprego por dia.... sim por dia....este é um numero. E que tal oporem se a este desastre? era pedir muito de um partido travestido de esquerda, as que faz politicas de direita!
Em Espanha a tensão é outra, por cá a comunicação social passa pela Greve Geral Espanhola ao de leve. a próxima greve será a 21 de Abril na Itália....Isto está a sacudir
"Nesta altura não temos necessidade de considerar medidas adicionais, mas não posso jurar que não sejam precisas mais medidas de austeridade"
Palabras para quê? é um artista mentiroso, Vitor Gaspar dizia que não antevia mais medidas ( na sua bola de cristal), mas agora vem este mentiroso mentalizar para mais dose de cavalo para levar o país mais para o fundo.
O austeritários já se estão a babar de contentamento. Esta religião onde professam os comentadores bem pagos para dizer que é necessário matar o pai e a mãe, vão ressurgir para lavar o cérebro ao povo...
Muito reclamam as pessoas quando há uma greve dos transportes....mas quanto à redução de transportes não reclamam, exemplo disto é o metro em Lisboa na Linha verde que circula com três carruagens, um absurdo, que leva a que esta linha se seja já rebatizada da sardinha en lata....
Carlos Silva garante que há pessoas em situação ainda pior e que nem candeeiros a petróleo usam em casa. “Tenho uma cliente que já só usa velas para iluminação. Só gasta um pouco de gás para cozinhar. Para comer, nem de noite usa electricidade. No fundo, até é romântico”, graceja, arrependendo-se de imediato da piada.
Outro item com muita saída são os sacos de água quente, segundo revela. De resto, a própria organização Mundial de Saúde (OMS) diz que metade dos idosos portugueses não tem meios para manter as casas quentes.
José Manuel de Carvalho, de 51 anos e 38 de trabalho ao balcão, é ainda mais expressivo ao falar da crise que afecta principalmente os mais idosos e os reformados das redondezas.
“Nem mesmo quando o Mário Soares mandou apertar o cinto a situação era tão má como agora!”, queixa-se, com profundo azedume na voz, e sem hesitar na resposta quando questionado sobre se tem alguma esperança no futuro: “Tenho esperança que haja pancada! Tem que haver pancada para isto se abrir… Venha quem vier, seja a extrema-direita seja o Bloco de Esquerda”, afirma, sustentando a tese com o facto de “os ricos, que têm dinheiro, se estarem a encolher”.
“A insatisfação das pessoas é enorme”, diz, sublinhando que “o que eles fazem é só apertar o pescoço ao povo com mais taxas”.
Manuel de Carvalho é o desânimo em pessoa quando fala da crise que afecta os moradores das proximidades da loja que também conhece pelos nomes e cujo relacionamento há muito deixou de ser apenas comercial para se tornar cumplicidade e afectividade.
“Olhe, eles bem nos tramaram quando anexaram a taxa de radiodifusão ao recibo da água. Quando o pagamento era separado, muita malta pura e simplesmente não pagava.”
“Só se fala em milhões nos jornais e nas televisões! Os milhões que alguns ganham e as fraudes de milhões”, conclui, abatido.
Carlos Silva remata os argumentos do colega com um pesaroso “não vejo nenhuma luzinha ao fundo do túnel”.
As dificuldades para os consumidores de menor rendimento vão continuar a agravar-se, dado que a previsão de aumento das tarifas de electricidade para os consumidores particulares aponta para uma subida média de 4% este ano devido ao adiamento excepcional para os anos seguintes de cerca de mil milhões de euros, de acordo com informações dadas recentemente pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
A ERSE sublinha que a subida se deve ao “alisamento quinquenal dos sobrecustos com os Produtores em Regime Especial (PRE)” (energias renováveis) e a um decreto-lei que procede ao diferimento excepcional dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), num total de 1080 milhões de euros.
Segundo simulações da própria ERSE, a variação média de 4% vai repercutir- -se num acréscimo de 1,75 euros por mês numa factura média de cerca de 50 euros, já com a actualização do IVA para 23%, abrangendo a maioria dos consumidores domésticos portugueses, que são cerca de 4,7 milhões.
Em relação à tarifa social, o aumento, “foi fixado em 2,3%”. Ou seja, para cerca de 666 mil clientes, uma factura média mensal de 26 euros terá uma subida de 57 cêntimos, também já com o IVA a 23% incorporado.
Com apenas 50% da factura da electricidade a dizer respeito à energia verdadeiramente consumida, os portugueses de mais débeis recursos vão continuar a subsidiar os grandes produtores eléctricos.
Posso estar enganado, mas o que sucedeu aos Indignados , mais tarde ou mais cedo também vai suceder com o movimento sindical. Não discuto as causas, nem culpados, só sei que as cabeças estão quentes, o Governo quer reprimir...os polícias (alguns) são treinados para bater ( nos derbys da bola) e como tal qualquer dia vai...
Muitos ainda não descobriram mas a maratona de Passos Coelho tem um fim: destruir o país, os direitos, construir uma nova sociedade empobrecida e serena...
Este é mais um cartaz filho de puta! Eles querem a miséria, a falta de regras. Querem escravatura, mas no dia 12 de março 2011 andavam armados em defensores dos direitos com uma notinha de 500 euros a fingir que andavam preocupados com os baixos salários. Para estes jotinhas é apanhá los e e dar lhes com o mercado laboral aberto nas trombas. Mercado laboral fechado?
- Quiantos depedimentos colectivos ocorrem por dia? Os jotinhas não sabem
- Quantas empresas declaram insolvencia por dia? Os jotinhas não sabem
- Quantas pessoas entregam casa aos bancos por dia
- Quantas pessoas saiem por dia de Portugal? Eles não sabem
Os jotinhas filhos da mamã e do papá não sabem . Isto prenuncia me que vai acabar muito muito mal! Faço um repto à JSD: ponham este cartaz na rua para que tudo fique claro!
De facto exultam de alegria os portugueses ao ouvir o fim da crise para 2013.... muitos já antes haviam anunciado, Sócrates, Teixeira dos Bancos, Alvarinho e agora Passos Coelho... Cada vez que anunciam o fim da crise é sinal que vamos levar com mais miséria, e quase certo com mais um emprestimo do FMI e os respectivos CORTES... Cantem de alegria, com estes filhos da puta mentirosos...
A pobreza do Congresso do PSD é a pobreza que estes senhores em conjunto com o CDS vão acelarar para Portugal. O que se destaca do congresso é o almoço no restaurante alentejano, que levou Passos Coelho a fazer um quilometro a pé, para comer bem ( viva a austeridade).... E o programa do PSD para Portugal sabemos qual é:
- Mais desemprego
- empobrecimento geral
- Mais miséria
- Mais idosos sem posses a morerem
- emigração em massa para esvaziar o país ( sairam 150 mil em 2011... quantos sairão em 2012?)
- favorecimento dos grandes grupos económicos
- favorecimento de chulecos como Catroga ou Teixeira dos Santos, Mira Amaral e outros animais do capital
Esa laranja espremida é azeda como a merda e tem de serr cuspioda rapidamente pelo povo portugués em conjuntop como o caroço podre que é o CDS. E quanto mais cedo, melhor!
A PSP agrediu a fotojornalista da France Press em Portugal,
Patrícia Melo, quando esta cobria a manifestação da Plataforma 15 de Outubro, no
Largo do Chiado, em Lisboa, integrada na greve nacional. Como foi captada pelo
fotógrafo da Reuters, a agressão está a pulverizar-se pelos sites noticiosos
internacionais.
No mesmo local, o fotojornalista da agência Lusa, José Sena Goulão, também
acabou por ser alvo de constantes bastonadas por um agente da polícia. Já no
chão, mesmo já depois de se ter identificado como jornalista, Goulão continuou a
sofrer carga policial, tendo necessitado de intervenção hospitalar.
Os confrontos terão começado, segundo fonte oficial do Comando da PSP de
Lisboa, quando alegadamente alguns integrantes da referida plataforma atiraram
objetos, como chávenas, junto à esplanada do café Brasileira.
Um transeunte que se encontrava no Chiado acabou por socorrer a
fotojornalista da France Press, mas esta não precisou de recorrer ao Hospital.
A porta-voz da PSP, subcomissária Carla Duarte, garantiu que houve pelo menos
três feridos, entre eles um agente que terá sido atingido com uma chávena na
testa, e um manifestante detido, por ter lançado petardos e agredido policiais.
No Hospital de São José, em Lisboa, encontra-se a receber tratamento o
jornalista da Lusa. O cenário de violência policial contra Goulão motivou, ao
início da noite, um protesto da Direção de Informação da Lusa junto do diretor
nacional da PSP, o superintendente Paulo Valente Gomes
"É impressionante a forma como os salários estão a cair, tal e qual como se houvesse uma desvalorização da moeda. Isto está a passar-se na economia com um extraordinário consenso e harmonia social”. Uma maravilha “inconcebível” na Grécia e “vamos ver se os espanhóis são capazes de fazer o mesmo que nós”.
António Borges
António Borges sabe que os tugas têm de facto uma paciencia mais longa ( são mais medrosos, alguns tocariam o lugar do r da palavra medrosos) mas cuidado, também acaba....
Existem concentrações em todos os distritos convovadas pela CGTP.. que terão também outras manifs convocadas por outras organizações como Indignados... Vamos dar expressão de rua a esta greve!
De acordo com a última síntese de execução orçamental divulgada hoje pela Direcção-geral do Orçamento (DGO), esta subida do défice (face aos 274,3 milhões de euros verificados em Fevereiro do ano passado) deveu-se sobretudo à quebra da receita efectiva, que desceu 4,3%, e à subida da despesa efectiva em 3,5%.
De acordo com o documento, a receita fiscal nos dois primeiros meses do ano desceu 5,3% para 5,63 mil milhões de euros. Nesta rubrica destaque a quebra das receitas fiscais com IRC em 46% para 158,2 milhões de euros, do IVA em 1,1% para 2,86 mil milhões de euros e do imposto sobre veículos em 44,6% para 75,8 milhões de euros. Nos impostos indirectos, que sofreu uma queda de 9%, apenas as receitas com o IRS subiram 0,3% para 1,668 mil milhões de euros. A receita não fiscal, por seu turno, subiu 5,5 % para 628 milhões de euros.
Do lado da despesa, o Estado registou uma subida de 3,5% para cima dos sete mil milhões de euros entre Janeiro e Fevereiro desde ano.
A DGO justifica a subida da despesa com vários factores: a transferência de 348,3 milhões de euros para a RTP, para a amortização de passivos financeiros desta entidade; a regularização de responsabilidades financeiras relativa a concessões rodoviárias (21,2 milhões de euros); o aumento da despesa com juros e outros encargos (+175,3%), que se deveu à emissão, em 2011, de uma nova linha de Obrigações de Tesouro, com pagamento de cupão anual em Fevereiro, e cujo encargo em 2012 ascendeu a 225 milhões de euros; o acréscimo de 13,2% da transferência visando o equilíbrio financeiro do sistema de pensões gerido pela CGA; e o incremento das transferências para a Segurança Social em 4,5%.
Na rubrica das despesas, destaque ainda para a redução de 8,8% das despesas com pessoal para 1,76 mil milhões de euros.
O relatório da DGO indica ainda que a saldo global provisório da Administração Central e da Segurança Social até Fevereiro de 2012 ascendeu a 539 milhões de euros, valor que inclui o resultado das Entidades Públicas Reclassificadas (EPR), que passaram a integrar a Administração Central.
Já a execução financeira consolidada do SNS apresentou um défice de 21,9 milhões de euros, face ao saldo positivo de 45,4 milhões registado até Fevereiro do ano passado.
Nota : esqueceram de por os 600 milhões dados ao BPN em Janeiro...O caminho grego está à vista, menos receita e aí vem tudo de pantanas....o ciclo vicioso mete se pelos olhos a dentro!
Alguns leitores poderão estranhar que por aqui não se esteja a comentar os assuntos da moda, como as rendas da EDP, as palavrtas do Cavaco aos jovens, ao António Borges que é da Jerónimo Martrins e Conselheiro das Privatizações, os cortes na saude e o caminho para o desatre do SNS... não falamos por um motivo: já falámos e muito sobre isso, já alertámos muito sobre o rumo de desastre que era a entrada da lógica FMI neste país frágil e como tal agora o caminho e a questão são saber as formas de nos fazer sair deste espartilho. Uma coisa é certa é necessário que as pessoas ganhem asco a estes partidos e gente do centrão que nos explora e que ganhem raiva a esta gente para que daí se parta para a construção de alternativas que só podem ter como base a luta do povo português e dos trabalhadores. Dia 22 de Março é um bom teste ao ponto de saturação das pessoas...
Vem, morte, quando vieres.
Onde as leis são vis, ou tontas,
não és tu que me amedrontas.
Troquei por penas prazeres.
Troquei por confiança afrontas.
Tenho sempre as contas prontas.
Vem, morte, quando quiseres.
Por cá o habitual silêncio cumplice. Mas hoje foi dia de protresto nos EUA, contra a proposta de lei que impede manifestações frente a edificios publicos ou outros de interesse publico . Ora isto é feito para impedir as manifestações do movimento Ocuppy Wall Strett que muito incomodam o capital...
A mudança de feitio e mental dos portugueses está em marcha. Parece me que finalmente compreenderam a ratoeira onde estão metidos. Metidos na lógica da eeterna austeridade, metidos no meio de quilos de corrupção, ou seja os tugas começam a compreender que estão mesmo lixados com f... antigamente as pessoas compravam menos em Janeiro e depois a coisa compunha, mas agora é o consumo mês sobre mês a cair...e o desemprego a bater em pessoas próximas, é om marido de uma colega, é primo da famíla, o cerco tá apertar , as pessoas estão a ficar passadas. O feitiozinho de merda dos tugas , de deixa a andar, começa a ter mudanças algumas delas vão ser surpreendentes... E e os senhores políticos do centrão a gozar, a gozar com o povo. O povo tá ficar azedo, e coisa vai estoirar...
Publicado no Expresso este Cartoon só tem um nome: é filho de puta e nada mais! De facto o que diria o senhor autor deste cartoon aos trabalhadores das 90 empresas que declaram insolvencia diariamente? Trabalhem no duro? Se calhar quem não trabalha no duro é o autor deste cartoon. Ontem chegou mais uma notícia: vão encerrar mais uma IPSS em Liboa, mais 12 pessoas vão para desemprego, sempre trabalharam no duro, têm cerca de 50 anos.
Já há muito tempo que não cpmpro o Expresso e continuarei a não comprar, pois a diversidade de pensamento é quase zero... vai da extrema direita, até a umas pessoas eruditas do BE que deixam que eles lá escrevam . Tudo o resto é ´merda, merda ideológica que explicará aos parvos como vamos no bom caminho. Começo a achar que esters senhores não sabem o bolo social que estão a cozinhar...
A minha experiência é que, seja quais forem as medidas adoptadas, se não houver uma solução europeia, os portugueses vão seguir o mesmo caminho da Grécia”, disse Papandreou aos jornalistas em Atenas.
“No início também se dizia muito bem da execução do programa grego, mas depois começaram os problemas”, lembra o ex-primeiro-ministro grego pelo PASOK (o Partido Socialista Pan-Helénico), que deixou o cargo em Dezembro.
“Uma versão era que os gregos não tinham feito nada. Mas eu penso que a principal razão foi o que aconteceu em Deauville [o encontro Merkel Sarkozy]. Aí, dividiu-se a Europa em duas partes: os que têm risco baixo e os que têm risco alto, como Portugal e a Grécia”, explicou.
“Diziam-me que se cortasse os défices tudo correria bem. Mas a psicologia dos mercados mostrou que isso seria diferente. Isso [fazer apenas um cortar do défice] não deve acontecer em Portugal”, recomendou Papandreou.
Georgios Papandreou afastou-se da liderança do PASOK e de primeiro-ministro depois de ter sugerido que o país fizesse um referendo sobre a sua permanência no euro, o que teve a oposição da maioria dos membros do seu Governo.
Foi substituído por Lucas Papademos, um tecnocrata não eleito, que negociou o novo empréstimo internacional ao país e a reestruturação da dívida detida por privados. A Grécia deverá ter eleições legislativas depois da Páscoa ortodoxa
Nota: pena é que os governos gregos não tiveessem tido essa visão, como também não t~em actualmente... e por cá também não têm dois dedos de testa... Pior ainda: eles não querem saber e só vão querer saber quando tiverem medo de sair à rua...
não vale a pena... este Governo só terá muita força para os pequenos, para os trabalhadores, para baixar rendas da EDP , nem pensar...este Governo dá dinheiro aos accionistas privados de empresas que ainda não estão privatizadas, dinheiro que devia receber porque foi accionista dessas empresas até final do ano ... Este Governo é só a continuação de Sócrates e nada mais!
Alguns tripalios estiveram no 12 março, há um ano atrás. De facto uma genuina manifestação de indignação contra a politica de direita do Ps, teve a enorme participação de muitos que foram de seguida votar no partido siamês , o PSD. aliás relembro as notas fingidas de 500 euros que a JSD andou a dar na manif , como se estivessem contra os ordenados de 500 euros que muitos jovens recebem. Muitos daqueles manifestantes foram votar na maioria absoluta que hoje abafa o país... desculpem a cueldade, mas só assim se explica que o comboio da linha de Cascais viesse cheio para a manifestação desse dia. Ficou provado enorme poder da comunicação social: a Tv falou nela vários dias, exaltou antes dela suceder, falando de uma organização espontanea, coisa que sabemos não existir. Há sempre alguém que organiza qualquer coisa, como é evidente!
A manifestação foi boa, mas de facto foi a rampa lançamento para a vitória da direita... E depois das inevitabilidades da treta de recorrermos ao empréstimo surgiu um esvaziar de tensão no país, uma total anestesia. Como se a culpa do estado do país fosse só do Sócrates e do PS.... ( e foi o causador de muita coisa má).
Mas outros 12 de marços vão suceder... veremos se não estaremos enganados, desta vez para encher o balão do PS....até ganhar as próximas eleições ( com maioria absoluta) . Aguardemos...
«Com a redução dos serviços de saúde, com o aumento do preço dos transportes, das taxas moderadoras, da dificuldade de acesso aos exames e às consultas, nós responsabilizamos politicamente o Governo pela morte antecipada de muitos portugueses». Jerónimo de Soua
oPerigo de Morte: este Governo quer destruir a saúde, matar os idosos e destruir o país, e fica feliz pelos resultados...
Este ano, o rendimento por habitante em Dublin estará ao mesmo nível de 2002 (Peter Muhly/AFP)
Portugal quer parecer-se com a Irlanda e esta quer tudo menos parecer-se com a Grécia e com Portugal. O antigo "tigre celta", que vai submeter o novo tratado europeu a referendo, é mesmo um caso de sucesso?
Em quatro meses, a zona euro ouviu duas vezes a palavra referendo. Primeiro com a Grécia, em Novembro, quando o ex-primeiro-ministro, George Papandreou, quis saber o que a população pensava em relação ao novo pacote de ajuda ao país. O referendo, que seria um teste à permanência no euro, acabou por cair, mas não sem provocar novo frenesim nos mercados e complicar a resolução da crise da dívida europeia. Agora, é a vez da Irlanda. O Governo anunciou que quer referendar o novo tratado orçamental europeu.
Apesar das semelhanças, a Grécia e a Irlanda têm sido apresentadas como dois extremos opostos dos países que pediram ajuda externa: o "aluno mal-comportado" que arrisca sair do euro e o "aluno exemplar" que já conseguiu voltar ao crescimento. Mas o caso irlandês é, de facto, um sucesso garantido?
Pouco mais de um ano depois de ter recebido um resgate de 85 mil milhões de euros dos países europeus e do FMI, a Irlanda já está a crescer e tem conseguido implementar a sua dieta de austeridade - já vai no sexto pacote de ajustamento orçamental - sem gerar protestos ou greves como as que têm manchado a imagem da Grécia. A troika vê o país como um exemplo a seguir, nomeadamente por Portugal, e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho tem dito que a situação nacional está muito mais próxima da irlandesa do que da grega. Mas nem todos pensam assim. Paul Krugman, que esteve na semana passada em Lisboa para receber um doutoramento honoris causa, deixou um conselho ao Governo português: "Não queiram ser a Irlanda". Para o prémio Nobel da Economia, a Irlanda não é um caso de sucesso, nem em termos de crescimento, nem nos mercados financeiros.
De acordo com a revista Economist, a economia - que já foi conhecida como o "tigre celta" - recuou, praticamente, ao ano de 2002, com base num conjunto de indicadores. Apesar de a Irlanda ser o único dos três países resgatados com crescimento em 2011 e 2012, o seu PIB per capita (que é um indicador muito usado para analisar a qualidade de vida de um país) foi o que mais recuou no tempo: este ano, o rendimento por habitante em Dublin estará ao mesmo nível de 2002.
Em declarações ao PÚBLICO, o economista irlandês Philip Lane, professor no Trinity College, em Dublin, defende que a Irlanda irá sofrer uma "década perdida" e só voltará a produzir o nível de riqueza gerado antes da crise daqui a seis ou sete anos. Até porque, antes disso, tem de resolver o grande calcanhar de Aquiles que também afecta a Grécia e a Irlanda: o desemprego. Em 2007, antes de ver rebentar a crise bancária que mergulhou o país na recessão, fez disparar o défice para 31,3% em 2009 e obrigou a um resgate externo, a Irlanda tinha uma taxa de desemprego de 4,6%, quase metade da média da zona euro de então. Este ano, o número de pessoas sem trabalho deverá atingir 14,5% da população activa, o mesmo que em Portugal, mas o cenário seria pior se não fossem os elevados níveis de emigração que o país tem registado.
No último relatório sobre a ajuda ao país, divulgado sexta-feira, o FMI avisa que o desemprego deverá permanecer em dois dígitos no médio prazo, o que aumenta o risco de subida do desemprego estrutural. Neste momento, mais de metade (56%) da população irlandesa está desempregada há mais de um ano. Contudo, no curto prazo, é o próprio crescimento - que já parecia assegurado - que pode dar mais dores de cabeça ao antigo "tigre celta".
O FMI reviu em baixa as previsões do Produto Interno Bruto (PIB) irlandês, prevendo que este cresça apenas 0,5% este ano, em vez dos 1,5% anteriores. O Rendimento Nacional Bruto (RNB) - um indicador mais apropriado para a Irlanda, visto que exclui o rendimento das multinacionais presentes no país - ainda deverá estar em recessão este ano, caindo 0,7%, nas previsões do banco central. A austeridade, o elevado nível de endividamento privado e o contínuo aumento do crédito malparado vão deprimir mais o consumo das famílias. E as exportações, que representam mais de 100% do PIB irlandês, vão ressentir-se com a recessão prevista para a zona euro e o fraco crescimento do Reino Unido.
Mercados: regresso incerto
Perante este contexto, o próprio FMI admite que a perspectiva do regresso do país ao mercado no final deste ano e, nomeadamente, em 2013, permanece "incerta". Nos últimos meses, a Irlanda beneficiou de uma melhoria da percepção dos investidores. Mas, as taxas de juro dos títulos a 10 anos no mercado secundário mantêm-se em níveis considerados insustentáveis (em torno dos 7%) e bem acima dos valores cobrados antes da crise. O FMI admite que, se houver um choque de crescimento (com um período prolongado de recessão nos parceiros comerciais da Irlanda), a dívida do país - que deverá atingir 118% do PIB este ano - poderá tornar-se insustentável.
Estes receios aumentam a probabilidade de a Irlanda vir a recorrer ao novo fundo de resgate do euro, o MEEF. E é aqui que o referendo entra em jogo, e com um efeito que pode revelar-se duplamente penalizador. Por um lado, a decisão do Governo irlandês de submeter o novo tratado europeu, que foi assinado na sexta-feira, pode agravar a desconfiança dos mercados face à capacidade de a Europa resolver a crise, o que teria implicações na economia da zona euro e, consequentemente, na economia irlandesa. Além disso, uma vitória do "não" no referendo impediria, pelo menos teoricamente, que a Irlanda acedesse ao MEEF, o que a obrigaria a enfrentar um regresso, porventura inviável, aos mercados.
Ganhos nos custos de trabalho ainda são limitados
Um dos principais factores que tem sido apresentado para justificar o sucesso irlandês é a melhoria da competitividade. "Desde 2008, os custos domésticos, sobretudo laborais, caíram significativamente quando comparados com as economias concorrentes", explica ao PÚBLICO John Fitzgerald, economista irlandês e professor no Instituto de Pesquisa Social e Económica de Dublin.
No entanto, para alguns economistas, como o prémio Nobel Paul Krugman, há uma boa dose de "ilusão estatística" quando se fala na redução dos custos unitários do trabalho, uma das principais medidas da competitividade. Segundo a Comissão Europeia (CE), os custos unitários de trabalho na Irlanda diminuíram 3,1% em 2011 - mais do que em qualquer outro país do euro - e vão cair mais 1,2% este ano - só superados pela Grécia (com uma queda de 2,8%). No entanto, o próprio FMI adverte que é preciso olhar para estes números com cuidado, já que reflectem uma mudança de sectores de baixa produtividade para sectores de alto valor acrescentado, como o farmacêutico, que estão em mãos estrangeiras, não vendem para o mercado interno e, portanto, aumentam o PIB mas não o RNB
Nota de tripalio: o FMI, e austeridade são a solução....para caminhar para a miséria total
este governo está repleto de sucessos, um deles o aumento da mortalidade, e agora uma redução de idas às urgencias... muito provavelmente por problemas económicos e nada mais. caminhamos em frente no sentido da barbárie, todos os que concordam com estas "inevitabilidades" são cumplices!
"Cavaco Silva requereu ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da
constitucionalidade do diploma que cria este tipo de crime. O diploma passou no
Parlamento só com votos contra do PS" ( In Diário de Notícias ).
E os outros Diplomas do passado que o Srº. Presidente não requereu ?????
La propuesta de los sindicatos españoles CCOO y UGT se oficializará este mediodía en una rueda de prensa oficial.
Los sindicatos Comisiones Obreras (CCOO) y Unión General de Trabajadores (UGT) anunciaron esta mañana, que convocan a una huelga general contra la reforma laboral propuesta en España por Rajoy.
A tres meses de llegado al poder español, Rajoy se enfrentará este 29 de marzo a la primera huelga general de su mandato, y a la sexta en la historia de España. Los sindicatos CCO y UGT realizaron la primera medida de este tipo en el año 2002 durante el gobierno de Aznar por la reforma de la protección por desempleo y de la Ley Básica de Empleo.
La propuesta del líder conservador que se introducirán y por la cual los trabajadores manifiestan su rechazo es la reducción de indemnizaciones para trabajadores fijos, el abaratamiento de los despidos. Por otro lado se agregarán nuevas causales de despido, entre las que rescatan la posibilidad de que las empresas reduzcan su personal utilizando como causal suficiente la reducción de ingresos.
El diario español El País, indica que la medida de fuerza se oficializará este mediodía, cuando representantes de los sindicatos den una conferencia de prensa informativa.
Dizem as TVs e comunicação social , que quem tem cortes nos subsídios não terá aumentos de retenção a nível de IRS. é mentira no caso dos reformados e dos pensionistas. A regra de não penalização por via de IRS, a quem ter cortes nos subsídios, só se aplicará aos trabalhadores da função publica, e não aos muitos milhares de reformados com cortes nos subsídios....Ora muitos só verão esse facto plasmado no recibo , neste mês de Março. é só mais um ataque aos pensionistas sempre no sentido de os achincalhar...
dia a dia , é construida a negação da democracia no nosso país, dia dia pessoas deixam de ter acesso à saude, a serviços publicos de qualidade. dia a dia são desempregados centenas de pessoas... Caminhamos então para o fim da democracia como a conhecemos. como alguem quis planear, nos seus planos de FMI, está suspensa a democracia e vai lançar o inferno durante anos em cima dos tugas que não estavam mentalizados que ia ser assim... mas onde entra FMI, é assim desastre! e por cá vai ser muito feio, pois é um Governo que adora ver o povo a sofrer e quer cumprir ( impossivel) o acordo da troika!
"Temos boas razões para acreditar que estamos a ajustar a economia portuguesa a um ritmo muito superior àquele que estava estimado, sendo que nós mantivemos um ritmo extremamente intenso de reforma estrutural. E isso é decisivo para a forma como os mercados olharão para Portugal", afirmou Pedro Passos Coelho, durante o debate quinzenal no Parlamento.
Nota: Para que tivesse duvidas, esta crise induzida, foi mesmo programada de propósito... e estes sacanas estão felizes com os niveis de ajustamento ( leia se desemprego) e recessão produzidos...
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.
De vez em quando para entreter os papalvos, saiem umas noticias de que o Ministro A está em querra com o B. O problema é que enquanto distraiem a malta, com essa dança, o essencial vai passando ao lado...Assim é guerra Alvaro contra Gaspar....Gaspar já ganhou!
Nota de tripalio: Armindo Rodrigues é um poeta extraordinário, neste poema canta o seu partido de sempre, mas tem muitas outras poesias extraordinárias! quie naturalmente são abafadas pelo consenso liberal "democrata"
A ortodoxia liberal está nervosa com esta recusa de baixar o defice de espanhol para 4,4. Rajoy diz que ficará nos 5,8 devido à contracção da economia. O que Rajoy não diz é que tem um país á beira de implodir com 23 por cento de desemprego, 50 por cento de desemprego jovem... e que a contestação social está de facto a aquecer em Espanha. a VERDADEIRA RAZÃO desta cedencia à ortodoxia é a constestação social que o país vive!
Os EUA podem ter armas nucleares, Israel também , França também ... e por aí a fora , mas o Irão não pode ter armas nucleares... como tal este será o argumento de Obama para mais uma uma guerra porca, igual à do Afeganistão e Iraque. O problema central é o contole dos meios naturais do Irão. A desculpa é a das armas nucleares. Obama é igual a Bush , aliás as Administrações de Obama são as recordistas de gastos militares... A guerra eterna continuará por mão deste Prémio Nobel da "Paz"...
O primeiro-ministro britânico David Cameron defendeu hoje cortes no setor público, nomeadamente na Saúde, por considerá-los "inevitáveis" e "urgentes", dada a situação difícil do Reino Unido.
David Cameron, que se dirigia aos membros do Partido Conservador, uma das duas forças que suportam o Governo, numa reunião privada, defendeu sobretudo as medidas de redução de gastos no Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Citado pela Efe, o primeiro-ministro frisou que só com "medidas duras e audazes" o Reino Unido será "mais forte e justo".
"A opinião pública diz que os conservadores estão a tomar medidas duras porque não se interessam pela situação das pessoas. A verdade é exatamente o oposto, estamos a tomar medidas porque nos interessa" o futuro do povo britânico, disse Cameron.
Sobre os polémicos cortes no Serviço Nacional de Saúde, o primeiro-ministro admitiu que "não são fáceis nem populares", mas considerou que são "corretos", "inevitáveis" e "urgentes".
"Assumimos o poder para mudar o país, viemos para o salvar e só há uma maneira de o fazer: tomar medidas duras, colocando os interesses do país em primeiro lugar", ressaltou.
Desde a chegado ao poder, em maio de 2010, o governo britânico de coligação entre Conservadores e Liberais Democratas, David Cameron colocou em marcha um amplo programa de austeridade no setor público com o objetivo de reduzir o défice público.
As medidas foram muito criticadas pela oposição trabalhista, que considera que o governo se apressou a colocar em prática uma redução de gastos que trava o crescimento económico e aumenta o desemprego.
nota de tripalio: lá como cá, a receita é a mesma. Espera se que o povo britanico trate da saude deste senhor...A Grã Bretanha já teve o melhor sistema da saude do mundo, hoje estão colocados em 40 lugar... Camero quer baixar ainda mais esta classificação...
Está a ficar claro que não é so o "frio" que levou a um aumento de mortalidade nos ultimos meses. è a a puta da austeridade,são os aumentos das taxas moderadoras, é o pagamento dos transporte de doentes que muitos não podem pagar... é isto. E de facto quando estes filhos da puta dizem que andamos a viver acima das nossas possibilidades, ora aí está: por isso começam os nossos idosos a morrer, porque deixaram de lhes dar possibilidades de viver.
Em tempos consultor na empresa Chas. T. Main, John Perkins andou dez anos a fazer o que não devia, convencendo países do terceiro mundo a embarcar em projectos megalómanos, financiados com empréstimos gigantescos de bancos do primeiro mundo. Um dia, estava nas Caraíbas, percebeu que estava farto de negócios sujos e mudou de vida. Regressou a Boston e, para compensar os estragos que tinha feito, decidiu usar os seus conhecimentos para revelar ao mundo o jogo que se joga nos bastidores financeiros. Como se passa de assassino económico a activista? Em primeiro lugar é preciso passar-se por uma forte mudança de consciência e entender o papel que se andou a desempenhar. Levei algum tempo a compreender tudo isto. Fui um assassino económico durante dez anos e durante esse período achava que estava a agir bem. Foi o que me ensinaram e o que ainda ensinam nas faculdades de Gestão: planear grandes empréstimos para os países em desenvolvimento para estimular as suas economias. Mas o que vi foi que os projectos que estávamos a desenvolver, centrais hidroeléctricas, parques industriais, e outras coisas idênticas, estavam apenas a ajudar um grupo muito restrito de pessoas ricas nesses países, bem como as nossas próprias empresas, que estavam a ser pagas para os coordenar. Não estávamos a ajudar a maioria das pessoas desses países porque não tinham dinheiro para ter acesso à energia eléctrica, nem podiam trabalhar em parques industriais, porque estes não contratavam muitas pessoas. Ao mesmo tempo, essas pessoas estavam a tornar--se escravos, porque o seu país estava cada mais afundado em dívidas. E a economia, em vez de investir na educação, na saúde ou noutras áreas sociais, tinha de pagar a dívida. E a dívida nunca chega a ser paga na totalidade. No fim, o assassino económico regressa ao país e diz-lhes “Uma vez que não conseguem pagar o que nos devem, os vossos recursos, petróleo, ou o que quer que tenham, vão ser vendidos a um preço muito baixo às nossas empresas, sem quaisquer restrições sociais ou ambientais”. Ou então, “Vamos construir uma base militar na vossa terra”. E à medida que me fui apercebendo disto a minha consciência começou a mudar. Assim que tomei a decisão de que tinha de largar este emprego tudo foi mais fácil. E para diminuir o meu sentimento de culpa senti que precisava de me tornar um activista para transformar este mundo num local melhor, mais justo e sustentável através do conhecimento que adquiri. Nessa altura a minha mulher e eu tivemos um bebé. A minha filha nasceu em 1982 e costumava pensar como seria o mundo quando ela fosse adulta, caso continuássemos neste caminho. Hoje já tenho um neto de quatro anos, que é uma grande inspiração para mim e me permite compreender a necessidade de viver num sítio pacífico e sustentável. Houve algum momento em particular em que tenha dito para si mesmo “não posso fazer mais isto”? Sim, houve. Fui de férias num pequeno veleiro e estive nas Ilhas Virgens e nas Caraíbas. Numa dessas noites atraquei o barco e subi às ruínas de uma antiga plantação de cana-de-açúcar. O sítio era lindo, estava completamente sozinho, rodeado de buganvílias, a olhar para um maravilhoso pôr do Sol sobre as Caraíbas e sentia-me muito feliz. Mas de repente cheguei à conclusão que esta antiga plantação tinha sido construída sobre os ossos de milhares de escravos. E depois pensei como todo o hemisfério onde vivo foi erguido sobre os ossos de milhões de escravos. E tive também de admitir para mim mesmo que também eu era um esclavagista, porque o mundo que estava a construir, como assassino económico, consistia, basicamente, em escravizar pessoas em todo o mundo. E foi nesse preciso momento que me decidi a nunca mais voltar a fazê--lo. Regressei à sede da empresa onde trabalhava em Boston e demiti-me. E qual foi a reacção deles? De início ninguém acreditou em mim. Mas quando se aperceberam de que estava determinado tentaram demover-me. Fizeram-me propostas muito interessantes. Mas fui-me embora à mesma e deixei por completo de me envolver naquele tipo de negócios. Diz que os assassinos económicos são profissionais altamente bem pagos que enganam os países subdesenvolvidos, recorrendo a armas como subornos, relatórios falsificados, extorsões, sexo e assassinatos. Pode explicar às pessoas que não leram o seu livro como tudo isto funciona? Basicamente, aquilo que fazíamos era escolher um país, por exemplo a Indonésia, que na década de 70 achávamos que tinha muito petróleo do bom. Não tínhamos a certeza, mas pensávamos que sim. E também sabíamos que estávamos a perder a guerra no Vietname e acreditávamos no efeito dominó, ou seja, se o Vietname caísse nas mãos dos comunistas, a Indonésia e outros países iriam a seguir. Também sabíamos que a Indonésia tinha a maior população muçulmana do mundo e que estava prestes a aliar-se à União Soviética, e por isso queríamos trazer o país para o nosso lado. Fui à Indonésia no meu primeiro serviço e convenci o governo do país a pedir um enorme empréstimo ao Banco Mundial e a outros bancos, para construir o seu sistema eléctrico, centrais de energia e de transmissão e distribuição. Projectos gigantescos de produção de energia que de forma alguma ajudaram as pessoas pobres, porque estas não tinham dinheiro para pagar a electricidade, mas favoreceram muito os donos das empresas e os bancos e trouxeram a Indonésia para o nosso lado. Ao mesmo tempo, deixaram o país profundamente endividado, com uma dívida que, para ser refinanciada pelo Fundo Monetário Internacional, obrigou o governo a deixar as nossas empresas comprarem as empresas de serviços básicos de utilidade pública, as empresas de electricidade e de água, construir bases militares no seu território, entre outras coisas. Também acordámos algumas condicionantes, que garantiam que a Indonésia se mantinha do nosso lado, em vez de se virar para a União Soviética ou para outro país que hoje em dia seria provavelmente a China. Trabalhou de muito perto com o Banco Mundial? Muito, muito perto. Muito do dinheiro que tínhamos vinha do Banco Mundial ou de uma coligação de bancos que era, geralmente, liderada pelo Banco Mundial. Sugere no seu livro que os líderes do Equador e do Panamá foram assassinados pelos Estados Unidos. No entanto, existem vários historiadores que defendem que isso não é verdade. O que acha que aconteceu com Jaime Roldós e Omar Torrijos? Não existem provas sólidas quer do que aconteceu no Equador, com Roldós, quer do que se passou no Panamá, com Torrijos. Porém, existem muitas provas circunstanciais. Por exemplo, Roldós foi o primeiro a morrer, num desastre de avião em Maio de 1981, e a área do acidente foi vedada, ninguém podia ir ao local onde o avião se despenhou, excepto militares norte-americanos ou membros do governo local por eles designados. Nem a polícia podia lá entrar. Algumas testemunhas-chave do desastre morreram em acidentes estranhos antes de serem chamadas a depor. Um dos motores do avião foi enviado para a Suíça e os exames mostram que parou de funcionar quando estava ainda no ar e não ao chocar contra a montanha. Isto é, existem provas circunstanciais tremendas em torno desta morte, e além disso todos estavam à espera que Jaime Roldós fosse derrubado ou assassinado porque não estava a jogar o nosso jogo. Logo depois de o seu avião se ter despenhado, Omar Torrijos juntou a família toda e disse: “O meu amigo Jaime foi assassinado e eu vou ser o próximo, mas não se preocupem, alcancei os objectivos que queria alcançar, negociei com sucesso os tratados do canal com Jimmy Carter e esse canal pertence agora ao povo do Panamá, tal como deve ser. Por isso, depois de eu ser assassinado, devem sentir-se bem por tudo aquilo que conquistei.” A verdade é que os EUA, a CIA e pessoas como o Henry Kissinger admitiram que o nosso país tinha derrubado Salvador Allende, no Chile; Jacobo Arbenz, na Guatemala; Mohammed Mossadegh, no Irão; participámos no afastamento de Patrice Lumumba, no Congo; de Ngô Dinh Diem, no Vietname. Existem inúmeros documentos sobre a história dos EUA que provam que fizemos estas coisas e continuamos a fazê-las. Sabe-se que estivemos profundamente envolvidos, em 2009, no derrube no presidente Manuel Zelaya, nas Honduras, e na tentativa de afastar Rafael Correa, no Equador, também há não muito tempo. Os EUA admitiram muitas destas coisas e pensar que eles não estiveram envolvidos nos homicídios de Roldós e Torrijos... Estes dois homens foram assassinados quase da mesma forma, num espaço de três meses. Ambos tinham posições contrárias aos EUA e às suas empresas e estavam a assumir posições fortes para defender os seus povos – é pouco razoável pensar o contrário. Algumas pessoas acusam-no de ser um teórico da conspiração. O que tem a dizer sobre isso? Bem, não sou, de modo nenhum, um teórico da conspiração. Não acredito que exista uma pessoa ou um grupo de pessoas sentadas no topo a tomar todas as decisões. Mas torno muito claro no meu último livro, “Hoodwinked” (2009), e também em “Confessions of an Economic Hit Man” (2004) – editado em Portugal pela Pergaminho em 2007 com o título “Confissões de Um Mercenário Económico: a Face Oculta do Imperialismo Americano” –, que as multinacionais são movidas por um único objectivo que é maximizar os lucros, independentemente das consequências sociais e ambientais. Estes últimos são novos objectivos que não eram ensinados quando estudei Gestão, no final dos anos 60. Ensinaram-me que havia apenas este objectivo entre muitos outros, por exemplo tratar bem os funcionários, dar-lhes uma boa assistência na saúde e na reforma, ter boas relações com os clientes e os fornecedores, e também ser um bom cidadão, pagar impostos e fazer mais que isso, ajudar a construir escolas e bibliotecas. Tudo se agravou nos anos 70, quando Milton Friedman, da escola de economia de Chicago, veio dizer que a única responsabilidade no mundo dos negócios era maximizar os lucros, independentemente dos custos sociais e ambientais. E Ronald Reagan, Margaret Thatcher e muitos outros líderes mundiais convenceram-se disso desde então. Todas estas empresas são orientadas segundo este objectivo e quando alguma coisa o ameaça, seja um acordo de comércio multilateral seja outra coisa qualquer, juntam--se para garantir que o mesmo é protegido. Isto não é uma conspiração, uma conspiração é ilegal, isto que fazem não é. No entanto, é extremamente prejudicial para a economia mundial. Também escreveu que o objectivo último dos EUA é construir um império global. Como vê a recente estratégia norte-americana contra a China e o Irão? Actualmente, podemos dizer que o novo império não é tanto americano como formado por multinacionais. Penso que a ditadura das grandes empresas e dos seus líderes forma hoje a versão moderna desse império. Repito, isto não é uma conspiração, mas todos eles são movidos por esse objectivo de que falámos anteriormente. Mas vários especialistas defendem que estamos num cenário de terceira guerra mundial, com a China, a Rússia e o Irão de um lado e os EUA, a União Europeia (UE) e Israel do outro. E que toda a conversa de Washington em torno do programa nuclear iraniano não passa de uma grande mentira. Não acredito que todo este conflito seja motivado por armas nucleares. Na verdade, vários estudos recentes, alguns deles das mais respeitadas agências de informações norte-americanas, mostram que não existem armas nucleares no Irão. E acredito que tudo isto não se deve apenas aos recursos iranianos mas também à ameaça de Teerão de vender petróleo no mercado internacional numa moeda que não o dólar, uma ameaça também feita por Muammar Kadhafi, na Líbia, e Saddam Hussein, no Iraque. Os nort-americanos não gostam que ameacem o dólar e não gostam que ameacem o seu sistema bancário, algo que todos esses líderes fizeram – o líder do Irão, o líder do Iraque, o líder da Líbia. Derrubaram dois deles e o terceiro ainda lá está. Penso que é disto que se trata. Não tenho dúvidas de que a Rússia está a gostar de ver a agitação entre a UE e o Irão, porque Moscovo tem muito petróleo e, se os fornecedores iranianos deixarem de vender, o preço do petróleo vai subir, o que será uma grande ajuda para a Rússia. É difícil acreditar que qualquer destes países queira mesmo entrar numa terceira guerra mundial. No fundo, o que querem é estar constantemente a confundir as pessoas, parecendo que querem entrar em conflito e ajudar a alimentar as máquinas de guerra, porque isso ajuda uma série de grandes empresas. Como durante a Guerra Fria? Sim, como durante a Guerra Fria, porque isso é bom para os negócios. No fundo, estes países estão todos a servir os interesses das grandes empresas. Há algumas centenas de anos, a geopolítica era maioritariamente liderada por organizações religiosas; depois os governos assumiram esse poder. Agora chegámos à fase em que a geopolítica é conduzida em primeiro lugar pelas grandes multinacionais. E elas controlam mesmo os governos de todos os países importantes, incluindo a Rússia, a China e os EUA. A economia da China nunca poderia ter crescido da forma que cresceu se não tivesse estabelecido fortes parcerias com grandes multinacionais. E todos estes países são muito dependentes destas empresas, dos presidentes destas empresas, que gostam de baralhar as pessoas, porque constroem muitos mísseis e todo o tipo de armas de guerra. É uma economia gigante. A economia norte-americana está mais baseada nas forças armadas que noutra coisa qualquer. Representa a maior fatia do nosso orçamento oficial e uma parte maior ainda do nosso orçamento não oficial. Por isso tanto a guerra como a ameaça de guerra são muito boas para as grandes multinacionais. Mas não acredito que haja alguém que nos queira ver de facto entrar em guerra, dada a natureza das armas. Penso que todas as pessoas sabem que seria extremamente destrutivo. Como avalia o trabalho de Barack Obama enquanto presidente dos EUA? Penso que se esforçou muito por agir bem, mas está numa posição extremamente vulnerável. Assim que alguém entra na Casa Branca, sejam quais forem as suas ideias políticas, os seus motivos ou a sua consciência, sabe que é muito vulnerável e que o presidente dos EUA, ou de outro país importante, pode ser facilmente afastado. Nalgumas partes do mundo, como a Líbia ou o Irão, talvez só com balas o seu poder possa ser derrubado, mas em países como os EUA um líder pode ser afastado por um rumor ou uma acusação. O presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, ver a sua carreira destruída por uma empregada de quarto de um hotel, que o acusou de violação, foi um aviso muito forte a Obama e a outros líderes mundiais. Não estou a defender Strauss-Kahn – não faço a mínima ideia de qual é a verdade por trás do que aconteceu, mas o que sei é que bastou uma acusação de uma empregada de quarto para destruir a sua carreira, não só como director do FMI mas também como potencial presidente francês. Bill Clinton também foi afastado por um escândalo sexual, mas no tempo de John Kennedy estas coisas não derrubavam presidentes. Só as balas. Porém, descobrimos com Bill Clinton que um escândalo sexual – e não é preciso ser uma coisa muito excitante, porque aparentemente ele nem sequer teve sexo com a Monica Lewinsky, fizeram uma coisa qualquer com um charuto que já não me lembro – foi o suficiente para o descredibilizar. Por isso Obama está numa posição muito vulnerável e tem de jogar o jogo e fazer o melhor que pode dentro dessas limitações. Caso contrário, será destruído. No fim do ano passado escreveu um artigo onde afirmava que a Grécia estava a ser atacada por assassinos económicos. Acha que Portugal está na mesma situação? Sim, absolutamente, tal como aconteceu com a Islândia, a Irlanda, a Itália ou a Grécia. Estas técnicas já se revelaram eficazes no terceiro mundo, em países da América Latina, de África e zonas da Ásia, e agora estão a ser usadas com êxito contra países como Portugal. E também estão a ser usadas fortemente nos EUA contra os cidadãos e é por isso que temos o movimento Occupy. Mas a boa notícia é que as pessoas em todo o mundo estão a começar a compreender como tudo isto funciona. Estamos a ficar mais conscientes. As pessoas na Grécia reagiram, na Rússia manifestam-se contra Putin, os latino-americanos mudaram o seu subcontinente na última década ao escolher presidentes que lutam contra a ditadura das grandes empresas. Dez países, todos eles liderados por ditadores brutais durante grande parte da minha vida, têm agora líderes democraticamente eleitos com uma forte atitude contra a exploração. Por isso encorajo as pessoas de Portugal a lutar pela sua paz, a participar no seu futuro e a compreender que estão a ser enganadas. O vosso país está a ser saqueado por barões ladrões, tal como os EUA e grande parte do mundo foi roubado. E nós, as pessoas de todo o mundo, temos de nos revoltar contra os seus interesses. E esta revolução não exige violência armada, como as revoluções anteriores, porque não estamos a lutar contra os governos mas contra as empresas. E precisamos de entender que são muito dependentes de nós, são vulneráveis, e apenas existem e prosperam porque nós lhes compramos os seus produtos e serviços. Assim, quando nos manifestamos contra elas, quando as boicotamos, quando nos recusamos a comprar os seus produtos e enviamos emails a exigir-lhes que mudem e se tornem mais responsáveis em termos sociais e ambientais, isso tem um enorme impacto. E podemos mudar o mundo com estas atitudes e de uma forma relativamente pacífica. Mas as próprias empresas deviam ver que a ditadura das multinacionais é um beco sem saída. Bem, penso que está absolutamente certa. Há alguns meses estive a falar numa conferência para 4 mil CEO da indústria das telecomunicações em Istambul e vou regressar lá, dentro de um mês, para uma outra conferência de CEO e CFO de grandes empresas comerciais, e digo-lhes a mesma coisa. Falo muitas vezes com directores-executivos de empresas e sou muitas vezes chamado a dar palestras em universidades de Gestão ou para empresários e também lhes digo o mesmo. Aquilo que fizemos com esta economia mundial foi um fracasso. Não há dúvida. Um exemplo disso: 5% da população mundial vive nos EUA e, no entanto, consumimos cerca de 30% dos recursos mundiais, enquanto metade do mundo morre à fome ou está perto disso. Isto é um fracasso. Não é um modelo que possa ser replicado em Portugal, ou na China ou em qualquer lado. Seriam precisos mais cinco planetas sem pessoas para o podermos copiar. Estes países podem até querer reproduzi-lo, mas não conseguiriam. Por isso é um modelo falhado e você tem razão, porque vai acabar por se desmoronar. Por isso o desafio é como mudamos isto e como apelar às grandes empresas para fazerem estas mudanças. Obrigando-as e convencendo-as a ser mais sustentáveis em termos sociais e ambientais. Porque estas empresas somos basicamente nós, a maioria de nós trabalha para elas e todos compramos os seus produtos e serviços. Temos um enorme poder sobre elas. Por definição, uma espécie que não é sustentável extingue-se. Vivemos num sistema falhado e temos de criar um novo. O problema é que a maior parte dos executivos só pensa a curto prazo, não estão preocupados com o tipo de planeta que os seus filhos e os seus netos vão herdar. Podemos afirmar que esta crise mundial foi provocada por assassinos económicos e rotular os líderes da troika como serial killers? Penso que é justo dizer que os assassinos económicos são os homens de mão, nós, os soldados, e os presidentes das grandes multinacionais e de organizações como o Banco Mundial, o FMI ou Wall Street, os generais. Ainda há dias o “Financial Times” divulgou que os gestores financeiros de Wall Street andavam a tomar testosterona para se tornarem ainda mais competitivos. Isto faz parte do beco sem saída de que está a falar? A sério?! Ainda não tinha ouvido isso, mas não me surpreende nada. No entanto, aquilo que precisamos hoje em dia é de um lado feminino, temos de caminhar na direcção oposta e livrar-nos dessa testosterona. Precisamos de mais líderes mulheres, mulheres reais – não homens vestidos com roupas de mulher, por assim dizer – para trazerem com elas os valores de receptividade e do apoio e encorajarem os homens a cultivar isso neles próprios. Nós, homens, temos de estar muito mais ligados ao nosso lado feminino. Se fôssemos apresentar esta crise económica à polícia, quem seriam os criminosos a acusar? Pense em qualquer grande multinacional e à frente dessa multinacional estará alguém responsável pela ditadura empresarial, seja a Goldman Sachs, em Wall Street, seja a Shell, a Monsanto ou a Nike. Todos os líderes dessas empresas estão profundamente envolvidos em tudo isto e, da mesma forma, estão os líderes do FMI, do Banco Mundial e de outras grandes instituições bancárias. Detesto estar a dar nomes, estas pessoas estão sempre a mudar de emprego, por isso prefiro apontar os cargos. Eles estão sempre em rotação, por exemplo, o nosso antigo presidente, George W. Bush, veio da indústria petrolífera. A sua secretária de Estado, Condoleezza Rice, também veio da indústria petrolífera. Já Obama tem a sua política financeira concebida por Wall Street, maioritariamente pela Goldman Sachs. Mudaram-se da empresa para a actual administração norte-americana. A sua política de agricultura é feita por pessoas da Monsanto e de outras grandes empresas do sector. E a parte triste é que assim que o seu tempo expirar em Washington voltam para essas empresas. Vivemos num sistema incrivelmente corrupto. Aquilo a que chamamos política das portas giratórias é só uma outra designação de corrupção
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