sábado, 28 de fevereiro de 2015

Passos quer maioria absoluta, ou o novo "conto para crianças"....

Passos desprezou o Governo Grego gozando com o mesmo referindo-se aos seus objectivos como "conto para crianças"... agora quer uma maioria absoluta em Outubro...e só se os portugueses fossem votar alcoolizados ou drogados é que tal poderia acontecer...
Mas terão votos a mais para o mal que fizeram ao país. também o PS terá votos a mais para aquilo que já destruiu ...mas deixemos o povo português decidir. Até lá durmam sossegados...e não perturbem a ordem pública, caros amigos!

As trombetas do poder ( José Pacheco Pereira)



O "jornalismo" económico em Portugal caracteriza-se por não ser jornalismo.
 Há alguns jornalistas económicos que não merecem aspas? Há sem dúvidas,
mas são a excepção da excepção. E eles são os primeiros a saber que o são e
como são verdadeiras as afirmaçõeque aqui faço. Até porque fazer jornalismo
na imprensa económica é das coisas mais difíceis nos dias de hoje. Fica-se
sem "fontes", sem a simpatia dos donos e dos anunciantes e pode-se ficar sem
 emprego.

 A maioria que escreve na imprensa "económica" fá-lo entre páginas e
páginas feitas por agências de comunicação, artigos enviados por auditoras
e escritórios de advogados, fugas "positivas" de membros do Governo.
Quase tudo é pago nessa imprensa, mas esse pagamento não é o salário normal do jornalismo, mas o seu "modelo de negócio", "vender comunicação"
como se fosse jornalismo. É pago por empresas, associações de interesse,
 agências de comunicação e marketing, por sua vez empregues por quem tem muito dinheiro para as pagar.

 O público é servido por "informação" que não é informação, mas
publicidade e comunicação profissionalizada de agências, dos prémios de
"excelência" disto e daquilo, destinados a adornar a publicidade
empresarial, páginas encomendadas por diferentes associações,
grupos de interesse e lóbis, nem sempre claramente identificados,
anuários sem que só se pode estar se se pagar, organização de eventos
 que parecem colóquios ou debates, mas não são.

 Um cidadão que não conheça estes meandros pensa que o prémio é
 competitivo e dado por um júri isento, que as páginas especializadas são
feitas pelos jornalistas e que quem é objecto de notícia é-o pelo seu mérito e
 não porque uma agência de comunicação "colocou" lá a notícia, que
 um anuário é suposto ter todos os profissionais ou as empresas de um
sector e não apenas as que pagam para lá estar, e que um debate é para
ser a sério, ter contraditório e exprimir opiniões não para a propaganda
governamental ou empresarial. O acesso ao pódio nesses debates é
cuidadosamente escolhido para não haver surpresas, e os participantes
 pagam caro para serem vistos onde se tem de ser visto, num exercício de
 frotteurisme da família das filias.

 As trombetas do poder (2)

 Um dos usos que o poder faz deste tipo de imprensa é a "fuga" punitiva.
Dito de outro modo, se o Governo tiver um problema com os médicos,
ou com os professores, ou com os magistrados, ou com os militares, aparece
sempre um relatório, ou uma "informação" de que os médicos não
trabalham e ganham muito, que os professores são a mais e não sabem
 nada, que os magistrados são comodistas, e atrasam os processos por
negligência, e que os militares são um sorvedouro de dinheiro e gostam de
 gadgets caros. E há sempre um barbeiro gratuito para o pessoal da
 Carris, ou uma mulher de trabalhador do Metro que viaja de graça,
em vésperas de uma greve.

 As trombetas do poder (3)

 A luta contra a corrupção, seja governamental, seja empresarial, a
 denúncia de "más práticas", os excessos salariais de administradores e
gestores, a transumância entre entidades reguladoras e advocacia ligada
 à regulação, entre profissionais de auditoras e bancos que auditavam e
vice-versa, o embuste de tantos lugares regiamente pagos para
 "controlar", "supervisionar", verificar a "governance" ou a
"compliance", para "comissões de remunerações", a miríade de lugares
 para gente de estrita confiança do poder, que depois se verifica que não controlam coisa nenhuma, nada disto tem um papel central na imprensa económica.
A maioria dos grandes escândalos envolvendo o poder económico foram
denunciados pela imprensa generalista e não pela imprensa económica,
que é suposto conhecer os meandros dos negócios. A sua dependência
dos grandes anunciadores em publicidade, as empresas do PSI-20 por
exemplo, faz com que não haja por regra verdadeiro escrutínio do que se
passa.

 As trombetas do poder (4) 

Esta imprensa auto-intitula-se "económica", mas verifica-se que reduz a
"economia" às empresas e muitas vezes as empresas aos empresários e
gestores mais conhecidos. Os trabalhadores, ou "colaboradores", é
como se não existissem. Um exemplo típico é Zeinal Bava, cuja imagem
foi cultivada com todo o cuidado pela imprensa económica Agora que Bava
caiu do seu pedestal, como devemos interpretar as loas, os prémios,
doutoramentos honoris causa, "gestor do ano", etc., etc.? A questão
coloca-se porque muita da análise aos seus comportamentos como quadro
máximo da PT é feita para um passado próximo, em que teriam sido
cometidos os erros mais graves. Onde estava a imprensa económica? A
 louvar Zeinal Bava, como Ricardo Salgado, como Granadeiro, como Jardim
Gonçalves, como… Até ao dia em que caíram e aí vai pedrada. 

 As trombetas do poder (5) 

Dito tudo isto... ...a imprensa económica é uma das poucas boas novidades
na imprensa em crise nas últimas décadas. Eu, em matéria de comunicação
 social, sou sempre a favor de que mais vale que haja do que não haja,
 por muitas objecções que tenha ao que "há". Eu não gosto em geral do
 modo como se colou ao discurso do poder, servindo-lhe de trombeta, e
 isso pode vir a ser um problema, até porque esse discurso está em perda e
 os tempos de luxo para o "economês" já estão no passado.
 
O facto de ter havido um ascenso da imprensa económica ao mesmo tempo
que estalava a sucessão de crises, da crise bancária à crise das
dívidas soberanas, impregnou-a do discurso da moda, encheu-a de
epetidores e propagandistas, colou-a ainda mais aos interesses
económicos. Abandonou a perspectiva política, social, cultural,
sem a qual a economia é apenas a legitimação pseudocientífica da
 política do poder e dos poderosos. Vai conhecer agora um período de
penúria, em particular de influência, e pode ser que isso leve a
um esforço introspectivo sobre aquilo que se chamou nos últimos a
nos, "danos colaterais", agora que caminha também para essa
"colateralidade".

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A Bela e o Monstro (em versão alemã)





tanto um como outro devem estar a ouvir palavras deliciosas como austeridade, cortes, moeda única perfeita, etc e daí estarem a divertir-se. Por um momento esquecerem o Governo grego...


Zeinal Bava não lia o "tableau de bord" e "em sã consciência" não tinha informação....por isso foi o Gestor mais premiado!

 

Comissão Europeia coloca Portugal sob vigilância....ou o a teoria do " bom aluno injustiçado"....

A elevada dívida ( que resulta da austeridade imposta pela CE) e o elevado desemprego ( que resulta da austeridade imposta pela CE e UE) são as razões para Portugal ficar sob monitorização, ou seja sob vigilância.... O cinsismo é total. Os paladinos da austeridade atacam os resultados da mesma!!

Numa conferência de imprensa convocada à "última hora" - a divulgação do "pacote económico de inverno", que dá seguimento ao relatório do mecanismo de alerta de Novembro passado, estava prevista apenas para sexta-feira -, o comissário explicou que Portugal foi colocado no grupo de países com desequilíbrios excessivos sobretudo devido à sua elevada dívida.

"Em Portugal, apesar de progressos consideráveis durante a implementação do programa de assistência, permanecem riscos importantes ligados aos níveis elevados de dívida, tanto internamente como externamente, e alto desemprego, e por isso concluímos que Portugal também deve ficar na categoria de desequilíbrios excessivos", justificou Moscovici.

A situação em França e em Itália têm dominado as atenções na vertente orçamental. A ambos os países o comissário dos Assuntos Económicos pediu determinação e para que concretizem até ao fim de Abril as medidas para garantir que os défices descem abaixo do limite de 3% do PIB.

Em relação à Alemanha, a Comissão Europeia repete que o seu excedente externo é excessivo, recomendando que se aumente o investimento.

O Governo sentiu-se naturalmente injustiçado, como um bom aluno mal tratado....
 

Ganhar o que o Ronaldo ganha num ano...

Muitos anos de vida

sábado, 21 de fevereiro de 2015

"Pica do 7", António Zambujo


O euro em fase terminal ( artigo de Jorge Bateira, postado do blog Ladrões de Bicicletas)

O euro em fase terminal



Quando participei no primeiro debate televisivo realizado em Portugal sobre o euro ("Prós e Contras", 15 Abril 2013), afirmei que a moeda única iria acabar. Da mesma forma que a Inglaterra de 1931 não aguentou a política de austeridade imposta por um sistema monetário que excluía a desvalorização da moeda - no padrão-ouro, o reequilíbrio externo teria de ser alcançado por redução dos salários, a chamada "desvalorização interna" -, também nos nossos dias, um dos países sujeitos à política cruel imposta pela UE acabará por sair. O primeiro será a Grécia, os outros vão a seguir, ao ritmo do respectivo ciclo político.

Entretanto, o discurso do medo voltará às televisões. Dir-nos-ão que sair do euro é uma calamidade porque perderemos metade do poder de compra, que os bancos vão falir e perderemos as nossas poupanças, que o Estado não pagará aos funcionários públicos e pensionistas, que seremos excluídos dos mercados para todo o sempre e, argumento último de quem está inseguro, que a Alemanha nos invadirá para restabelecer a ordem. Do serviço público de televisão, gerido por comissários políticos, não se pode esperar uma informação isenta e fundamentada. Não haverá recolha de depoimentos de especialistas estrangeiros que ponham em causa o pensamento dominante, não haverá debate honesto com uma participação plural que ultrapasse o discurso partidário rotineiro. Dos canais privados também não podemos esperar que cumpram as exigências básicas de pluralismo, nem que as autoridades competentes o exijam. O que temos visto fala por si. Aliás, os analistas que ocupam o palco estão no bolso dos grupos económicos e da finança. Um governo de salvação nacional também terá de resgatar a comunicação social e pô-la ao serviço do interesse público.

Recordemos então algumas ideias simples que os portugueses não têm direito a debater nos  media de grande audiência. Quando Portugal sair do euro, todos os contratos realizados sob jurisdição nacional ficam automaticamente redenominados em novos escudos, segundo a jurisprudência internacional ( lex moneta , 1 escudo = 1 euro). Assim, todos os empréstimos bancários, depósitos, salários, pensões, preços nas lojas, etc., passam a escudos e, a partir desse dia, o Estado apenas paga e recebe em escudos. O Estado fica sem problemas de liquidez porque os seus défices - necessários para estimular a economia - ficam cobertos por financiamento interno, quer do sector privado, que procura obrigações do Tesouro para aplicações seguras, quer do Banco de Portugal, a entidade pública que emite moeda. Portanto, sair do euro significa a libertação do país dos humores dos mercados financeiros. Quanto às necessidades de financiamento em outras moedas, os últimos dias mostraram-nos que os EUA estão dispostos a ajudar para evitar o recurso aos seus rivais. Note-se que os BRIC têm agora um banco que é alternativa ao FMI. 

Um governo de ruptura deve, à cabeça, nacionalizar os bancos e instituir o controlo dos movimentos de capitais. Seria vantajoso comprá-los em bolsa, à cotação do momento, e proceder à sua recapitalização, tudo com emissão monetária. A inflação será o custo a pagar para recuperarmos a soberania. Mas será um custo transitório (inicialmente, cerca de 12%, muito menos nos dois anos seguintes) que pode ser distribuído com justiça social através de compensações a atribuir aos rendimentos mais baixos. A classe média/alta, vendo os seus desempregados recuperarem a dignidade de voltar a trabalhar em condições decentes, aceitará de bom grado alguma perda temporária de poder de compra. Como seria de esperar, o novo paradigma da política económica dará prioridade ao emprego, ao contrário da finança, que diaboliza a inflação e acha inevitável este desemprego típico dos anos trinta do século passado. 

À medida que se forem abrindo espaços de debate público informado sobre o que significa sair do euro, os portugueses ficarão cada vez mais receptivos à proposta de uma Europa de países soberanos. Por muito que custe aos federalistas, não creio que os portugueses queiram viver num protectorado sujeito a diktats.

(O meu artigo no jornal

Stefanos, artista grego, desenha a decadência e a violência da sociedade grega em notas de euro


 
 
     

 


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Poema pouco original do medo, Alexandre O, Neil


Obrigada, António Costa ( postado de Entre Brumas da Memória)



A factura do que tenho de pagar por gastar água, em Lisboa, aumentou 40,5%, exactamente para o mesmo consumo, comparativamente com a última emitida em 2014. Porquê? Porque as «Contas de Terceiros», aka Taxas, aumentaram 139%. 

Muito obrigada, António Costa. Já sabemos com o que contar quando votarem em si para primeiro-ministro

Eurogrupo dá 4 dias à Grécia... mas não é chantagem...é apenas para servir de exemplo...

Jeroen Dijsselbloem eurogrupo

Jeoren Djsselblom, o assobiador chantagista, declarou que ou aceitam o programa de extensão ou aceitam o programa d extensão, mas para tal têm de mandar um pedido escrito....Tem a Grecia um plano B?? É melhor estes senhores da finança vão dar mesmo a vacina na Grecia...para não haveer outros povos com ideias iguais...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

E a 16 Fevereiro de 1925 nascia Carlos Paredes...


Rikardo é cigano, foi notícia, e nasceu na Hungria...



Rikardo nasceu na Hungria, país , dominado por um governo de ideologia fascista... Teve azar de ter sido noticiado, e claro lá vieram os comentários racistas , xenófobos. Rikardo ainda agora nasceu, não cometeu nenhum crime , nem pode,  pois é um bebé... mas é por estas e por outras (basta ler as nojentas caixas de comentários dos sites noticiosos, com na RR, por exemplo) para vermos o ódio desta gente que está ficar fascizada. E o que é ficar fascizada: acreditar que o mal dos outros é existirem outros diferentes, que são os maus e só se desaparecerem é que o problema fica resolvido. Foi assim a segunda guerra mundial.
Vai assim ser o caminho para um conflito com contornos religiosos e fascizantes que já está em curso...
Já estou noutra: Que venha um meteorito, extinga a espécie humana e comece tudo de novo a ver se sai alguma coisa de jeito...

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Julgam que isto é a Grécia ou quê?



A última sondagem demonstra que por cá "isto" não é Grecia... CDS com quase 7 por cento? E claro saímos de PSD/CDS e lá vem o PS, sózinho ou acompanhado com alguma florzinha de esquerda na lapela....Agora sou eu que digo: depois não se queixem. Aguentem ( aliás é a nossa especialidade!!)

O arco da Governação ( Henricartoon

arco1.jpg

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Negociação entre Governo Grego e Eurogrupo, ou como o improvável acontece...Lagarde e Varoufakis ou um "romance" quase possível



A aparente simpatia (com alguma dose de sedução) entre Lagarde e Varoufakis, contrasta com o desprezo de líder do Eurogrupo que olha de soslaio para o ministro das Finanças Grego... Fotos que vão ficar para a história!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Plano do Governo Grego "Programa de Ponte": São 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha?

O ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis vai dizer aos colegas na reunião do Eurogrupo, hoje quarta-feira, que o "programa de ponte" que o novo governo grego pretende colocar em marcha assenta em quatro eixos: 10 novas reformas; excedente primário orçamental de 1,49% em 2015; trocas de dívida; e plano de emergência humanitária. As duas linhas vermelhas subjacentes ao plano Varoufakis são nem mais uma medida de austeridade e recusa de excedentes primários orçamentais superiores.
Os eixos do plano foram revelados na noite desta segunda-feira pelo jornal grego "Kathimerini" a partir de fontes do ministério de Varoufakis.
Os quatro eixos são os seguintes:
- 30% das medidas do Memorando da troika são eliminadas e substituídas por 10 novas reformas a acordar com a OCDE; Varoufakis já havia dito que 70% das medidas são aceitáveis;
- O excedente primário orçamental para 2015 é revisto em baixa de 3% para 1,49%;
- A redução da dívida grega será concretizada através de um plano de trocas de dívida;
- O plano de emergência para resolver a crise humanitária é inegociável.
No plano financeiro imediato, Varoufakis quer receber os lucros de 1,9 mil milhões de euros obtidos pelo eurosistema em obrigações gregas e emitir Bilhetes do Tesouro - títulos de dívida de muito curto prazo - até 8 mil milhões de euros acima do teto de 15 mil milhões de euros já atingido. Pretende, ainda, que seja aumentado o teto de liquidez de emergência a fornecer aos bancos gregos pelo banco central grego, o que é quinzenalmente aprovado pelo Banco Central Europeu.
 
A cartada da saída do euro desornada, pode estar mesmo na mente da Alemanha, numa lógica de punição da Grécia, e do seu povo, castigando o atrevimento de terem votado neste tipo de Governo com ideias contrárias ao seu interesse. Por aqui apostamos nesta teoria: a lógica do castigo impera claramente sobre qualquer manutenção de solidariedade entre países. O governo grego ou tem mesmo plano B ou então se se mantém na fantasia do euro as coisas não vão ter mesmo solução...para melhor!


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Germanização ou soberania ( Jorge Bateira)

Um “euro bom” não é mais que a fantasia das esquerdas tradicionais na sua fase terminal
Não sabemos se o Syriza está preparado para enfrentar a tempestade que desencadeou quando, no primeiro dia do seu governo, reverteu algumas das "reformas estruturais" impostas à Grécia e pôs termo à intervenção da troika. Terá um plano B? Ao contrário do que pensa alguma esquerda, a questão central nesta dura negociação não é a reestruturação da dívida pública grega. Ao quarto dia do novo governo, logo se percebeu que o acordo sobre a dívida é viável através de um reescalonamento dos pagamentos que tenha em conta o crescimento da economia, portanto sem corte no montante em dívida, para salvar a face dos credores. Esta fórmula seria aplicável aos restantes países devedores, o que tornaria supérflua uma conferência europeia sobre a dívida das periferias da zona euro, a maior bandeira das esquerdas do "euro bom".
O núcleo central do confronto entre a Grécia e a Alemanha, apoiada por vários governos colaboracionistas (incluindo os de Portugal e Espanha), reside na política económica da troika, com que o governo do Syriza rompeu. É aí que a Alemanha não vai ceder e já o disse num documento apresentado aos ministros das Finanças da zona euro: a Grécia deve continuar sob controlo da troika, regressar às reformas estruturais, despedir 150 mil funcionários públicos, manter o programa de privatizações, gerar um excedente orçamental primário de 3% este ano e de 4,5% no próximo, etc. De facto, este é o núcleo central do Tratado de Lisboa e do Tratado Orçamental, a visão do ordoliberalismo para a Europa de que a Alemanha não pode prescindir porque tal significaria o seu suicídio político, interno e externo. Há demasiada ingenuidade nas esquerdas que pedem a Berlim mais lucidez, mais sangue-frio na sua atitude negocial. Não conseguem entender que o jogo político não obedece apenas a uma racionalidade contabilística de benefícios e custos; está também imbuído dos valores e crenças que são o núcleo (certamente evolutivo) da cultura de um Estado-nação. Por isso, ou o Syriza capitula no essencial, a política económica do novo governo, ou a Grécia será expulsa do euro via BCE. Um "euro bom" não é mais que a fantasia das esquerdas tradicionais na sua fase terminal.
O Bloco de Esquerda e a esquerda que quer fazer o PS virar à esquerda - qual bom escuteiro que quer ajudar a velhinha a atravessar a rua, apesar de não ser essa a sua vontade - não entendem que os tratados da UE estão formatados segundo os princípios do pensamento ordoliberal alemão e do constitucionalismo económico de Hayek. Isto significa que as regras de organização da economia da zona euro (o essencial da UE) estão blindadas contra as flutuações do ciclo político. Quaisquer que sejam as orientações ideológicas dos governos eleitos na UE, as normas reguladoras da economia e da política económica não podem mudar. A soberania dos estados-membros não está nem estará sujeita a uma soberania de nível superior (democracia federal), porque não há, e não é imaginável que venha a haver, um povo europeu. A soberania dos povos da UE está hoje sujeita à legalidade de um tratado que carece de legitimidade por ausência de um soberano que, senhor da última palavra, diga o que é justo ou injusto nas suas regras (ver Jacques Sapir, "Constitutions, souveraineté et Grèce"). Em suma, a UE é radicalmente antidemocrática e, mais do que nunca, isso hoje está à vista de todos. Uma estratégia de "mudança por dentro" é uma estratégia inviável, pela simples razão de que, se por mera hipótese a Alemanha fosse derrotada, isso significaria a imediata implosão da UE.
Se a minha leitura estiver certa, a celebração de um acordo entre a Grécia e a UE apenas suavizará a austeridade, não permitindo ao governo executar a política económica de que o povo grego está à espera. Em alternativa, o Syriza pode estar determinado a não ceder na política económica de que a Grécia precisa, mas então devia ter preparado o povo para uma expulsão da zona euro. No primeiro caso, estaríamos perante uma tragédia política. No segundo caso, perante a continuidade da velha forma de fazer política

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

BCE aplica a primeira "vacina" fecha financiamento aos bancos gregos...

Temos afirmado aqui no tripalio: a teoria da vacina é mais provável a ser dominante. A questão é: quem manda? O Capital. quem são os mestres do Capital? BCE, Alemanha e os restantes fdps que nos comandam....Permitiriam estes bárbaros de gravata que a Grecia fosse a vedeta da renegociação ou do perdão da dívida? Muito improvável se não mesmo impossóvel. este poder instalado na UE tem uma missão: mostrar que o capital e os países poderosos é quem mandam. Eles são os bons , os do sul os maus, como tal o plano vai andar. E a Grecia a mal ou a bem vai ter de sair do euro. E cheira que esse é o plano de BCE/ Merkel e outros donos dos da Europa. E porquê Só a Grecia? porque não quer seguir as regras ortodoxas de miséria , ao contrário de Portugal, Irlanda e Espanha que caninamente ( uns mais que outros, o nosso Governo mais e mais....) seguiram a ortodoxia europeia. O plano B vai mesmo ter de existir e espero sinceramente que o Governo Syriza o tenha e não fique agarrado à lenga lenga de querem permanecer no euro....
O sr Draghi disse que faria tudo para salvar o euro, lembram-se. Se for preciso expulsam um país e borrifam-se nas consequências....

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Maria Ferreira morreu à espera de Medicamento para Hepatite C

Maria Ferreira viveu duas décadas com hepatite C. O último, o de 2014, foi passado quase por completo no hospital, onde se submeteu a internamentos prolongados devido à cirrose. A última vez que foi hospitalizada foi a 16 de dezembro, uma estadia que se prolongou até sexta-feira, 30 de janeiro.
  
O filho, David Gomes, tem dificuldades em perceber a espera prolongado, e explica que a sua mãe aguardava desde fevereiro o Sofosbuvir, um medicamento inovador com taxas de cura acima dos 90%, mas que tem um elevado preço.

“Tudo isto revolta e vou até às últimas consequências, até porque a minha mãe tinha hepatite C por causa de cirurgias e transfusões que fez no Serviço Nacional de Saúde. Não teve culpa nenhuma e só não falei do caso antes porque, infelizmente, achava que tínhamos mais tempo, pois apesar de ela todas as semanas tirar litros de líquido da barriga havia pessoas mais velhas que sobreviveram mais tempo. Agora que sirva para ajudar outros”, afirma David Gomes,

O filho de Maria garante que a necessidade do medicamento foi tema debatido durante as consultas da mãe, mas o desejado tratamento foi sempre pouco mais que uma miragem.
Ao Público, o conselho de administração do Egas Moniz refere, por escrito, que a doente era seguida há quase uma década anos no Serviço de Gastrenterologia, mas que a doente, desde 2008, foi recusando tratamentos convencionais para a hepatite C.
Estes, segundo as fontes hospitalares teriam “resultados muito favoráveis para o genótipo que a doente apresentava, terapêutica esta que a doente sempre recusou, tendo a doença evoluído, sem tratamento específico, durante cerca de seis anos”. David Gomes lembra, todavia, que a mãe tentou a terapêutica, mas foi forçada a abandoná-la por considerar que tinha “muitos efeitos secundários”.
Ainda assim, o hospital assegurou que o primeiro pedido para o medicamento foi recebido pela Comissão de Farmácia e Terapêutica do centro hospitalar em julho de 2014.
O pedido foi aceite em janeiro, mas nessa altura a paciente já estava “internada em situação extremamente crítica, e por acentuada deterioração do seu estado clínico, com necessidade de cuidados intensivos do foro gastrenterológico”, pelo que foi transferida para Santa Maria, “onde existe a única unidade de cuidados intensivos deste tipo no país”.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Pobreza é "eco" diz Passos Coelho...

Com 2,7 milhões de pessoas em risco de pobreza e metade das população portuguesa nessa situação se não recebessem apoios sociais está aqui o retrato do Portugal empobrecido e deprimido. E ainda bem que não somos a Grecia....Para Passos é apenas o eco, talvez o eco da sua ortodoxia e estupidez.

E o PS diz que não é o PASOK....

Assustados com a cacetada eleitoral que levaram os seus "irmãos " "socialistas" ( sempre entre aspas que de socialistas, ambos, têm pouco)  gregos, por cá António Costa apressa-se a dizer que o PS não é PASOK.... mas das poucas propostas que se ouvem , por exemplo , o regresso da mobilidade especial, fazem muto pouca diferença do que está em curso... O PS , conhecendo o povo português, que se satisfaz com pouco e dado lentamente, quer austeridade mais vagarosa e um chupa chupa de vez em quando para calar o povo. As medidas do Costa como o do fim da circulação dos carros mais antigos provam que são muito amigos dos trabalhadores pobres e remediados... Para disfarçar lá terá de pedir amizade aos Livres e outras coisas modernas que por aí andam...