sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O novo escandalo nacional- Portugal e Suécia são os únicos que pagam 100 por cento o ensino obrigatório...

Diário Económicodaqui se vê que esta comunicação social está articulada com o Governo na sua obra de destruição.um dia depois de Passos falar em pagar propinas para o secundário, logo aparece este "esacandalo" nacional, de que somos iguais á Suécia na educação gratuita.... é de facto um escândalo e escândalo maior vai ser quando a miséria e a fome alastrarem e a Escola não conseguir combater essa miséria. Depois comparem nos com a Suécia...

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Congresso PCP: muitos apostavam na sua extinção, mas aí está o PCP em mais um Congresso!

Cartaz do XIX Congresso PCPMuitos diziam há uns anos atrás que o PCP iria desaparecer, pulverizar-se dentro das "modernidades democráticas". Mas de facto o PCP não foi em modernidades e modas. Fez bem , pois de outra forma desapareceria. Criticou com visão a UE , e destruição da pesca, da agricultura , da industria. Criticou sózinho, contra a moda da altura. Criticou e discordou da entrada de Portugal no euro, e mais uma vez quase sózinho. Hoje muitos lhe dão razão. Criticado pelos radicais por ser macio, e pela direita e pelo PS por perturbar a acção governativa, através da luta organizada. é um caminho que terá de fazer, talvez um pouco mais acompanhado pois muitos já viram o filme de terror que nos espera. Um filme de terror capitalista. Amanhã começa mais um congresso veremos como a comunicação o tratará. Cá estaremos no tripalio a assistir o que for possível....E vai fazer urticária a muita gente!

Palestina, estado soberano....

Os israelistas, ocuparam, invadiram, colonizaram, os palestinos resistiram, hoje tiveram uma vitória assinalável!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Comportamento Geral, Gonzaguinha


Passos Coelho mantém a fé na austeridade....

Em entrevista no entrangeiro, Passos Coelho disse manter a fé, manter a fé na austeridade. e compreende- se: só a austeridade permite baixar incessantemente os custos de trabalho, só a austeridade permite destruir a economia e depois dizerem que há restaurante a mais, saude pública a mais, segurança social a mais, escola pública a mais. Depois de destruirem a economia, baixarem o PIB vários pontos percentuais: dirão felizes : estado docial morreu. Então a sua fé terá razão de ser.... cabe a cada um de nós contariar este destino!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Manifestação da CGTP de dia 27 foi pacífica mas isso não é notícia...

 Só a violência é notícia para esta comunicação social feita de abutres. Eles andaram a semana toda a picar, a dizer que buuuu vinha aí os violentos, mas afinal não foi, nem deve ser. A que leva a violência de uns contra os outros? A nada. Muitos acusam a CGTP de fazer passeatas, mas esses mesmos nada fizeram anos a fio, nem passaeatas , foi mais sonecas profundas...

Pode Acreditar, Marcelo D2/Seu Jorge


Carta de Passos Coelho ao pai Natal

Querido Pai Natal,


Tenho sido bem sucedido a empobrecer o povo português. tenho conseguido que milhares de jovens saiam do país, deixando este país para os velhos e para os mediocres , no qual me incluo. A minha missão tem sido prossseguida com azáfama, pois tento demolir tudo o que se pareça com direitos, por forma que os tugas comprendam : que não há esperança para eles e serão escravos no seu país.
E consigo manter o meu ar seráfico quando digo as maiores mentiras, espero que não me castigues pois é tudo a bem da nação. Como prenda peço te que quando destruir o país todo, possa ter um lugarzito no estrangeiro, pois isto por aqui está ficar muito mal frequentado, com muitos pobres e pessoas desesperadas. Esperando ser atendido, o sempre teu, Passos Coelho

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Soares dos Santos abre 40 clínicas em Centros Comerciais, eis uma pista porque querem destruir o estado social...

O conceito é importado dos Estados Unidos da América, onde este tipo de serviços nasceu colado às farmácias, que normalmente se implantam em centros comerciais, e permitem aos consumidores incluir os cuidados de saúde na lista de serviços a que têm acesso quando vão a uma grande superfície

É fácil, é barato e pode vir a dar milhões. A nova área da sociedade Francisco Manuel dos Santos, a saúde, abriu em Julho, através de quatro clínicas inseridas num projecto-piloto que pretende chegar às 40 unidades a médio prazo, num investimento inicial que rondou os 4 milhões de euros.
O objectivo? Criar um atendimento de proximidade em centros comerciais que proporcione aos utentes um médico de família e algumas valências extra, como a saúde oral, o nutricionismo e a podologia, sete dias por semana, das dez da manhã às dez da noite.

Nota de tripalio: para quem ainda estiver a dormir, esta é a pista. querem destruir a saude pública para depois estes senhores ocuparem o espaço e aparecerem como salvadores...e ganharem milhões. Depois virão as Jonets dizer que o estado social é insustentável, o que é sustentável é sustentar esta cambada de parasitas que querem ganhar dinheiro à conta da destruição do SNS....

Violento é Orçamento de Estado 2013


Miguel Frasquilho coitado até está contra os impostos, mas só os baixa quando deixar de existir estado social

Hoje os deputados do PSD liderados por este frasco de merda, entregaram um doc que mostra a sua grande preocupação com os elevados impostos, mas este frasco e outros frascos iguais a este , só acham que se pode baixar impostos depois de destruirem a saude, a segurança social e a escola pública ( as ditas funções sociais do estado). São uns autenticos trogloditas de fato e gravata!

sábado, 24 de novembro de 2012

Ser como a Abelha...

Nos dias que correm ficamos todos desorientados, o que fazer? Cair na onda depressiva? Entrar em fúria e atirar calhaus como os jovens em conjunto com os polícias infiltrados na Manif ? Não, caros tripalianos, temos de ser como a abelha: construir a alternativa, construir as pequenas e grandes lutas, dar a esperança de que não vai ser sempre assim , que isto vai mesmo dar a volta um dia, explicar que o dinheiro e seus amigos querem uma sociedade nova, sem direitos, e que nós ( todos) não podemos permitir. Construir com paciência, ajudar os que estão em desespero, tentar a unidade possível com as pessoas justas, andar de sítio em sítio semeando , para um dia a mudança suceder. é só este o caminho, não vejo outro , mas posso estar enganado. Temos de por as cabeças habitualmente seguidoras do Centrão a questionar:
- é possível continuarmos no euro, sem definharmos totalmente?
- é possível manter o memorando a troika, onde iremos pagar loucuras e destruir tudo o que ainda temos?
- é possível aceitar a indignidade que nos querem impor?

Por mim acho que não, para dar a volta vai ser necessário muitos a explicar, porque a TV e outros ajudarão a enganar....

Calcule o seu IRS 2012/2013 já com a sobretaxa de 3,5 por cento.


Calcule o Seu IRS através simulador feito pelo Economista Eugénio Rosa- link aqui:

http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2012/SIMULADOR-IRS-2012-2013-VERSAO-sobretaxa-3-5.xls

The power to belevie, King Crimson

Para relaxar, apreciar e viajar....

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cavaco ironiza e revela-se concorrente às Produções Fictícias... e é evidente que não envia Orçamento para fiscalização preventiva!

"Até aqui, boa parte dos portugueses pensava que o Presidente da República estava a meditar, a refletir sobre a próxima visita a Portugal da senhora já bem conhecida de todos, amada por muitos, a que carinhosamente os portugueses chamam de troika, outros estariam a pensar que o Presidente da República estava a refletir sobre se o aumento de impostos era enorme ou gigantesco, outros pensariam que o Presidente da República estava a refletir sobre os novos apoios que a chanceler Merkel podia trazer para Portugal na sua próxima visita ao país e outros poderiam estar a pensar que o Presidente da República estava a refletir sobre o que fazer relativamente às pressões de vinte corporações e mais de cem individualidades para que ele enviasse o Orçamento do Estado para o Tribunal Constitucional", declarou.
No mesmo tom irónico, Cavaco continuou: "Outros estariam a pensar que o Presidente estaria a refletir sobre o consenso político que foi possível estabelecer entre as forças políticas do arco da governação sobre a forma de realizar a reforma das funções do Estado, outros podiam estar ainda a pensar que o Presidente estava a refletir sobre se a transmissão televisiva dos jogos de futebol em canal aberto fazia ou não parte da definição de serviço público de televisão, mas agora, depois de ter quebrado o meu silêncio, os portugueses dirão que afinal ele estava apenas a refletir sobre a forma de evitar a sua presença na cerimónia de atribuição dos prémios Gazeta do Clube de Jornalistas".
 
Nota de tripalio: porque é que não achei piada? talvez porque este tipo é padrinho desta mafia toda!

mais uma vez: chefias do ISS,IP nomeadas sem concurso....por substituição da tanga!

Atendimento Telefónico da Segurança Social [Abre em nova janela]começou! as nomeações de chefes de equipa e de chefes de sector sem concurso continuam a ser a regra no ISS,IP. Afastam-se uns ( alguns deles deram muito esforço à Segurança Social), promovem-se outros... enfim não está em causa as pessoas. O método é que execravel: sem concurso, contrariando a conversa oficial que os chefes na AP ia ser tudo por concurso. ler as deliberações é de rir: todos os chefes são nomeados em substituição... mas em substituição de quê e de quem???? Neste processo uns ficam calados porque ficaram calados, outros torcem os narizes ( os que são afastados). a conversa de que agora é que era: só por concurso é que se chegava a chefia intermédia era tanga, como sempre suspeitavamos....

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Menos 1800 urgências /dia... andavam a ficar doentes acima das possibilidades

As pessoas não têm dinheiro, não têm dinheiro para taxi, não têm dinheiro para a ida ao médico à urgência. Ou andavam a ficar doentes acima das possibilidades, ou vão viver abaixo das possibilidades e morrer mais cedo. A última é o mais certo!

Os 4 mil milhões e o caminho rápido para o desastre....

vai ser rápido porque já vamos em ritmo acelerado,
vai ser simples de ver em janeiro, com a brutal quebra do consumo, já habitual em janeiro mas agora mais agravada. Na sequência do desastre vão feitos cães, destruir a administração central e local, destruir hospitais que funcionam bem ( exemplo Maternidade Alfredo da Costa para fechar até Dezembro 2012 e Instituto Gama Pinto, do melhor e também para fechar). vão fechar o que for de melhor na adminstração pública e vão despachar aos milhares , com consequencias para os depauperados serviços de saude, educação e segurança social. as Autarquiastambém não escaparão. eles têm ódio`à função pública, destilam ódio e fel contra os trabalhadores e desejam nos devidamente escravizados e sem resistência alguma. eles querem uma sociedade nova, de trampa é facto, mas nova, em que a palavra direito seja abolida .
Vai ser muito rápido e acelerado o caminho para o desastre. esta gente que manda em nós vai ter medo em andar na rua....os moderados passarão a deseperados e a radicais, os radicais passarão aos actos parvos e perigosos.
Anível dos apoios sociais as IPSS estão já recusar pessoas que não conseguem pagar e aceitar os que antes eram da classe média alta, ou remediada. as IPSS estão a deixar de ser para os pobres, essa tendência vai aumentar gravemente ficando uma miséria ao abandono.
Esta gente tem de ser travada, esta gente vai matar muito povo, sem direito à saude, sem direito às condições básicas. outra notícia abafada é o aumento das rendas que estão a chegar, muitas delas ilegais... 13 mil queixas até agora segundo a DECO,um desatre nunca vem só, estes filhos da p consertaram tudo para fazer uma mudança de sociedade. Há muita cabeça que vai lembrar se dos avisos acerca do desastre que estava pronto. Será tarde? Nunca é tarde e um dia vai ter de haver mesmo uma mudança em Portugal e na Europa!

Esta depressão que me anima, A NAIFA


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Um estigma chamado Cavaco

Após anos a destruir a produção nacional, Cavaco, tem um ataque de cinismo e afirma:


"Numa altura em que urge criar riqueza no país e gerar novas bases de crescimento económico, é necessário olharmos para o que nos esquecemos nas últimas décadas e ultrapassar os estigmas que nos afastaram do mar, da agricultura e até da indústria, com vista a produzirmos em maior gama e quantidade produtos e serviços que possam ser dirigidos aos mercados externos

Para celebrar o Dia da Televisão

 
Cada vez vou usando outros meios, ou ler , ou ouvir rádio,internet,  a intoxicação também está lá, mas a TV abusa com o massacre... é deprimente!

Vitor Gaspar e Carlos Moedas: para onde vão depois da destruição do país? Post para memória futura!


Há aqui gente que depois do trabalho de destruição do país não fica cá certamente. Destroiem , privatizam, põem o país em colapso e depois vão para as suas empresas amigas, para as Goldman Sachs ou algo parecido, para continuarem a sua obra prima de destruição desumanidade. Este é um post para memória futura. estes dois animais do dinheiro têm lugar assegurado certamente!

Meu Deus , o estado gasta 4011 euros por aluno por ano, e ainda acham muito...vai (re)começar o bombardeamento sobre a escola pública!

O Estado gasta em média 86.333 euros por ano com cada turma do ensino público, tendo em conta os 2º e 3º ciclos e o secundário, o que dá 4.011 euros por aluno, segundo um estudo hoje divulgado...Quanto a mim é um valor normal, aliás quem tiver um jovem na escola privada não paga menos que quatrocentos euros por mês, e não paga só 12 meses. Por isso não me venham vender a tanga que o privado é mais barato., bla, bla e que o estado pouparia dinheiro se fossem os privados a fazer o serviço....
Estes estudos são para o caminho ir todos no sentido do cheque-ensino,e só não vê quem não quer. Da escola pública o PS fez um negócio para os seus amigos com as obras faraónicas da Parque Escolar e o PSD vai destruir o que o PS não conseguiu,ajudando os seus amigos do ensino privado,  empurrando os alunos para o ensino privado que está a minguar a olhos vistos

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vai recomeçar o bombardeamento sobre os funcionários públicos...

Preparem se como podem : depois de terem levado com redução de salários , de subsídios de férias e natal, de terem despedido milhares de contratados a prazo, Gaspar anunciou o bombardeamento final:
mobilidade especial simplificada ( meia bola e toma lá e fica em casa com metade do salário), aumento do horário de trabalho (a fonte de inspiração é o acordo dos médicos, com 40h , levam com elas quer queiram, quer não), redução de efectivos onde a penuria á regra, ou seja saude , educação e segurança social. Gaspar lança a discussão , para fazer o Estado aspenas para os ultra necessitados. Para isso quer reduzir cuidados de saude, destruir segurança social e a escola pública. O bombardeamento vai (re)começar....

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Bulls on parade, Rage Against the Machine


"Alívio" Governamental...

O primo do Obélix
Andam a falar em recuo, como se disso se tratasse, como se tudo não estivesse previamente programado...Vamos todos agradecer ao CDS por este recuo!

MAS: é divertido ler os estatutos do MAS...

O tripalio é favorável à existência pluralista de partidos, em especial , partidos divertidos como o MAS... No MAS, quem não pagar a quota ao terceiro mês passa de militante a simpatizante ( com esta crise , pessoal, corre o risco de não ter nenhum militante...), e perde direito a voto...têm o centralismo democrático, com direito de fracção...têm uma comissão de moral para ver se os camaradas andam a ser revolcionários qb, mas só lendo. aqui se prova que os subprodutos são sempre muito mais divertidos que os produtos originais... Leiam e deliciem-se. E confirmem no site deles! E querem unir a esquerda!


Artigo 1º – Definição e objectivos
O MAS (Movimento de Alternativa Socialista) é um partido empenhado na luta contra a exploração capitalista e todas as formas de opressão. O objectivo do partido é mobilizar os trabalhadores e trabalhadoras, a juventude e os explorados para alcançar o Socialismo e o Comunismo. Entendemos por Socialismo uma sociedade em que o poder é exercido democraticamente pelos trabalhadores, e por Comunismo uma sociedade sem classes e sem Estado. Isto implica o repúdio quer das experiências de gestão do capitalismo protagonizadas pela social-democracia (governos PS), quer dos regimes totalitários dominados por um partido único estalinista (como aconteceu em vários sítios do mundo com os PCs). Não somos anti-capitalistas apenas na retórica: a democracia capitalista mais não é para nós que outra face da ditadura dos mercados, pelo que não depositamos nela qualquer esperança. Defendemos uma alternativa socialista à escala mundial, única salvação para a Humanidade perante a barbárie capitalista.

Artigo 2º – Símbolo
O Símbolo é composto pelas letras MAS, acompanhadas pela imagem de uma estrela vermelha em forma de cravo. Debaixo da sigla está escrito, por extenso, o nome do partido: Movimento de Alternativa Socialista.

Artigo 3º – Âmbito
Esta luta é internacional e o MAS trava-a no quadro da LIT (QI) – Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional – como sua secção portuguesa.
1. Salvaguarda-se a possibilidade de, individualmente, existirem membros plenos do partido que não se considerem filiados internacionalmente.

Artigo 4º - Jornal
O Jornal Ruptura é o órgão oficial do MAS.

Artigo 5º – Militantes
O MAS conta com militantes, simpatizantes e amigos da organização.
1. Os militantes do MAS são aquelas e aqueles cuja integração tenha sido votada no respectivo núcleo ou directamente pela Comissão Executiva e que:
a) pagam pontualmente as quotizações ordinárias e extraordinárias necessárias para assegurar os recursos económicos da organização;
b) divulgam a imprensa partidária;
c) contribuem para a discussão da orientação partidária;
d) militam num núcleo partidário e assistem regularmente às suas reuniões, salvo quando residam ou trabalhem em áreas onde tais núcleos não existam;
e) quando for impossível a frequência assídua às reuniões de núcleo, por motivos reconhecidos pela organização, o militante será incluído formalmente num núcleo, devendo ter um plano específico de atendimento pela direcção da organização e devendo cumprir os restantes critérios acima referidos.
Artigo 6º – Deveres dos militantes
Cada militante deverá fixar uma quota. As quotizações serão pagas entre os dias 1 e 8 de cada mês.
1. Após dois meses sem pagamento de quota, e caso se verifique simultaneamente ausência às reuniões de núcleo, é retirado o direito de voto ao militante (salvo nos casos excepcionais analisados pela organização);
2. O camarada em questão será advertido de que se encontra na eminência de passar de militante a simpatizante, o que deverá acontecer no final do 3º mês, caso a situação não seja rectificada.

Artigo 7º – Direitos dos militantes
Todo o militante terá os seguintes direitos:
a) criticar, no seu núcleo, o trabalho ou orientação partidários do conjunto da organização, de qualquer dos seus organismos ou de qualquer militante em particular;
b) durante os períodos de pré-congresso, organizar-se em fracção ou tendência para defender as suas posições, nomeadamente em Boletim de Discussão Interna, fazendo com que as suas críticas ou propostas cheguem à direcção;
c) eleger e ser eleito para cargos de direcção.
d) apelar e dirigir-se à Comissão de Moral em assuntos da sua competência.
Artigo 8º – Simpatizantes e amigos
Além de militantes, o MAS tem também organizados os seus simpatizantes.
1. É simpatizante aquele que:
a) concorda com e acompanha a política geral do partido;
b) contribui anualmente com um contributo financeiro para o partido;
c) contribui, sem obrigatoriedade e sem regularidade definida, para a divulgação da política do partido e execução de algumas tarefas partidárias;
d) compra regularmente o Jornal RUPTURA;
e) está convidado a todas as actividades externas do partido e a todas as actividades internas com carácter aberto, com direito a voz sempre que este não impeça o mesmo direito por parte dos militantes e sem direito a voto.
2. Os amigos da organização são aqueles que, de alguma forma, lhe expressem o seu apoio ou solidariedade.

Artigo 9º – Regime interno de funcionamento
O regime interno está determinado pelos princípios e a prática do centralismo democrático, que significa a mais ampla democracia interna (em particular, o direito de tendência e de fracção) e, por sua vez, a mais rigorosa disciplina na acção: subordinação da minoria à maioria, dos organismos inferiores aos superiores e de cada um dos membros do partido; em contrapartida, existe a mais livre discussão entre todos os membros das questões mais importantes, o controle da organização sobre os seus organismos dirigentes e a eleição dos mesmos, bem como de qualquer responsável, de baixo para cima. Por sua vez, existirá uma disciplina única e uma direcção centralizada.

Artigo 10º – Órgãos
São órgãos do MAS:
a) o Congresso Nacional
b) a Comissão Nacional e Comissão Executiva
c) o Núcleo
d) a Comissão de Moral

Artigo 11º – Congresso Nacional
O Congresso é a máxima autoridade da organização e as suas decisões são irrevogáveis até à realização de um novo Congresso. O Congresso reunir-se-á, no máximo, de dois em dois anos, e nele se decide a política da organização, através dos documentos programáticos adoptados pelos delegados do conjunto da organização democraticamente eleitos nos respectivos núcleos.

1. Com três meses de antecedência relativamente à data fixada para a realização do Congresso Nacional Ordinário pela Comissão Nacional, deverá este organismo abrir o período de pré-congresso, editando em Boletins de Discussão Interna destinados ao conjunto dos militantes os documentos que lhe sejam apresentados no quadro desse debate.
2. O Congresso concederá tempos de contra-informe iguais aos da direcção a qualquer tendência ou fracção que seja apoiada por um mínimo de 5 % dos militantes.
3. O Congresso Nacional Extraordinário tem atribuições idênticas às do Congresso Nacional Ordinário e pode ser convocado por metade da Comissão Nacional ou a pedido de um terço dos militantes.
4. O Congresso Nacional será organizado por um regulamento interno aprovado em CN, estabelecendo, nomeadamente, a proporção de delegados em função do número de militantes.

Artigo 12º – Comissão Nacional
1. A Comissão Nacional é constituída por treze elementos eleitos individualmente pelo Congresso Nacional e que se mantêm em funções até ao Congresso Nacional seguinte. A CN é eleita por voto secreto.
2. As reuniões da Comissão Nacional terão periodicidade máxima de 2 meses.
3. A CN elegerá uma CE (não superior a cinco elementos), que terá um funcionamento semanal e será responsável pela edição do jornal;
4. A CN tem obrigatoriamente um responsável pelas finanças do partido, o qual elabora, pelo menos uma vez por ano, um relatório acerca da situação financeira do partido.
5. A CE deverá eleger um Secretariado com funcionamento quotidiano; o Secretariado deve ser responsável pela edição de uma Circular Interna onde se dê conta das orientações políticas para os diversos sectores de intervenção e os respectivos balanços das actividades;
6. Tanto a CN como a CE podem realizar cooptações ou convidar individualmente militantes para participarem nas suas reuniões – em ambos os casos com direito a voz mas sem voto.

Artigo 13º – Núcleos
O núcleo é o organismo de base do MAS.
1. Cada núcleo terá um mínimo de três militantes.
2. O núcleo tem como objectivo fundamental levar à prática a política da organização. Através da sua actividade, dos balanços da mesma, da discussão da linha geral da organização e das opiniões e propostas que elabore e eleve aos organismos de direcção, o núcleo contribui para a elaboração da linha partidária.
3. O núcleo reunirá, obrigatoriamente, de quinze em quinze dias, de preferência em dia fixo, mas com a orientação de todos os núcleos passarem a reunir semanalmente, logo que possível. A direcção do núcleo ou um terço dos seus membros podem convocar uma reunião extraordinária quando acharem necessário. O núcleo terá ainda a responsabilidade de eleger uma direcção de núcleo;
4. A direcção do núcleo tem as seguintes obrigações:
a) preparar as reuniões, propor uma ordem de trabalhos e organizar o debate;
b) informar o núcleo das resoluções, actividades e propostas dos organismos de direcção do Partido e fazê-las cumprir.
5. Os núcleos poder-se-ão organizar em direcções regionais, que coordenam a actividade e a aplicação da política elaborada pela CN e pelo CE nos vários núcleos existentes numa região.

Artigo 14º – Comissão de Moral
A Comissão de Moral deverá ser um instrumento mais do partido na luta para o preservar da pressão decadente da sociedade burguesa sobre os seus militantes (machismo, racismo, corrupção, autoritarismo, etc.) e será constituída por três elementos eleitos pelo Congresso com as funções de responder, analisar e decidir sobre assuntos relacionados com o comportamento e moral revolucionária e de classe dos seus militantes no interior e fora da organização. As decisões da CM são de acatamento obrigatório pelos organismos e militantes do partido e qualquer militante poderá recorrer das suas decisões para o Congresso Nacional. Os membros da CM são convidados às reuniões da CN, com direito de voz, mas sem direito de voto.

Artigo 15º – Alterações aos Estatutos
Os presentes Estatutos apenas poderão ser modificados em Congresso Nacional, por maioria simples.

Artigo 16º – Casos Omissos
Os casos omissos do presente estatuto serão decididos pela Comissão Nacional.

A austeridade de Gaspar, Passos e Portas é feita de propósito para falhar...

A austeridade é feita de propósito para falhar, para que , se apliquem medidas em cima uma das outras, com aquela desculpa " Eh pá , isto correu um pouco ao lado, portanto corta agora aí mais um pouco". agora mais cortes de 4 mil milhões.... E caros amigos , a mobilidade especial vai ser simplificada, deve ser tipo toma lá uma carta e já estás a levar com metade do ordenado. Vai ser à pazada em cima dos Fps incrédulos, muitos deles já perceberam que são o alvo abater, outros ainda andam com aquela conversinha encolhida...do vanmos lá ver se escapamos. temos pena, muita pena mesmo, mas tenho a sensação que isto vai ser conduzido à bruta, à besta. E se o Governo não cair destroi tudo o que mexer, porque é como um animal agonizante , portanto mais perigoso...

domingo, 18 de novembro de 2012

Europa em recessão: a austeridade como instrumento para destruir o modelo social europeu.

 
A europa está em recessão. A Alemanha com crescimento rídiculo de 0,2. Então questionemo nos porque insistem neste caminho. a resposta para mim é óbvia. E a resposta está no que andam a dizer e fazer em Portugal ( não é preciso ir mais longe). a austeridade é a arma para acabar com o modelo social Europeu... a europa é ainda um dos poucos locais do mundo onde há saude publica , escola publica, segurança social publica de qualidade. Só impondo uma austeridade brutal, recessiva, levando a quebras do PIB dos países, podem afirma: Meus cidadão europeus , não há dinheiro para o modelo social. Temos de vançar para o modelo selvagem. E por isso não vemos , nem alemanha, nem França, muito preocupados com a recessão. A recessão é fundamental para criar um novo modelo de sociedade, construida e desenhada nos encontros da UE, do Clube Bilderberg e noutros locais. A conversa oficial triunfante destes gajos vai ser: a culpa do falhanço da Europa foi o modelo social europeu ( em vez de culparem a austeridade, o euro, os tratados liberais assinados....)

Luta de trabalhadores e utentes, contra os cortes e a privatização da saude em Espanha


Cartazes dizem: “Privatização = Negócio = Menos Saúde” e “Não aos cortes”
Foto: SUSANA VERA / REUTERSEm espanha, como cá a agenda é a mesma: privatizar a saúde! aplicar cortes sem dó nem piedade, provocar o seu colapso, para depois privatizar a saude, com as consequencias que ficarão mais claras. A saude , a seguir ao negócio das armas, é o negócio mais rentavel... por isso mesmo a gula. Mas os povos começam a lutar significativamente, e a vamos provar que a luta transforma e transforma mesmo  a realidade social.

Ultima sondagem: um povo que continua a querer votar acima das possibilidades

 
Muita coisa mudará no país esturrado pela austeridade. Os protestos de pacíficos passam a violentos, as pessoas de remediadas passam a pobres, os ricos , mesmo ricos ficam mais ricos. Este é o processo. Mas as sondagens sobre intenção de voto curiosos e número estranhos. quase 70 por cento diz que o Governo é pior do que estavam à espera.... até fico a coçar a cabeça. Mas esperavam o quê desta gente?. Agora mais uma vez voltam-se para o PS ( o mesmo partido que nos megulhou nas PPPs, nos negócios mafiosos do Sócrates), o que significa que o país empobrece mas o povo não tem transformação. é assustador, e não tem qualquer mudança....
Ou seja dizem que vivemos acima das possibilidades, eu acho que vamos continuar a votar acima das possibilidades...

sábado, 17 de novembro de 2012

Meus Caros Portugiesisch, RAP

O segredo das reformas estruturais, Aurélio Santos

O segredo das «reformas estruturais»

Muito se tem falado de incompetência e impreparação deste Governo.
Nada mais falso.
A verdade é que este Governo sabe muito bem o que está a fazer e para onde quer conduzir o País. Vítor Gaspar, que tem sido um dos rostos mais visíveis dos planos do Governo, cumpre esforçadamente os projectos impostos pelo grande capital internacional.
As nefastas consequências das suas medidas para Portugal e os portugueses pouco lhe interessam. Quando terminar, poderá voltar para o estrangeiro, onde por certo o esperará um bom lugar numa boa empresa para o acolher de braços abertos.
Desengane-se quem pense que ele falhou por não ter atingido os objectivos que apresentou. Ele já sabia que ia falhar. Mas precisava de falhar para justificar e impor mais medidas de austeridade, a que se seguirão outras e outras e mais outras, até ficarmos todos (ou quase todos) na pobreza. E se o sr. ministro das Finanças não está preocupado com os números do desemprego é porque essa é a forma mais fácil de fazer baixar os salários. É assim que se ensina na «Escola de Chicago»...
Portugal está sendo peça de um vasto puzzle para destruir os direitos sociais conquistados na Europa após a derrota do nazi-fascismo. E não deixa de ser curioso que este projecto tenha tido o seu início em três países (Grécia, Portugal e Espanha) que mais recentemente se libertaram de longas ditaduras.
Como a Espanha e a Itália se mostraram um osso mais duro de roer, a ofensiva do grande capital internacional é agora virada para outro país pequeno e vulnerável, a Eslovénia, que apesar de cumprir os critérios exigidos pela UE está a ver os seus juros aumentar sem qualquer razão justificativa. É assim que se fabricam as «crises»...
O Orçamento apresentado para 2013 é peça fundamental dos objectivos deste Governo.
Dizia Ramilho Ortigão em «As Farpas» que «só existe um lugar onde a loucura é remunerada – o Parlamento». Mas não foi por loucura que o Governo impôs este Orçamento aos seus deputados. Foi porque ele integra cabalmente os verdadeiros planos e objectivos das suas «reformas estruturais».
 
in Avante

Dia 27 Novembro- Concentração Assembleia da República


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Etelvina, Sérgio Godinho

Uma raiva perigosa, que deixa de pensar, que vai levar tudo na frente...

Abriram-se novas portas nos desacatos na AR, através dos supostos Movimentos Sociais ( vamos ver se não se transformam em movimentos anti-sociais). Há uma lógica que percorre este pessoal: são contra tudo, partidos , sindicatos, pessoas , porque estão furiosos com a situação. Muitos deles já puseram a cruzinha nos partidos do poder PS, PSD e CDS mas não querem admiti lo. Outros há tão puros, que nunca votam em ninguem pois não partido bom para eles... Vai ser este movimento de raiva, que vai chamar o fascismo, vai chamar interveções mais musculadas da poícia ( eles desejam nas). Vai afastar gente boa dos protestos .Dizem que os outros protestos ( os pacíficos) são iconsequentes. Mas estes vão ser consequentes: vão abrir portas para movimentos de extrema direita ( vamos ver se já não andam lá dentro...) e abrir portas a um descontrole que se sabe como começa e não sabe como acaba. Há um problema grava nisto. há gente que tira puro prazer destes protestos, uma espécie de descarregar a fúria, e já está!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ricardo Salgado: o homem está preocupado com o PIB!


Ricardo salgado está preocupado. A greve faz cair o PIB, diz Ricardo. De facto, é verdade. E cada medida de austeridade? Faz aumentar? cada corte salarial? Faz aumentar o PIB? Cada aumento de impostos? Faz aumentar o PIB? sabemos bem, que cada medida é de propósito para fazer baixar o o PIB e destruir o país de forma rápida. Mas esteja calmo,, pois para a Banca haverá sempre dinheiro dos contribuintes  e aqueda do PIB não afectará....

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Interessa a alguém, aos trabalhadores e ao povo não é de certeza.


 
Fiquei um pouco a ver o filme, quando começaram as pedras atiradas à polícia fui me embora. A sensação que fica é de que é uma acção apenas e só  pela violência espetacular. Mandam uns petardos, pedras da calçada, a massa ululla, como no Circo Romano, esperando conflito e sangue. Este foi o meu sentimento. Fui me embora ,com aquela sensação de que estava a ver um espetáculo ( triste). que objectivo pretendiam? Parece me evidente que o objectivo foi conseguido, da parte deste pessoal, que tem esta lógica. há gente boa lá no meio? Certamente, mas alguns estão cegos pela fúria... e vão a este tipo de acções como que para descarregar ( neste caso na polícia), como quem vai a um espetáculo ( a violência é sempre espetacular).
Afastarão gente das manifs futuras? Certamente. Aos trabalhadores e ao povo estas situações  não interessam certamente!
Estas atitudes são resultado do desespero? Talvez, mas o desespero sempre foi mal conselheiro.
Como é um povo do 8 ou 80, posso estar enganado mas isto vai transformar se na nova moda!

Greve Geral/Huelga Geral: 14 novembro, uma luta que ficará na história!


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tirem as medidas para a estátua ou ... para o caixão de PPC.

secretário de Estado dos Transportes diz que é altura de tirar medidas para erguer estátua a Passos Coelho
Sérgio Monteiro, propôs que se comecem a tirar medidas para erigir a estátua sugerida pelo presidente executivo da Mota-Engil, Jorge Coelho, pelos resultados de exploração positivos no transporte público.
"Proponho que comecem a tirar as medidas para fazer a estátua ao Primeiro-Ministro", afirmou hoje o governante, no encontro "Transportes, Competitividade e Futuro", organizado pela Transportes em Revista, em Lisboa

Por mim tiro lhe as medidas para o caixão!

Greve Geral 14 novembro, um acto de cidadania, na construção de um futuro decente!

A articulação de diferentes greves, em Portugal, Espanha, Itália ( 4 horas greve geral e greve da função pública), Malta, Chipre, e a luta da CES ( a CES é como a UGT, só empurrada é que luta), cria uma dinâmica nova na consciência dos povos. As greves vão ser poderosas, e vão mostrar que para derrotar os povos europeus não vai ser simples, como pensavam...

Ich bin ein berliner pt, ou o video de um povo de joelhos perante a Alemanha.

é natural que a Alemanha tenha recusado video. E se calhar ainda bem. é um video infantil ,face ao cenário que vivemos, um video de um povo que quer convencer o seu dono a não lhe bater mais... é uma missão impossível, pois a Alemanha , custa lhes ouvir, já foi responsavel por dois desastres o seculo passado e agora vem aí outro com a Alemanha a patrocinar.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saida do euro da Grécia e Portugal seria derrota para Merkel e vitória para estes povos...

Hoje temos obrigação de pensar ao contrário. Se nos têm enganado ano sobre ano, temos pensar ao contrario. Dizem nos: sair do euro é derrota para Merkel ... então seria vitória para quem saisse do euro ( para que pudessemos desvalorizar moeda e crescer). Pessoas porcas como Miguel Beleza e outros batráqueos ameaçam nos com o fim do mundo , com a saída do euro... então temos de pensar ao contrário: deve ser mesmo essa a solução. A esquerda que pensa com seriedade ( não icluo o Ps obviamente, por ser um partido ao ser viço do dinheiro ,mascarado de esquerda). Sair do euro é o caminho, para poder sair do espartilho económico em que nos encontramos. e esta deve ser uma das discussões uregentes a fazer...

Movimentos católicos espanhois e portugueses apoiam a greve geral, contrariando lógica do cardeal pratriarca

Confederação Europeia de Sindicatos (CES) convocou uma jornada de ação e solidariedade para 14 de novembro. Esta jornada adotará diversas formas: greves, manifestações, concentrações e outras ações. Perante esta realidade importante e histórica para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras dos nossos países e para quem sofre a chaga do desemprego, os movimentos operários cristãos de Espanha e Portugal louvam esta iniciativa e tornam pública a sua posição.
 
As taxas de pobreza e exclusão dos nossos países do sul da Europa estão a aumentar a um ritmo vertiginoso. Há um ataque profundo aos direitos sociais e à proteção das pessoas e famílias trabalhadoras, com a desculpa de dar prioridade à redução do défice e ao pagamento da dívida. Uma dívida que é ilegítima ao ter origem em empréstimos que foram concedidos e geridos de maneira duvidosa e que atentam contra a dignidade da vida dos cidadãos e põem em perigo a convivência pacífica entre os povos. A política europeia, que induziu medidas desastrosas em alguns dos estados membros, declarou como prioridade a salvação do sistema financeiro e dos bancos, em vez de resgatar as pessoas. A dívida pública está a converter-se num mecanismo de transição da riqueza dos pobres para os ricos. Por isso, cada vez há mais pessoas com empregos precários ou jovens que não encontram trabalho e com um futuro incerto. As consequências destas decisões afetam o conjunto da sociedade mas, principalmente, os setores mais débeis e empobrecidos do mundo do trabalho. Estas consequências conduzem ao empobrecimento generalizado, à perda de coesão social e dos horizontes de vida. Os grupos mais castigados são os imigrantes, os jovens, as mulheres, desempregados de longa duração...

Este ano, na Igreja celebramos “o Ano da fé”. Como parte dela, somos convidados a aprofundar a reflexão do Catecismo da Igreja, onde lemos: “A regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça social, «pois há muitas necessidades humanas que não podem ser atendidas pelo mercado». É preciso preconizar uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas económicas, de acordo com uma justa hierarquia de valores e com vista ao bem comum.” (CIC, 2425)

Nós, que integramos estes movimentos, entendemos que quem deve promover esta regulação razoável do mercado são os governos. Mas na situação atual, os nossos governos são súbditos da situação financeira e a única saída que nos oferecem são políticas de cortes, que diminuem claramente os direitos dos trabalhadores no que respeita a situações anteriores. E constatamos que, em muitos anos das nossas democracias, os trabalhadores e os mais débeis são sempre os que mais perdem, mesmo nas negociações em concertação social.

A política que se está a desenvolver esqueceu o sentido da justiça e de um trabalho em defesa da fraternidade e do bem comum. Por isso, o primeiro passo para tentar inverter esta situação de conflito é o diálogo. Quando este não é possível a própria Igreja reconhece a legitimidade do recurso “à greve não violenta, quando se apresenta como instrumento necessário, com vista a um melhoramento proporcionado e tendo em conta o bem comum” (CIC, 517).

Precisamente por esta razão, entendemos que esta convocatória à greve geral e às manifestações em toda a Europa são justificadas. As políticas ao serviço das pessoas e das suas necessidades básicas deveriam ter prioridade máxima face aos interesses dos mercados e, enquanto não for assim, entendemos que existe legitimidade para agir em defesa dos direitos das pessoas e das famílias trabalhadoras. Por sua vez reivindicamos, como marco desta Jornada Europeia de ação e solidariedade, o papel da política e, em especial, dos sindicatos, que são a principal defesa organizada dos trabalhadores.

Uma das terríveis consequências, causadas por esta regressão social, é o aparecimento de um sentimento geral de medo. Um estado de medo e de incerteza que se foi instalando para condicionar as expetativas e os projetos pessoais e familiares das pessoas: o medo de perder o emprego, que faz aceitar todo o tipo de precariedade; o medo das retaliações por participar em ações de protesto; o medo, igualmente, por apoiar uma convocatória de greve…


Apelamos por isso aos políticos, sindicatos, empresários, entidades financeiras e aos demais intervenientes, que atuem com responsabilidade perante a gravidade da situação atual, que pode vir a piorar no caso de se esquecerem deste princípio básico de humanidade: “as necessidades dos pobres devem ter preferência sobre os desejos dos ricos; os direitos dos trabalhadores, sobre o aumento dos benefícios” (João Paulo II, Toronto 1984).

A terminar recordamos as palavras dos bispos, que participaram no recente Sínodo sobre a Nova Evangelização, celebrado em Outubro: “Ao mundo da economia e do trabalho queremos recordar como da luz do Evangelho surgem alguns apelos urgentes: libertar o trabalho das condições que, não poucas vezes, o transformam num peso insuportável com uma perspetiva incerta, ameaçada pelo desemprego, especialmente entre os jovens; pôr a pessoa humana no centro do desenvolvimento económico e pensar este mesmo desenvolvimento como uma ocasião de crescimento da humanidade na justiça e unidade.”


Madrid, Lisboa, Bruxelas

7 de novembro de 2012
 
 

Há já muito tempo que como bifes a modos que quando calha ( postado de Cirrus Mirror)

HÁ JÁ MUITO TEMPO QUE COMO BIFES A MODOS QUE QUANDO CALHA




Ilustração Marco Joel Santos
Há uns anos, os bifes da menina joanete até me teriam inflamado o discurso. Mas hoje, depois de tanto tempo, tendo a temperar os comentários com sal e pimenta quanto baste apenas, com toques de salsa porque coentros é coisa que me tira do sério. A verdade é que ninguém gosta de ouvir o que a menina joanete disse. Talvez porque alguns se revêem nas suas palavras, uns na autoria e outros como alvos das mesmas, a quem a carapuça serviu. E a maioria, tenho a certeza, porque não se identifica minimamente, quer numa situação quer noutra.
Os meus medos confirmam-se plenamente, e este quase país está a transformar-se no ideal de direita que é o Estado-Caridade. Quem acompanha o ritmo, vive, quem não acompanha merece toda e qualquer humilhação que se lhe possa ser infligida, incluindo tomar comprimidos que já ninguém quer, comprar alimentos fora de prazo ou, enfim, alimentar-se por especial favor de um qualquer banco de uma qualquer joanete. Há quem diga que é a helenização do país. Espero que não, porque numa coisa a joanete tem razão: para a Grécia ainda nos falta muito – temo ser apenas questão de tempo.
A menina joanete, entretanto, diz que os filhos lavam os dentes com a água a correr. Quantas conclusões brilhantes daqui não se poderiam tirar. Por acaso, eu próprio lavo os dentes sem água a correr. Sempre assim fui ensinado. Mas se os filhos da joanete, os joanetinhos, todos os cinco, lavam os dentes com a água a correr, bem se pode dizer que a joanete não é grande espingarda como educadora. Ainda para mais, com cinco joanetinhos a lavar os dentes com a água a correr, das duas uma: ou ainda a água é fornecida pelo Estado ou então também vem do banco alimentar.
A joanete formou-se em Economia na Universidade Católica, em 1982, com vinte e dois aninhos. Tem cinco filhos, e uma cara de sonsa que sempre me incomodou. Além disso, tem propensão para ter afirmações extraordinárias para quem é voluntária numa organização que pretende ajudar os outros, que roçam muitas vezes o puro desprezo pela pobreza. Em 1983, repare-se, um ano depois de se formar, e com apenas 23 anos, ocupou o cargo de adjunta da direcção da Sociedade Portuguesa de Seguros. Quatro anos mais tarde, com apenas 27 anos, já fazia parte da direcção financeira da Assurances Generale de France, com trabalho em Bruxelas. Ora, eu não sou de intrigas, mas já vi filmes onde gaiatos de 23, 25 ou 27 anos se tornam especialistas de um momento para o outro. A partir de 1993, então com 33 anos, joanete dedica-se por inteiro, ao que parece, à caridadezinha, sendo actualmente presidente do Banco Alimentar contra a Fome, aquela organização que enche os bolsos à Sonae Distribuição e à Jerónimo Martins quando faz campanhas para ajudar amigos, campanhas que, já então por esse mesmo motivo, tinha muita dificuldade em compreender ou apoiar. Na altura diziam que eu não era solidário.
A joanete não conhece miséria em Portugal. Caso para dizer: porque raio preside a um Banco Alimentar contra a FOME? Ah, sim, porque a fome não é miséria… com certeza, para a joanete, menina da linha, a fome é consumir leite sem Nesquick. A miséria é só ter Nesquick e não ter leite.
A joanete diz que os portugueses não podem comer bifes todos os dias. É verdade, e a joanete tem razão nisso. Eu, por exemplo, a modos que como bifes quando calha. Mas até é bom que não os coma, fazem-me mal ao colesterol, que por razões hereditárias, normalmente excede os recordes dos fórmula 1 na recta da meta do Estoril. Estoril porquê? Porque Estoril a joanete conhece, fica na linha. Mas a joanete não sabe que a esmagadora maioria dos portugueses não come bifes todos os dias? Uma vez por semana já não será muito mau… Ok, estou a ser mau, eu bem sei que a joanete estava a ser figurativa. Os bifes são uma metáfora. Bem, na realidade, para a maioria do pessoal são até uma hipérbole…
Já os jovens que vão a concertos dão comichões no cérebro à joanete. Com certeza os joanetinhos nunca foram a um concerto, até porque são um antro de perdição não compatível com a convicção católica da joanete. Aliás, a cultura é uma coisa muito própria deste tipo de gente, mas não deve ser acessível ao pobrezinho. Coitadinho, até porque ele nem entende a cultura… em alternativa, a joanete preferia que os jovens guardassem o dinheiro do concerto para a eventualidade de ter de tirar uma radiografia por causa de uma queda numa aula de ginástica. A joanete antecipa-se e até já se esquece que existe uma coisa chamada Seguro Escolar para as aulas de ginástica que paga as radiografias no Serviço Nacional de Saúde. Mas a joanete entende, e bem, que a continuarem os seus amigos no governo, tanto o seguro, como as aulas de ginástica como a saúde são coisas para quem puder pagar. O resto tem direito ao Banco Alimentar contra a falta de Nesquick… sim, porque fome é falta de Nesquick, e não existe miséria em Portugal.
Um dia, hão-de inventar uma forma de remover cirurgicamente os joanetes. Até lá, não fiquem sem Nesquick.
 
 
Nota de tripalio: Um texto excelente, parabéns ao blog cirrus mirror

sábado, 10 de novembro de 2012

E o video do Prof Marcelo foi recusado pela Alemanha, queriam mostrar que eram tapete e nem isso conseguiram...

A Alemanha recusou a divulgação no país do vídeo sobre Portugal que o professor Marcelo Rebelo de Sousa anunciou e promoveu.
Marcelo Rebelo de Sousa tinha anunciado no seu programa da TVI, que, "já que o Governo não pode", ele próprio ia lançar uma iniciativa para divulgar a situação de Portugal "junto, principalmente, do povo alemão" que tem uma ideia péssima dos portugueses.
A ideia, segundo Marcelo, era "fazer um filme do mesmo género" que circulou quando os finlandeses deram a entender não querer participar na ajuda da União Europeia a Portugal.
O filme de Marcelo, que contou com a colaboração do blogger dirigente do PSD Rodrigo Moita de Deus, ficou entretanto pronto e a intenção era divulgá-lo este fim de semana publicamente em Berlim, antes da visita da chanceler Angela Merkel a Portugal na próxima segunda-feira.
O filme visa a realidade portuguesa atual e contém uma explicação dos sacrifícios a que os portugueses estão a ser sujeitos com a aplicação das medidas do memorando da troika. O filme, intitulado "Ich bin ein berliner", que devia ser visionado na Praça Sony em Berlim foi no entanto recusado pelas autoridades locais.
Perante o sucedido, Rodrigo Moita de Deus já enviou uma nota de protesto ao embaixador alemão em Lisboa.
"Recebemos a informação de que as entidades responsáveis não autorizaram a transmissão do filme por "razões políticas". Este facto causa-nos a maior incompreensão e merece o nosso protesto. Dizemos no filme, nomeadamente, que o povo português trabalha mais horas que o povo alemão. Que paga mais impostos. Que tem menos dias de férias e feriados", lê-se na nota de protesto a que o Expresso teve acesso.
"Choca-nos profundamente esta recusa em transmitir o filme que é indigna dos valores e princípios que estão na base da União Europeia. Mas, apesar desta recusa, é nosso propósito prosseguir com esta iniciativa e tudo faremos para que a mensagem do filme chegue ao seu destinatário", conclui Moita de Deus.
Nota de tripalio: Oh Meu Deus , estão indignados. queriam mostar que eram um tapete bem comportado  e nem isso foram capazes.....

Convenção do Bloco de Esquerda: Quando o PS é o tema fracturante algo vai mal...

Quem estivesse atento já tinha percebido, que é nas alianças com o PS que o Bloco se vai partir todinho. Aliar-se a um partido como o Ps , que tem gente como Jorge Coelho, Armando Vara,Luis Amado,  Vitalino Canas, Sócrates, etc , etc..( a lista é interminavel). gente que é mafiosa ( alguns piores que gente do PSD) só vai poder acabar mal.Um Partido como o PS, recordista das PPPs, que nos vai custar 30 mil milhões de euros... , que assinou o memorando da troica baseado na mentira que não ia haver dinheiro para salários e pensões...Não voto no be, mas não lhes desejo mal, e aliarem-se ao Ps era mesmo um desastre e o fim. Já tiveram momentos desse tipo como a candidatura do Alegre, por exemplo. Depois, há dizer que em Convenção,  o radicalismo televisivo corroi a unidade entre as pessoas, as tiradas radicais de uns contra os outros é apenas um sinal de definhamento. Está cheio de gente que acha que só ele é que tem razão. um bom exemplo deste tipo de pessoas é o comentarista do Expresso da Meia Noite, o daniel oliveira que a razão dele quer mesmo sobrepor-se a tudo, e assim corre mal ...O Bloco tem muitas contradições, uma por exemplo é defender a manutenção do euro como moeda ( já há lá dentro quem defenda a saída), mas veremos que caminho farão.Outra foi ter dado o voto favorabel à nacionalização do BPN ( o PCP e Verdes votaram contra pois era a nacionalização do prejuizo), que nos custa 8 mil milhões de euros...

Rui Veloso e a desilusão com o país...

Ontem foi entrevistado pela RTP. Analisou de forma séria o ponto em que se encontra o país , as responsabilidades de PS e PSD no estado desastroso em que nos encontramos, analisou o facto de ninguem ser responsável pelo que sucede no país e ninguem ser condenado em tribunal. Mas depois disse o que o PS e PSD querem ouvir: o apelo à abstenção ou ao voto em branco. Há mais partidos ... as pessoas estiveram com os ouvidos tapados ao que diziam. Com os ouvidos tapados às críticas à UE, ao euro, aà destruição à produção nacional. Com os ouvidos tapados à entrada do FMI, e ao resgate e ao desastre que ia ser. Borrifaram-se muito, pensaram muito só na sua vidinha, acharam que a demnocracia era eterna, gozaram com quem lutava nas ruas....enfim, muita coisa. é hora de destapar os ouvidos e ouvir as proposta de todos, sem a lógica de que só podem votar nos 3 partidos do regime ( PS, PSD e CDS)....

Aristides Sousa Mendes, o filme na hora certa

Este filme vou ver. Num momento em que os actores políticos são figuras menores e destruidoras , é preciso exemplos de pessoas com coragem e dignidade.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Out of the blue, David Gilmour


Moeda única: o custo de uma utopia, João Ferreira do Amaral

João Ferreira do Amaral

Moeda Única: O custo de uma utopia

08/11/12 00:03 | João Ferreira do Amaral
 



O euro não auxilia a maioria dos Estados europeus a adaptarem-se à globalização, até os prejudica. Isso sucede porque não é possível uma mesma moeda contemplar os interesses de Estados tão diversos. O euro também não serve Portugal, pois não só agravou a actual crise, como torna muito mais difícil ultrapassá-la. Devemos pois abandonar este projecto utópico.
Quando se aborda a grande questão que é a da moeda única europeia, principalmente num momento em que esta atravessa uma crise indesmentível, duas interrogações surgem imediatamente: será que uma moeda única é um bom projecto para a Europa? E será que, adoptando o euro, Portugal pode acompanhar esse projecto?
Vamos abordar sucessivamente as respostas a estas duas questões.
Discutir se a moeda única é um bom projecto para a Europa depende obviamente de se saber o que se pretende com o processo de integração europeia.
Das múltiplas visões desse processo vamos excluir à partida duas: a daqueles que consideram que a integração europeia é uma inevitabilidade e a dos que defendem que não deve existir integração e muito menos uma união de Estados.
Excluímos estas posições porque elas não são relevantes para o nosso tema: se a integração é uma inevitabilidade ou é se é algo de indesejável (em ambos os casos, afirmações de que discordamos frontalmente), então não vale a pena discutir a existência de uma moeda única europeia.
Restam dois grandes grupos de posições: a daqueles que entendem o processo de integração como a construção progressiva de um Estado europeu que substituirá os Estados-membros - que é a chamada concepção federalista; e a do grupo (em que nos incluímos) que entende o processo de integração como a construção de uma organização de Estados soberanos cuja missão principal é a de ajudar esses mesmos Estados a exercer as suas funções no difícil contexto criado pela aceleração da globalização.
Um dos domínios onde é mais evidente a diferença entre as duas posições é justamente o domínio monetário. Mas não é o único: a segurança interna e externa e a política externa são outros exemplos flagrantes em que a diferença de posições é muito nítida.
Se o que se pretende da integração é chegar a um Estado europeu mais ou menos federal, então a moeda única é algo que faz sentido, uma vez que deixa de existir a preocupação de compatibilização de interesses nacionais.
Num Estado federal (e não consideramos a posição, que qualificamos de pouco séria e até de hipócrita, de se dizer que se pretende uma federação sem criar um Estado europeu), o interesse do todo prevalece sobre os interesses das partes, no caso, dos Estados federados.
Ora a existência de uma moeda própria para um Estado, ou pelo menos a possibilidade de controlo da moeda que utiliza, é, como veremos mais adiante, um instrumento essencial na defesa dos interesses desse Estado, pelo que, para o federalista - que pretende, justamente, fazer subordinar os interesses dos Estados ao interesses do Todo, concebido de forma mais ou menos metafísica - há toda a vantagem na criação de uma moeda única.
No caso específico da União Europeia, os federalistas mais exacerbados, cuja posição acabou por vencer no Tratado de Maastricht, acordado na cimeira desta cidade em finais de 1991, defendiam que se deveria avançar rapidamente para a realização da moeda única porque tal impulsionaria/obrigaria à realização da união política europeia, leia-se, à criação de um super-Estado federal.
As consequências desta visão, estamos hoje a pagá-las e a um preço muito elevado, mas nem por isso a posição federalista mudou. Quando toda a gente já se apercebeu de que a crise europeia actual é em grande parte fruto da inevitável inadequação da uniformização federalista forçada das políticas comuns europeias em geral e da política monetária em particular, os federalistas não encontram melhor solução para a crise do que... o reforço do federalismo!
Já quanto à posição que defendemos - que a União Europeia deve existir para auxiliar os Estados e não para os substituir - posição que gostamos de designar por confederal, a moeda única só se justificará se, de facto, auxiliar os Estados. Nunca como um fim em si mesmo ou, pior ainda, como alavanca para a criação do super-Estado europeu. E a verdade é que, para a maioria dos Estados, a moeda única não os auxilia a adaptar-se à globalização. Pelo contrário, prejudica-os. Vamos ver porquê.
Importância da moeda
A moeda, além de ser imprescindível para o funcionamento de qualquer economia moderna é também um instrumento insubstituível da política económica.
São dois os aspectos essenciais desse carácter instrumental.
Em primeiro lugar, pela sua referência externa, ou seja pelo valor da moeda de um país em relação ao valor das moedas de outros países, o que normalmente se designa por taxa de câmbio. A taxa de câmbio de uma moeda de um país em relação às dos outros não é arbitrária. O seu valor deve evoluir em consonância com a competitividade da economia desse país. Se, por exemplo, a economia é pouco competitiva, gerando défices na balança de pagamentos, então o que está indicado é desvalorizar a moeda de forma a que as exportações do país se tornem mais baratas no exterior - e assim se possa exportar mais - e as importações se tornem mais caras, permitindo que em certos produtos a produção interna possa competir com os produtos importados.
Se o país não dispuser de moeda própria, fica sujeito a gerar défices das contas externas e, portanto, dívida externa de tal monta que, mais cedo ou mais tarde, os bancos internacionais deixam de emprestar dinheiro aos bancos nacionais e estes vêem-se obrigados a cortar o crédito à actividade económica interna, gerando a depressão, o desemprego, e pondo mesmo em causa, nos casos mais graves, a existência do país. Como se compreenderá, num processo acelerado de globalização, em que a concorrência mundial se torna feroz, é ainda mais importante dispor de um instrumento que permita ao país reagir aos choques concorrenciais que vêm do exterior.
Não é possível uma mesma moeda contemplar os interesses de Estados tão diversos como são os que constituem a zona do euro.
Desta forma, é uma grave irresponsabilidade abdicar da moeda própria quando não se dispõe, no espaço da união monetária, de mecanismos gerais de reacção aos choques externos que cada Estado sofra. Foi o que sucedeu - e continua a suceder - com o euro, devendo ficar bem claro que a existência de um mecanismo de transferências de dinheiro para os Estados, supostamente compensadoras dos choques externos, preconizada por alguns, não resolveria o problema porque teria efeitos diferentes de uma desvalorização cambial - que, na verdade, em situação de comércio livre, é o único instrumento apto a lidar com aqueles choques.
Mas não é só a vertente externa que é importante no que diz respeito à moeda enquanto instrumento de política económica. Outra componente fundamental tem a ver com o poder de emissão monetária. É espantoso como os países que favoreciam a moeda única abdicaram deste poder sem o mínimo protesto, com a honrosa excepção do eleitorado dinamarquês que soube dizer não em referendo. Em Portugal, recorde-se, o bloco central impediu o referendo.
Para um Estado, abdicar da emissão monetária significa que passa a estar dependente dos mercados financeiros para o seu financiamento. E isto, nos dias de hoje, é quase um crime. Era possível tal suceder no século XIX, como aliás ocorria efectivamente, e os Estados, em consequência, tornavam-se por vezes insolventes, o que também sucedeu em Portugal nessa época. Mas no século XIX o papel do Estado era muito mais reduzido do que é hoje. Quase não tinha serviços de saúde e poucos eram os de educação. A segurança social pública era mínima e a população era jovem. Hoje não é assim e por isso é quase impensável que um Estado se torne insolvente. Se tal suceder, seguir-se-á o caos económico e social.
Daí que seja importante que os Estados disponham de um financiamento de último recurso. Não para o usarem de forma leviana, mas para se respaldarem em situação de crise profunda, quando o funcionamento do Estado é, afinal, mais necessário. Esse financiamento de último recurso é a emissão monetária.
Vemos, pois, muito claramente na origem da moeda única a concepção federalista de destruição do poder dos Estados-nação. Sem moeda, os Estados ficam desprovidos de instrumentos fundamentais da política económica que dêem corpo ao prosseguimento de objectivos próprios. Ficam, assim, dependentes do Todo.
Mais: a cegueira federalista não compreendeu que, ao destruir o poder dos Estados nacionais, está a destruir a democracia, cujo quadro de referência é o nacional. Está também a destruir o próprio processo de integração europeia, pois a impossibilidade de prosseguir os interesses nacionais agrava as tensões entre os Estados, como sempre sucedeu ao longo da história e agora se vê muito claramente. Pode bem ser que a moeda única seja a coveira da integração europeia.
Havia soluções alternativas? Com certeza. A utilidade da existência de uma moeda europeia não está em discussão. Uma moeda europeia forte contribuiu, sem dúvida, para a estabilização monetária do espaço europeu, muito perturbada nos inícios dos anos 90 pelos movimentos especulativos que se seguiram à precipitada liberalização dos movimentos de capitais, completada em 1992.
Portanto, o que está errado na moeda única europeia não é o ser moeda europeia: é ser única (ou tendencialmente única). O que estaria indicado para conjugar os interesses nacionais com a estabilização monetária europeia seria a coexistência da moeda europeia com as moedas nacionais, como aliás chegou a ser proposto durante as discussões entre os Estados sobre a forma de realização da moeda europeia.
Mas tal solução, que faria a União Europeia exercer o seu papel de auxiliadora dos Estados nacionais no cumprimento das respectivas funções, como defende a posição confederal, ia contra a posição federalista extremada de substituir os Estados nacionais. Prevaleceu a utopia federalista sobre as realidades políticas e económicas. E, de novo, tal como a história tem demonstrado muitas e muitas vezes, quando se pretende que a utopia prevaleça sobre a economia, o resultado final é ficarmos sem economia e sem utopia.
Podemos acompanhar o euro?
Portugal, para mal de todos nós, tornou-se um exemplo do que pode suceder quando um país com uma estrutura produtiva relativamente débil adopta uma moeda única muito forte, portanto com um valor externo inadequado à sua economia.
Progressivamente, a adopção do euro levou a que as empresas portuguesas se voltassem para o mercado interno, especializando-se na produção de bens e principalmente de serviços protegidos da concorrência externa, os chamados bens e serviços não transaccionáveis.
Tal deriva, que se verificou desde meados da década de 90, já desde a preparação para a moeda única, fez desindustrializar rapidamente o país. Para dar só um exemplo, o peso conjunto da agricultura, da indústria e da parte transaccionável do turismo no PIB desceu de cerca de 30% em 1995 para pouco mais de 22% em 2008, no início daquela que ficará certamente conhecida no futuro pela primeira crise da globalização.
Esta desindustrialização (em sentido lato, ou seja, perda de peso dos bens transaccionáveis) levou a défices crescentes da balança de pagamentos e à acumulação de dívida externa, que foi ainda possível financiar durante dez anos. Mas em meados da década passada já era visível que mais cedo ou mais tarde Portugal teria uma crise própria de financiamento da economia. A crise internacional só veio apressar essa crise nacional, mas ela era inevitável.
A essa crise externa, e em grande parte em consequência dela, veio juntar-se a crise da dívida soberana, que, para assegurar o financiamento do Estado, levou Portugal a subordinar-se abjectamente aos países europeus que emprestam o dinheiro. A todos os males económicos que criou a adopção da moeda única por Portugal, juntou outro: veio pôr entre parêntesis a nossa própria capacidade de autogoverno. Dificilmente se poderia encontrar um erro maior de política do que a nossa adesão ao euro. E agora?
É visível que a política de austeridade não resolve nada e só agrava a situação. Por uma boa razão, aliás. É que o nosso problema é um problema de distorção da estrutura produtiva, provocada, durante mais de dez anos, pela adesão à moeda única. Endireitar de novo uma estrutura produtiva desequilibrada, não é a austeridade que o fará. Pelo contrário: só o conseguiremos quando fizermos o investimento necessário a essa nova reconversão, o que é praticamente impossível com uma política de austeridade tão exagerada.
Por isso, do nosso ponto de vista, qualquer solução sustentável para o nosso país passa pela saída do euro. E quanto mais cedo, melhor. Mas este "mais cedo" infelizmente não poderá ou não deverá ser já. Isto porque o processo de saída, desejavelmente, deverá ocorrer só depois de estabilizada a zona euro para podermos sair de forma negociada e apoiada. Sair empurrados e sem apoio será quase tão mau como permanecer na moeda única e assistirmos, impotentes, ao definhamento total do país.
Quando um projecto se revela errado é preciso abandoná-lo. Devemos, sem margem para dúvidas, abandonar o mais rapidamente que for possível o projecto utópico da moeda única europeia.
Esta é uma pré-publicação de um texto da revista "XXI: Ter Opinião" editada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos
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João Ferreira do Amaral , Economista