sexta-feira, 29 de maio de 2015

E se Grexit fosse um sucesso? Paul Krugman

E se o Grexit fosse um sucesso?

cerveja obs

«Mas a grande questão é o que acontecerá um ano ou dois depois do Grexit, onde o risco real para o euro não é que a Grécia falhe mas que tenha êxito. Suponhamos que um novo dracma muito desvalorizado atrai uma avalanche de britânicos bebedores de cerveja para o Mar Jónico e que a Grécia começa a recuperar. Isso incentivaria muito, noutras paragens, os que contestam a austeridade e a desvalorização interna da moeda .»

Paul Krugman

[Publicado originalmente no Observatório da Grécia]

O que prepara o PS nas pensões?, Jorge Bateira ( jornal i, dia 29 de Maio 2015)

O que prepara o PS nas pensões?

Subrepticiamente, diz-se que os cerca de 1050 milhões de euros (muito subestimados, segundo Bagão Félix) de pensões correntes podem ser pagos com endividamento público.

O documento “Uma década para Portugal”, escrito pelo grupo de economistas que colaboram com o PS, tem de ser lido e relido com muita atenção, não só porque a escrita é deficiente, mas sobretudo por conter uma proposta para a reforma das pensões que parece ter sido propositadamente camuflada. 
Refiro-me à subsecção 4.2.2 (pp. 48-9), intitulada “Compromisso de apoio ao rendimento e redução de restrições de liquidez das famílias”, um título que não refere o essencial. Deixemos de lado o vocabulário da microeconomia convencional que sustenta a análise, baseada numa visão problemática da racionalidade dos seres humanos, e vejamos onde quer chegar.
Muito mais que uma proposta de redução da TSU dos trabalhadores, tendo em vista o relançamento da economia portuguesa pela via do aumento do seu rendimento disponível, pretende-se reduzir as contribuições de trabalhadores com menos de 60 anos, entre 2016 e 2018, para fazer um “ajustamento das pensões num valor actuarialmente neutro para o sistema.”
Assim, a proposta raciocina como se cada trabalhador tivesse uma conta na Segurança Social e, com esta medida, visse transferida uma parte da sua pensão futura para o presente, ficando livre de decidir onde a vai gastar. Os mais necessitados consumirão o acréscimo do rendimento, o que estimula o crescimento. Os mais abonados aplicarão o dinheiro “da forma que entendam mais profícua”.
Nada de novo. Foi uma medida desta natureza que Pinochet adoptou, com o apoio dos economistas formados em Chicago, para liquidar o sistema de pensões do Chile, no início dos anos 80. Aí, a mudança foi radical e concentrada no tempo porque se tratava de uma ditadura sanguinária. Contudo, o método é semelhante.
Repare-se que o texto afirma candidamente que “a medida não tem qualquer impacto nos actuais pensionistas, nem nas pensões a pagar nos próximos 5 anos, já que os trabalhadores com idade superior a 60 anos estão excluídos da medida.” Contudo, porque os descontos de um dado mês são receita para pagar as pensões desse mesmo mês, surge naturalmente a pergunta: e quem paga aos actuais pensionistas?
De forma implícita, a resposta está no último parágrafo: a medida “não tem impacto directo nas metas orçamentais, se enquadrada como reforma estrutural ao abrigo do Tratado Orçamental”. Sub-repticiamente, diz-se que os cerca de 1050 milhões de euros (muito subestimados, segundo Bagão Félix) de pensões correntes podem ser pagos com endividamento público, porque se trata de uma “reforma estrutural” acarinhada por Bruxelas.
Porque será que este endividamento não conta? A razão é simples: na perspectiva da UE, todas as medidas que reduzam ao mínimo os sistemas públicos de pensões de base laboral são boas porque fazem a transição para um modelo radicalmente diferente: pensão pública muito reduzida e incerta porque ajustável à conjuntura, desligada dos salários, calculada como se fosse uma “capitalização” individual das contribuições, a complementar com uma pensão privada, no caso das classes de maiores rendimentos.
Tal como no Chile, o Estado endivida-se para fazer a transição entre os dois modelos. Claro, como diz o texto (com sublinhado), não há “uma alteração do contrato existente com o trabalhador”. De facto não há, nem para os pensionistas actuais nem para os futuros: as pensões por repartição não são pagas na base de um contrato de direito privado, são uma instituição fundada na lei que sustentou o contrato social do pós-guerra e fez da Europa um capitalismo de rosto humano.
Representando o ponto de vista neoliberal, Pedro Romano (blogue “Desvio Colossal”) regozija-se: “Tudo somado, só me resta dar os parabéns a quem teve a ideia. (...) Tudo isto sem ferir sensibilidades socialistas e contornando algumas das objecções políticas que seriam levantadas caso o framing fosse outro.” O acolhimento favorável desta medida em alguns sectores do “bloco central” é revelador. Se for incluída no programa eleitoral do PS, será penoso ver alguma esquerda continuar a defender entendimentos com este “socialismo”.
Economista, co-autor do blogue “Ladrões de Bicicletas”

Segurança Social, Fundo de Estabilização , TSU, etc porque tantos querem abocanhar este bolo...

Acabada a saga interminável de privatizações os mamões deste país vão se virar para para a Segurança Social. Sabiam , caros triplianos que em reserva existem 13 mil milhões de euros no Fundo de Estabilização da Segurança Social ( que o Vitor Gaspar pôs a comprar dívida pública)...Esta tarefa de entrega de dinheiro do povo ao capital privado vai ser feita com dramas ( ai , ai não há dinheiro para pensões...) e como tal de seguida destroiem o que falta. O PS ajuda com as proposta de baixar a TSU e com a sua política seguidista da Europa. De resto os baixos salários da juventude e alta precariedade acabará por fazer o resto.
13 mil milhões ( Fundo de Estabilização da SS) é muito dinheiro que os senhores do dinheiro querem por o seu pézinho nele, é disso que se trata e nada mais.
O país tem menos desempregados , dizem e acredito?
Pois esse é mesmo o caminho: salários decentes, incentivar a contratação coletiva com portarias de extensão por sector para existirem salários mínimos diferenciados em cada sector...senão a alternativa é todos os novos trabalhadores a ganharem salário mínimo e isso provoca problemas aos contributos para a Segurança Social, obviamente pois a base contributiva é menor.
Esse era o caminho decente, que um país que pensa deveria seguir.
A Segurança não está na falência ao contrário do que dizem, tem é muita gente a querer roubar esta fatia... que ainda é pública.
O cenário não é dramático, dramático e ter esta gente a querer destruir tudo!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Grécia a caminho do Novo Dracma?

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Será esse o destino grego? por aqui temos dito que a Grécia devia ter um plano B, no caso da UE os estrafegar e condicionar á ortodoxia vigente... devia tê lo feito colocando logo esse cenário como possível ao povo Grego...Uma coisa é certa, os povos não se extinguem, a Grecia saberá seguir o seu caminho, mesmo fora do euro. Talvez daí venham outros caminhos alternativos para os povos europeus... mas no futuro.

O Observador...só tem um olho... o direito

Logo Observador


Ora está um blog- quererá ser um órgão noticioso?- onde não entra ninguém à esquerda... nada. ali só do PSD para a frente. Assim é um blog com notícias , comentadas com os direitinhas. O pretensiosismo de se querer intitular de jornal é interessante, mas ´deveriam mudar o nome. Passar s ser o Observador Vesgo, ou coisa que o valha.
Adoram dizer que o partido X ou I é estalinista, é cúmulo da ofensa que os excita, mas ainda não perceberam o ridículo de não quererem discutir só entre eles. a nível do funcionários públicos ficam excitados com a sua possível extinção ( abre lhes portas para os seus negócios privados) salivando de alegria anti-função pública...
Estado?Serviços Públicos... tudo inutilidades para esta gente pedante.
Já agora: arrisquem ter uma edição de papel, a ver quanto valem?

Mário Centeno citado em estudo do PS que defende corte em pensões a pagamento...e esta hem?




querem vender nos que há muita diferença entre o projecto PSD e o do PS mas aos poucos a as diferenças esbatem-se...
Mal-estar no PS: Centeno citado em estudo que defende corte de pensões

domingo, 24 de maio de 2015

Verdes são os campos, Uxia


" Os portugueses estão a pagar pelas aventuras dos bancos alemães", Noam ChomsKy

Chomsky: "Os portugueses estão a pagar pelas aventuras dos bancos alemães"
Em entrevista à revista Sábado, o linguista norte-americano que visitou Portugal na semana passada ataca o "capitalismo distorcido" que faz os povos da periferia europeia pagarem pelos empréstimos arriscados dos bancos.
Foto Ministério da Cultura da Argentina/Flickr
"A crise em Portugal, Grécia, Espanha e outros países da periferia europeia é reveladora", afirmou Chomsky numa entrevista publicada esta quinta-feira na revista Sábado. "Se fossem aplicados os princípios básicos do capitalismo, eram os bancos alemães e de outros países do Norte que tinham de suportar a crise, pois concederam empréstimos de alto risco, com elevadas taxas de juro", acrescentou.
Para Noam Chomsky, que encheu na semana passada o auditório da Gulbenkian numa conferência universitária, "na Europa, os bancos conseguiram que os riscos que tinham assumido fossem suportados pelos Estados". Trata-se portanto de um "capitalismo distorcido", acusa o linguista: "Os portugueses estão a pagar as aventuras dos bancos alemães, que fizeram empréstimos arriscados".
A seguir à crise financeira, pouca coisa mudou, regista Chomsky. "Os últimos relatórios do FMI mostram que os bancos continuam a ter grandes lucros, sobretudo devido às políticas de isenção fiscal e subsídios diretos e indiretos dos governos", conclui.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

E na Europa toda a desobediência à ortodoxia será castigada, e aí estão os Gregos para o provar!

O capital já definiu há muito para os gregos: castigo ou rendição ás regras da ortodoxia liberal. Quem esperava uma Europa boazinha esquece que estes senhores não brincam. BCE e Comissão europeia aplicam a receita: "premiar" quem se porta bem e segue à risca o imposto, castigar quem ache que pode haver outro caminho. Por este caminho a mudança esperada vai levar mais tempo do que os ingénuos esperavam e vai ter de ser feita, por estranho que pareça... à direita com os movimentos independentistas na Inglaterra, ou com a sra sra Le Pen em França...

" Não são os políticos que não nos podem falhar, somos nós", Barcelona en Comú pode ganar eleições ( in Público,22 de Maio)

Reportagem

“Não são os políticos que não nos podem falhar, somos nós”


É uma candidatura que aproveita para dar voz a grevistas em comícios onde os candidatos ouvem mais do que falam. As sondagens dizem que a coligação de partidos e grupos de cidadãos Barcelona En Comú vai ser a mais votada em Barcelona.

Cartazes de Ada Colau e um apoiante nu comício em Barcelona JOSEP LAGO/AFP
 
Está a chover. Improvisa-se. A “praça” é o lugar natural desta candidatura, diz a mulher que a lidera, Ada Colau. Mas um centro cívico de um dos bairros menos privilegiados da cidade rica de Barcelona também não lhe fica mal. Há cadeiras, mas não são suficientes. Aparecem mais. Os voluntários pedem a quem está sentado que se aproxime do palco para que apareça espaço para mais filas. Certo. Quem não cabe encosta-se à parede ou fica mais ou menos à chuva no pequeno pátio interior do centro.
Há candidatos e há convidados. Vieram Ada Colau, cabeça de lista pela coligação Barcelona En Comú para o governo da capital catalã, Gerardo Pisarello, professor de Direito Constitucional e número dois da lista, e Esther López, que encabeça a candidatura no bairro de Poble Sec, parte do distrito de Sans-Montjuic, e onde nos encontramos.
Os convidados estão sentados na primeira filha: são técnicos de instalações e manutenção de empresas subcontratadas pela Movistar, a operadora que costumava chamar-se Telefónica. Estão em greve há 44 dias, uma greve nacional que lhes custou a decidir fazer, são precários e continuam a pagar segurança social sem receber um tostão. É uma greve que se nota quando alguém chama por um técnico para resolver um problema com a ligação de Net em casa, mas que tem estado completamente ausente das notícias.
Trazem os coletes de trabalho vestidos: nas costas lê-se Movistar e depois o nome da empresa subcontratada para que cada um trabalha – Confica, Abentes, quase uma diferente por técnico. Alguns colocaram a palavra “escravo” por baixo do nome da empresa.
No dia em que a candidatura Barcelona En Comú tinha um comício marcado para a Praça do Sortidor (abastecedor, fornecedor), os grevistas do Movistar foram os únicos a subir ao palco; os candidatos falaram encostados ao palco, à altura da assistência, e falou quem quis, aproximando-se e usando o mesmo microfone. Tal como acontecia nas assembleias semanais da Plataforma de Afectados pelas Hipotecas (PAH) de Barcelona, uma das primeiras do país, co-fundada por Ada Colau, que foi sua porta-voz durante cinco anos.
Aí, também faltavam cadeiras e no fim de cada encontro havia sempre alguém que pedia, a quem pudesse, que trouxesse cadeiras na semana seguinte. Aí, depois de falarem os membros da PAH, também havia uns momentos de silêncio até que alguém pedisse o microfone para partilhar a sua história, perguntar o que fazer, pedir ajuda. E, como nesta noite no centro cívico do Poble Sec, depois era difícil pôr fim ao encontro. Havia sempre quem se deixasse ficar, mais uma dúvida, mais um receio de quem estava ou julgava estar prestes a ficar sem casa.
Cidade rica e desigual
“Estamos numa cidade rica, com um orçamento de milhares de milhões de euros, uma Barcelona que posa arranjada para o turismo de luxo, mas onde a diferença entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres aumentou 40% nos últimos quatro anos”, diz Ada Colau, calças de ganga, T-shirt branca, casaco de malha cinzento largo.
Nesta cidade, capital da “província com mais despejos em todo o Estado espanhol”, há pessoas “sem água e sem electricidade, precários como os companheiros das empresas subcontratadas da Movistar que fazem turnos de 12 horas e levam para casa pouco mais de 300 euros limpos, muita gente que trabalha e não chega ao fim do mês”, continua a candidata. “Os recursos existem, estão é mal divididos. E sabemos que há 4600 famílias que não têm o que comer.”
Os candidatos não se alargam em discursos, querem dar a voz a quem veio em greve, a quem veio a querer saber como é que eles pensam resolver os problemas que cada um mais sente no quotidiano.
“Disseram-nos que a greve era ilegal, que nos iam despedir a todos, ameaçaram-nos, garantiram que nunca mais íamos conseguir trabalho em nenhuma empresa ligada à Telefónica”, descreve Pablo, porta-voz dos grevistas. Depois, emocionando-se, explica que vai fazer passar uma “caixa de resistência”, para que quem possa contribua e ajuda grevistas sem fundo de greve a continuar a sua luta.
Perder a vergonha
“Há dias muito difíceis, já passámos por muito, há companheiros que não têm nenhuma ajuda familiar. Já pedimos comida em supermercados, já fomos às universidades pedir um euro a cada estudante”, conta Pablo. “Mas também já perdemos a vergonha, sempre que alguém diz ‘o que estás a fazer é muito importante’, esse é um dia bom, que nos dá forças para aqueles em que nos apetece desistir.”
Quem veio ouvir Ada Colau emociona-se e há cada vez mais gente de dedo no ar, a querer falar. “Esperei 37 anos para ouvir um político dizer que há pessoas com fome e quero dizer-vos que há crianças com frio, eu vejo quando pedem para ficar perto do aquecimento porque chegam com frio de casa”, diz José, professor de uma escola primária. Agueda, de 40 anos, quer “partilhar a esperança, o ar bom que aqui se respira”, contando que chegou ao bairro no início do 15M e viu “como era possível sonhar e depois fazer acontecer”.

terça-feira, 19 de maio de 2015

30 anos de Cavaco e o país está como ele quer e gosta...

30 anos com este senhor de uma forma ou de outra a escavacar o país e de facto o país está mesmo como este senhor sonhou: sem produção de nada, a viver de turismo, as exportações a crescerem , o consumo interno pequeno e os jovens a emigrar... Este seria o sonho deste senhor? É minha convicção que sim só faltando novo acordo PS-PSD para ficar mais deleitado...Mas foi um povo que o elegeu...o nosso...

sábado, 16 de maio de 2015

Serão advinhos, ou quê?

Grécia, o garrote apetado pela UE, para os fazer ceder...ou cair! E depois, quem será o bode expiatório da chularia do capital?

O que dizíamos aqui no tripalio, infelizmente confirma-se: a Ideia era mesmo aplicar a vacina na Grecia: SYrizas?, Esquerdas? Meus amigos , não esperem ajudas da UE. Tristemente confirmou-se mesmo o cenário de atrofio da Grécia. E depois da Grécia cair ( ou com cedências complicadas ou com saída do euro) o que nos sucederá. Não estou nada tranquilo, pois vamos partir para um tempo eleitoral e os "mercados" gostam pouco de eleições e se Grécia cair , vão ter de chupar outro país de seguida...pois alguém tem de ser o bode expiatório do capital...

Everiday i got the blues, B.B. King


segunda-feira, 11 de maio de 2015

terça-feira, 5 de maio de 2015

Programa para década, do PS, ou as portas da política de direita que o PS abre....ou relembrar que " se pensarmos como a direita pensa, acabamos por governar como a direita"

O PS é uma espécie de abre latas da política de direita. quem mudou o vínculo da maioria dos trabalhadores na Administração Pública? quem os colocou a subir de nível remuneratório de 10 em 10 anos? quem fechou maternidades, com a teoria das VMERs ? O PS, claro...
Enfim, isto no tempo socratiano
E agora? O que quer a direita? quer baixar a TSU para as empresas... o PS faz lhe a vontade ( a descida da TSU no programa de Mário Centeno é permanente...)
E Lembram-se do contrato único proposto pelo PSD ? Todos se horrorizaram...mas agora proposto pelo PS já parece bonito, mas é feio na mesma. Na prática com o contrato único somos todos precários, que bom, e vejam somos despedidos com um procedimento conciliatório ( adeus despedimentos coletivos) ... são estas as portas mais perigosas abertas pelo PS...para além da austeridade mantida por 10 anos... ( é agenda para a década, claro).

E quem queria baixar o salário mínimo nacional. O PSD, claro, mas o PS consegue-o com o extraordinário subsídio a quem não tiver o rendimento mínimo garantido. O patrão contrata por 300 e depois manda o trabalhador ir buscar o subsídio...

Relembro a frase de António Costa : " Se pensarmos como a direita pensa, acabamos governar como a direita"

E não é que é mesmo?

O presidente mais anacrónico , queria mudar a "a lei mais anacrónica"....



Tinha jurado a mim mesmo não voltar a falar neste bacalhau seco, mas de vez em quando este espécime volta à vida e diz uma tirada... Diz ele que a Lei eleitoral "é a mais anacrónica", e que devia ser mudada, tal como ele mudou a "lei da reforma agrária". Mas meu Deus, Cavaco esteve 10 anoa com Primeiro Ministro e nada mudou...Cavaco , milagre dos milagres foi eleito muitas vezes com esta lei vigente...como terá sido possível? Talvez por ser "anacrónico" também...

domingo, 3 de maio de 2015

Mãe, Miguel Torga

Mãe

Mãe:
Que desgraça na vida aconteceu,
Que ficaste insensível e gelada?
Que todo o teu perfil se endureceu
Numa linha severa e desenhada?

Como as estátuas, que são gente nossa
Cansada de palavras e ternura,
Assim tu me pareces no teu leito.
Presença cinzelada em pedra dura,
Que não tem coração dentro do peito.

Chamo aos gritos por ti — não me respondes.
Beijo-te as mãos e o rosto — sinto frio.
Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes
Por detrás do terror deste vazio.

Mãe:
Abre os olhos ao menos, diz que sim!
Diz que me vês ainda, que me queres.
Que és a eterna mulher entre as mulheres.
Que nem a morte te afastou de mim!

Miguel Torga, in 'Diário IV'

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Pingo Doce com promoções no 1 de Maio: O regresso dos jogos da Fome



A Jerónimo Martins parecia ter aprendido a lição por estas promoções serem concorrência desleal e serem uma vergonha, mas não, escolhe propositadamente o 1 de Maio para provocar. Os jogos da Fome têm início daqui a pouco, não faltes. Há uns anos houveram intervenções policiais pancada entre os utentes, desta vezes querem repetir a história....Força! deixem os Jogos começar!
A Polícia já está a postos, os desacatos em Portugal no 1 de Maio não são nas manifs , são no Pingo Doce. E hoje no Pingo Doce , quem lá trabalha, já sabem há hora para entrar, não há hora para sair....é assim e povo gosta!