domingo, 30 de março de 2014
Europa: A caminho do fascismo ( trazido pelos povos) trazido pela austeridade...
O fascismo vem aí a correr. Chamado pela política de austeridade, que traz mais ódio e desprezo ao outro. Que traz mais procura de soluções de Grande líderes... a HUNGRIA já mergulhou no fascismo, a Ucrânia vai para lá ( mascarada de Revolução), a Russia é mesmo pró fascista 8 mas mascarada) , os partidos fascistas crescem pela Europa Democratica. quando se destrói a a classe média, constrói se o individualismo, o ódio, a desagregação social e é disto que vive o fascismo. a história repete se mesmo e não vai ser bonito de ver...
O radicalismos dos diferentes Passos Coelhos da Europa é feito, propositadamente para construir estes ambientes fascistas. Depois venham com conversas de que bla, bla, a democracia acabou . quem acabou com a democracia foi o povo que acredita nestes milagreiros de merda!
sexta-feira, 28 de março de 2014
Secretário Estado Administração Pública José Leite: eis a "fonte" secreta da notícia do corte definitivo das pensões...
Este senhor chamou os jornalistas amigos e disse: eu sou a fonte: sou eu que vos vou dizer que vamos cortar definitivamente as pensões e que as pensões vão oscilar conforme o crescimento... mas não digam a ninguém que fui eu que disse... Os jornais cumpriram caninamente ( beu, beu) mas hoje já se sabe tudo. Burro, esta verdade é para dizer em Junho...(após eleições)
Chamo me Passos Coelho ( Campos)
Chamo-me Passos Coelho
Chamo-me Passos Coelho
Cortador de profissão
Corto ao jovem, corto ao velho,
Corto salário e pensão
Corto subsídios, reformas
Corto na Saúde e na Educação
Corto regras, leis e normas
E cago na Constituição
Corto ao escorreito e ao torto
Fecho Repartições, Tribunais
Corto bem-estar e conforto,
Corto aos filhos, corto aos pais
Corto ao público e ao privado
Aos independentes e liberais
Mas é aos agentes do Estado
Que gosto de cortar mais
Corto regalias, corto segurança
Corto direitos conquistados
Corto expectativas, esperança
Dias Santos e feriados
Corto ao polícia, ao bombeiro
Ao professor, ao soldado
Corto ao médico, ao enfermeiro
Corto ao desempregado
No corte sou viciado
A cortar sou campeão
Mas na gordura do Estado
Descansem, não corto, não.
Eu corto a Bem da Nação
Cortador de profissão
Corto ao jovem, corto ao velho,
Corto salário e pensão
Corto subsídios, reformas
Corto na Saúde e na Educação
Corto regras, leis e normas
E cago na Constituição
Corto ao escorreito e ao torto
Fecho Repartições, Tribunais
Corto bem-estar e conforto,
Corto aos filhos, corto aos pais
Corto ao público e ao privado
Aos independentes e liberais
Mas é aos agentes do Estado
Que gosto de cortar mais
Corto regalias, corto segurança
Corto direitos conquistados
Corto expectativas, esperança
Dias Santos e feriados
Corto ao polícia, ao bombeiro
Ao professor, ao soldado
Corto ao médico, ao enfermeiro
Corto ao desempregado
No corte sou viciado
A cortar sou campeão
Mas na gordura do Estado
Descansem, não corto, não.
Eu corto a Bem da Nação
quinta-feira, 27 de março de 2014
Abra os Olhos: Combata o Governo e os sacanas que o apoiam!
O governo quer que sejamos bufos e combatamos a fraude. Por nós será melhor combater o Governo...
Ucrânia: empréstimo do FMI vai levar a austeridade impopular de dura, eis o resultado da "revolução" dos nazis....
Fundo Monetário Internacional chegou a acordo para transferir um máximo de 18 mil milhões de dólares para Kiev, mas Governo interino tem de aplicar medidas rejeitadas pelo Presidente Viktor Ianukovich, como aumento do preço do gás.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Contrato de Emprego e Inserção: Quer ser atendido por um funcionário público? E se de repente lhe derem um CEI?
Já são 60 mil na função pública. A exploração total. Fazem o horário legal dos fps ( oito horas agora), mas recebem o subsídio de desemprego com mais um acréscimo de 20 por cento. ao fim de um tempo, adeus, saiem uns e entram outros escravos do desemprego colocados em massa pelo IEFP , Instituto da Escravatura e da Fornicação Pessoal.
Entramos nas escolas, não há funcionários não docentes, só CEIs. Entramos no IRN, na AT, lá vemos uma pessoa teclar com dificuldade, malandros dos fps... pensam os utentes, afinal não era um desempregado explorado pelo Estado, que dificilmente se adapta, até porque ninguém lhe ensina. Depois ao fim de um ano já sabe qualquer coisa, lá vai ele embora e lá vem outro CEI, sem conhecimentos . Uns querem aprender, outros desmotivados com o filme, não conseguem. Os desempregados são os novos funcionários temporários da função pública. quem ganha com isto. A lógica da Exploração, nada mais. De resto todos perdem!
Entramos nas escolas, não há funcionários não docentes, só CEIs. Entramos no IRN, na AT, lá vemos uma pessoa teclar com dificuldade, malandros dos fps... pensam os utentes, afinal não era um desempregado explorado pelo Estado, que dificilmente se adapta, até porque ninguém lhe ensina. Depois ao fim de um ano já sabe qualquer coisa, lá vai ele embora e lá vem outro CEI, sem conhecimentos . Uns querem aprender, outros desmotivados com o filme, não conseguem. Os desempregados são os novos funcionários temporários da função pública. quem ganha com isto. A lógica da Exploração, nada mais. De resto todos perdem!
terça-feira, 25 de março de 2014
Luis Montenegro , em momento de humor: "Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões"... agora sim fiquei descansado...
Luis Montenegro disse hoje. “Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões”
estranhamente não acreditei , nem consegui dicar tranquilo, mas deve ser da Primavera atípica que está a ocorrer...
N
segunda-feira, 24 de março de 2014
Passos sabe que vai cortar , não sabe é quanto e quando...
Este post é colocado hoje, dia 24 de Março de 2014, mas podia ser colocado em qualquer dia que Passos e Portas tomaram o poder. Hoje instado a responder,se vai cortar mais, disse simplesmente: não há qualquer dúvida, sei que vou cortar mas não sei é quanto ( 2000 mil milhões, ou menos?), e já agora acrescentamos não quer dizer quanto. Levantamento popular meus caros,é o caminho, não há outro!
Teodora Cardoso quer os trabalhadores a receber rendimentos numa conta poupança...e taxar os levantamentos...
Teodora Cardoso foi às jornadas parlamentares do PSD levar ideias inovadoras de roubar os trabalhadores e criativas formas de retirar rendimentos para o pós-troika. A mais surpreendente passa por taxar a despesa em vez do rendimento, mas não através do tradicional IVA.A ideia é criar um imposto directo sobre a despesa para substituir o IRS.
A solução, segundo a economista, passa por pôr os trabalhadores a "receber os rendimentos numa conta de poupança", fazendo incidir o imposto sobre os levantamentos.
" É muito inovador. Ainda não vi ser aplicada esta ideia em lado nenhum. Mas é preciso ter ideias", afirmou.
Imaginação para roubar quem trabalha não falta!!. Esta senhora quer taxar cada vez que o salário é levantado , ou seja cada vez que temos de pagar contas: pago a luz ( pago taxa), pago a gás ( pago taxa) , pago o talho ( luxo meu deus, pago taxa). a culpa destes taxamentos foi minha pois não soube poupar. Tanta ideia para roubar o povo até impressiona...
A solução, segundo a economista, passa por pôr os trabalhadores a "receber os rendimentos numa conta de poupança", fazendo incidir o imposto sobre os levantamentos.
" É muito inovador. Ainda não vi ser aplicada esta ideia em lado nenhum. Mas é preciso ter ideias", afirmou.
Imaginação para roubar quem trabalha não falta!!. Esta senhora quer taxar cada vez que o salário é levantado , ou seja cada vez que temos de pagar contas: pago a luz ( pago taxa), pago a gás ( pago taxa) , pago o talho ( luxo meu deus, pago taxa). a culpa destes taxamentos foi minha pois não soube poupar. Tanta ideia para roubar o povo até impressiona...
domingo, 23 de março de 2014
sábado, 22 de março de 2014
Marcha pela Dignidade inundou Madrid!
Juntando centenas de entidades milhares manifestaram-se "pela dignidade"....
Nova Tabela única: Novo corte salarial na função pública de 5 por cento....
Como temos escrito neste blog e desde o primeiro corte salarial do Governo Sócrates, aquele seria o primeiro de muitos cortes salariais. Passados 3 anos e tal, a história prova que tivemos razão. a história destes 3 ou 4 anos prova também que os protestos bem comportados não vão a lado nenhum e que é mais que necessário um caminho desobediente, insubmisso e mesmo a roçar à violência para este Governo parar com a sua máquina demolidora...
Keep calm, continuemos a protestar mansinhos!
Keep calm, continuemos a protestar mansinhos!
sexta-feira, 21 de março de 2014
Oscar Gaspar: afinal o PS também tem um Gaspar....
Oscar Gaspar deixou claro o pensamento político do Ps sobre rendimentos. nada de voltar a 2011. Poderia ser uma fartura, daquelas que dão congestão e então era uma chatice. O Ps é um clone do PSD, disso por aqui já sabíamos. e também sabíamos que diz uma coisa e faz o seu contrário. Faz se de muito radicaloide ( na oposição) e depois segue as linhas mestras que nos afundaram nesta situação. aliás é partido das PPPs e das negociatas para os amigos.
Bom, mas Oscar ( o Gaspar do Ps) teve um mérito: falou como se o Ps estivesse já no poder...
quinta-feira, 20 de março de 2014
PS admite que não é possível repor salários e pensões ao nível de 2011: os aldrabões vão sendo desmascarados....
Conselheiro de Seguro para a economia adianta-se ao líder, que evita o tema. Gaspar desafia PSD para debate
O PS admite ser impossível o regresso imediato aos níveis salariais e às pensões de 2011. Se chegarem ao governo, os socialistas não vão voltar atrás nos cortes impostos durante os últimos três anos e a justificação é a "situação do país".
A posição foi deixada pelo conselheiro de António José Seguro para os assuntos económicos, Óscar Gaspar, numa entrevista na Sic-Notícias, tendo ontem sido desafiado pelo vice-presidente do PSD, Marco António Costa, a clarificar as suas palavras. Mas não havia volta a dar. Na noite anterior, Gaspar tinha sido claro quando foi questionado sobre se o PS podia prometer, uma vez vencedor das legislativas, regressar aos salários, pensões e prestações sociais de 2011: "A resposta séria é não. Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011, porque não é possível. As contas públicas portuguesas não o permitem."
A posição foi deixada pelo conselheiro de António José Seguro para os assuntos económicos, Óscar Gaspar, numa entrevista na Sic-Notícias, tendo ontem sido desafiado pelo vice-presidente do PSD, Marco António Costa, a clarificar as suas palavras. Mas não havia volta a dar. Na noite anterior, Gaspar tinha sido claro quando foi questionado sobre se o PS podia prometer, uma vez vencedor das legislativas, regressar aos salários, pensões e prestações sociais de 2011: "A resposta séria é não. Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011, porque não é possível. As contas públicas portuguesas não o permitem."
Manifesto dos 70 , para renegociar a dívida, apoiado por mais 74 personalidades estrangeiras: meu Deus, o irrealismo já passou fronteiras...
Após o manifesto a favor da reestruturação da dívida pública nacional, na semana passada, surge um novo documento, com o mesmo apelo, subscrito por 74 personalidades estrangeiras, noticia esta quinta-feira, 20 de Março, o jornal Público.
Este novo manifesto é assinado por economistas com cargos de relevo em instituições internacionais como o FMI, editores de revistas cientificas de economia e autores de obras de referência no mundo económico. O objectivo do documento é semelhante ao que foi assinado na semana passada por 70 personalidades nacionais, entre elas Manuela Ferreira Leite, Francisco Louçã e Freitas do Amaral.
No documento lê-se que estes economistas apoiam “os esforços dos que em Portugal propõem a reestruturação da dívida pública global, no sentido de se obterem menores taxas de juro e prazos mais amplos, de modo a que o esforço de pagamento seja compatível com uma estratégia de crescimento, de investimento e de criação de emprego”.
Este é um “apoio de peso” assinado por personalidades desde os EUA à África do Sul.
O manifesto nacional foi criticado pelo primeiro-ministro que se referiu ao grupo subscritor como “gente irrealista” que pôs em causa o financiamento do país.
Este novo manifesto é assinado por economistas com cargos de relevo em instituições internacionais como o FMI, editores de revistas cientificas de economia e autores de obras de referência no mundo económico. O objectivo do documento é semelhante ao que foi assinado na semana passada por 70 personalidades nacionais, entre elas Manuela Ferreira Leite, Francisco Louçã e Freitas do Amaral.
No documento lê-se que estes economistas apoiam “os esforços dos que em Portugal propõem a reestruturação da dívida pública global, no sentido de se obterem menores taxas de juro e prazos mais amplos, de modo a que o esforço de pagamento seja compatível com uma estratégia de crescimento, de investimento e de criação de emprego”.
Este é um “apoio de peso” assinado por personalidades desde os EUA à África do Sul.
O manifesto nacional foi criticado pelo primeiro-ministro que se referiu ao grupo subscritor como “gente irrealista” que pôs em causa o financiamento do país.
terça-feira, 18 de março de 2014
Merkel desvaloriza "falta de consenso" entre Passos e Seguro, pois o PS também aceitou o Tratado Orçamental....
Fotografia © Reuters
A chanceler alemã Angela Merkel desvalorizou hoje as divisões entre o Governo e o PS sobre o caminho a seguir por Portugal no pós troika.
"A oposição também apoia as medidas fiscais [orçamentais]", disse a chanceler em Berlim, referindo-se implicitamente ao facto de o PS também ter subscrito o Tratado Orçamental. Merkel falava numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho
Nota: De facto Merkel desvaloriza pois sabe que PS português é igual aos Ps europeus ( Hollande incluídos) , em que gritam muito mas aceitam a mesma receita. E com tratado Orçamental , com o caminho para o défice zero ... vai ser sempre a destruir!
Nota: De facto Merkel desvaloriza pois sabe que PS português é igual aos Ps europeus ( Hollande incluídos) , em que gritam muito mas aceitam a mesma receita. E com tratado Orçamental , com o caminho para o défice zero ... vai ser sempre a destruir!
segunda-feira, 17 de março de 2014
Consenso: Passos eSeguro constroiem consenso para apresentarem a Mekel
O cozinhado lá continua: Passos falou com Seguro hoje, amanhã Passos fala com Merkel dizendo que até há entendimentos com os "socialistas " tugas. O consenso da miséria continuará por culpa destes actores,mas por culpa dos calmos portugueses também...
sábado, 15 de março de 2014
Norte Sul ( Miratejo) , General D e outros
sexta-feira, 14 de março de 2014
Falta de trabalhadores reduz as dádivas de sanngue!
Os sindicatos da Função Pública afirmam que a redução que se tem verificado nas dádivas de sangue se deve à falta de trabalhadores e apelam ao Governo que autorize a integração de pessoal no quadro do Instituto do Sangue.
Segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, apesar de o Instituto Português do Sangue (IPS) atribuir a quebra nas dádivas à gripe e à emigração, "existem outras causas para aquele abaixamento e que se prendem com o cancelamento e adiamento de operações de recolha de sangue cuja responsabilidade só pode ser imputada ao instituto".
"Este facto tem por base a falta de pessoal, designadamente, técnicos de recolha de sangue, motoristas e outro pessoal que auxilia nas operações do IPS", afirma o sindicato em comunicado.
Até há pouco tempo, além dos trabalhadores no quadro, "cada vez em menor número", o instituto tinha ainda alguns trabalhadores precários, entretanto despedidos em 31 de dezembro, revela.
De acordo com a federação, o IPS perdeu 50 trabalhadores que garantiam as operações de recolha de sangue, o que obriga o instituto a ter contratos de aluguer com autocarros, porque não tem motoristas para conduzir as suas viaturas, e deixa sobrecarregados os funcionários efetivos, forçados a fazerem "constantes horas extraordinárias".
Para os sindicalistas, o caso do IPS "comprova" que a política de cortes orçamentais do Governo "visa essencialmente degradar os serviços públicos e o seu funcionamento".
"Este facto tem por base a falta de pessoal, designadamente, técnicos de recolha de sangue, motoristas e outro pessoal que auxilia nas operações do IPS", afirma o sindicato em comunicado.
Até há pouco tempo, além dos trabalhadores no quadro, "cada vez em menor número", o instituto tinha ainda alguns trabalhadores precários, entretanto despedidos em 31 de dezembro, revela.
De acordo com a federação, o IPS perdeu 50 trabalhadores que garantiam as operações de recolha de sangue, o que obriga o instituto a ter contratos de aluguer com autocarros, porque não tem motoristas para conduzir as suas viaturas, e deixa sobrecarregados os funcionários efetivos, forçados a fazerem "constantes horas extraordinárias".
Para os sindicalistas, o caso do IPS "comprova" que a política de cortes orçamentais do Governo "visa essencialmente degradar os serviços públicos e o seu funcionamento".
quinta-feira, 13 de março de 2014
quarta-feira, 12 de março de 2014
Trabalhadores do CNP em luta contra más condições de trabalho
Perto de uma centena de trabalhadores do Centro Nacional de Pensões (CNP) realizaram esta quarta-feira um plenário no exterior do edifício em Entrecampos, em Lisboa, para denunciarem as más condições dos serviços e contestarem o aumento do horário de trabalho.
«Este protesto pretende chamar a atenção da opinião pública e do Governo relativamente às condições de trabalho que aqui se verificam. Não só são degradantes, como põem em causa a segurança dos trabalhadores e a própria prestação do serviço público», disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que marcou presença nesta iniciativa.
O líder da CGTP referiu ainda que é intenção dos trabalhadores do CNP melhorarem a prestação do serviço público, mas não conseguem fazê-lo, uma vez que há falta de pessoal nos serviços, que cumprem já 40 horas de trabalho semanais.
«Este é um processo que faz parte de uma lógica que o Governo tem de destruir a Segurança Social pública, universal e solidária», reforçou o sindicalista.
Também a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, participou neste plenário e denunciou a falta de condições de trabalho num edifício «em ruínas».
Ana Avoila referiu ainda que o aumento do horário de trabalho «só veio penalizar ainda mais os trabalhadores», que têm na sua posse «milhares de processos aos quais não conseguem dar resposta».
O aumento do horário de trabalho, a falta de condições do edifício, o aumento do volume de trabalho e a falta de pessoal motivou os trabalhadores do CNP a realizarem este plenário na rua, no qual foi aprovada por unanimidade uma moção que reforça a continuação da luta dos funcionários por melhores condições de trabalho.
«Este protesto pretende chamar a atenção da opinião pública e do Governo relativamente às condições de trabalho que aqui se verificam. Não só são degradantes, como põem em causa a segurança dos trabalhadores e a própria prestação do serviço público», disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, que marcou presença nesta iniciativa.
O líder da CGTP referiu ainda que é intenção dos trabalhadores do CNP melhorarem a prestação do serviço público, mas não conseguem fazê-lo, uma vez que há falta de pessoal nos serviços, que cumprem já 40 horas de trabalho semanais.
«Este é um processo que faz parte de uma lógica que o Governo tem de destruir a Segurança Social pública, universal e solidária», reforçou o sindicalista.
Também a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, participou neste plenário e denunciou a falta de condições de trabalho num edifício «em ruínas».
Ana Avoila referiu ainda que o aumento do horário de trabalho «só veio penalizar ainda mais os trabalhadores», que têm na sua posse «milhares de processos aos quais não conseguem dar resposta».
O aumento do horário de trabalho, a falta de condições do edifício, o aumento do volume de trabalho e a falta de pessoal motivou os trabalhadores do CNP a realizarem este plenário na rua, no qual foi aprovada por unanimidade uma moção que reforça a continuação da luta dos funcionários por melhores condições de trabalho.
" É imprescindível reestruturar a dívida para crescer", ou quando as evidências chegam são evidentes demais...
De início era só os partidos de esquerda, o PCP , os BE a falarem nesta matéria. Eram apelidados de malandros que não queriam pagar a dívida. Mas agora com as evidências a meterem-se pelos olhos a dentro, aparecem pessoas de direita, misturadas com outras a defender o mesmo... qualquer dia , um qualquer Governo apresentará uma reestruturação da dívida ( feita às escondidas, claro) como uma grande vitória ( assim uma espécie de saída da troika)...
Figuras como Bagão Felix, António Saraiva, Ferreira Leite... ou seja perigosos esquerdistas, subscreveram no. Consulte aqui este doc subsersivo do stato quo vigente:
http://economico.sapo.pt/public/uploads/REESTRURACAO_DA_DIVIDA.pdf
Figuras como Bagão Felix, António Saraiva, Ferreira Leite... ou seja perigosos esquerdistas, subscreveram no. Consulte aqui este doc subsersivo do stato quo vigente:
http://economico.sapo.pt/public/uploads/REESTRURACAO_DA_DIVIDA.pdf
segunda-feira, 10 de março de 2014
domingo, 9 de março de 2014
Cavaco quer auteridade até 2035...
Cavaco quer a austeridade eterna ( para o povo) e tripa forra à larga para os grupos económicos, para fazerem mais PPPs , para privatizarem e concessionarem a água, o ar e tudo mais que haja ainda privatizável . Por isso meu caros tripalianos, o nosso futuro está definido, se continuarmos a actuar com a mesma passividade, e a votar no centrão ( PSD, PS e CDS). Aqueles que criticam a saída do euro, como defendem alguns economistas ( poucos é certo ) e o PCP ( ainda que de forma envergonhada) , quer ver o que dizem deste objectivo de mais 20 de austeridade. Que é um objectivo não apenas da dirieita, mas do PS também ...pois assinou o Tratado Orçamental que quer o défice ZERO. como não querer austeridade eterna e querer o Tratado Orçamental, hão de me explicar. Mais o líder da JS já veio dizer isso mesmo e espero que mantenha essa ideia quando crescer e for um político adulto....
sábado, 8 de março de 2014
Jardim Gonçalves não queria vencer na Secretaria, ou a mafia que se move na justiça!
O Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa considerou prescritas as várias condenações decretadas pelo Banco de Portugal (BdP) ao ex-presidente do BCP Jorge Jardim Gonçalves, enquanto o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou as contra-ordenações da CMVM a seis ex-administradores da sua equipa, incluindo o próprio fundador, mas, neste caso, reduziu-lhe para metade [500 mil euros] a coima aplicada. Mais um caso de justiça para ricos!
Resumindo e concluindo, todos sabiam dos prazos e propositadamente deixaram prescrever este crime de colarinho branco, confirmando o que sabemos: há Máfia na Justiça!! Conivências e ligações que ficam claras.
Resumindo e concluindo, todos sabiam dos prazos e propositadamente deixaram prescrever este crime de colarinho branco, confirmando o que sabemos: há Máfia na Justiça!! Conivências e ligações que ficam claras.
sexta-feira, 7 de março de 2014
Cavaco diz que houve "contenção" na manif dos policias...
Ficámos a saber que empurrar, derrubar as barras de segurança e empurrar a polícia de choque, é ter "contenção" nas manifs. Todos os comentadeiros dizem que afinal correu tudo bem... mas será que outros manifestantes poderão fazer igual? claro que não. O cinismo é muito, por parte deste poder que se borra quando quem se manifesta tem armas e despreza o comum do cidadão que não pode usar as mesmas "armas"...agora já falam em exepções para os cortes salariais para os policias e militares, no que seria um acto de COVARDIA. Covardia com medo de quem tem armas...O que se exige é que a decisão do TC seja rápida e reponham os salários a todos, a todos os trabalhadores do estado. sim por que Todos têm direito a não ter salários cortados...
quarta-feira, 5 de março de 2014
EUA, esse país que não invade nem bombardeia paises estrangeiros...
Gosto das lições de moral dos EUA e bonzinho do Obama, sobre a Russia e situação da Crimeia. Um país que invade Afeganistão, Iraque ( com falsos argumentos) , e outros países só tem é de estar calado face à situação da Crimei e não atirar achas sobre uma fogueira que pode arder. Os EUA invadem , bombardeiam ,trucidam países e como tal nada podem falar sobre a soberania dos outros...Comparem hoje o Iraque antes e depois da Invasão dos EUA e depois falamos!
Salários Função Pública - Passos avisa que o que foi não volta a ser....
segunda-feira, 3 de março de 2014
Miguel Relvas voltou , para "construir moinhos"...o tripalio sauda o regresso!
Miguel Relvas regressou e logo ele, o "construtor de moinhos" lançou ....Mais uma frase quixotesca agora logo de regresso: "Há um ditado chinês que diz: quando os ventos sopram fortes, alguns abrigam-se, outros constroem moinhos. Eu escolhi sempre construir moinhos, convosco". Foi bonito, digno de D Quixote !!
Para além disso tem logo uma bloguista amiga, que lhe escreveu uma carta enquanto faz a sopa, mais uma carta ternurenta para apadrinhar o regresso deste herói laranja.
O tripalio saúda o regresso e espera que fale muito, muito...pois este PSD sem Relvas começa a definhar...Relvas regressou, o Povo está feliz novamente!
Para além disso tem logo uma bloguista amiga, que lhe escreveu uma carta enquanto faz a sopa, mais uma carta ternurenta para apadrinhar o regresso deste herói laranja.
O tripalio saúda o regresso e espera que fale muito, muito...pois este PSD sem Relvas começa a definhar...Relvas regressou, o Povo está feliz novamente!
domingo, 2 de março de 2014
Paul Craig Roberts ( ex assessor de Reagan) explica o que se passa na Ucrânia
» Ukrainian Neo-Nazis Declare that Power Comes Out of the Barrels of their Guns
Paul Craig Roberts
Reality on the ground in Ukraine contradicts the incompetent and immoral Obama regime’s portrait of Ukrainian democracy on the march.
To the extent that government exists in post-coup Ukraine, it is laws dictated by gun and threat wielding thugs of the neo-Nazi, Russophobic, ultra-nationalist, right-wing parties. Watch the video of the armed thug, Aleksandr Muzychko, who boosts of killing Russian soldiers in Chechnya, dictating to the Rovno regional parliament a grant of apartments to families of protesters. http://rt.com/news/radical-opposition-intimidating-techniques-882/
Read about the neo-nazis intimidating the Central Election Commission in order to secure rule and personnel changes in order to favor the ultra-right in the forthcoming elections. Thug Aleksandr Shevchenko informed the CEC that armed activists will remain in CEC offices in order to make certain that the election is not rigged against the neo-nazis. What he means, of course, is the armed thugs will make sure the neo-nazis win. If the neo-nazis don’t win, the chances are high that they will take power regardless.
Members of President Yanukovich’s ruling party, the Party of Regions, have been shot, had arrest warrants issued for them, have experienced home invasions and physical threats, and are resigning in droves in hopes of saving the lives of themselves and their families. The prosecutor’s office in the Volyn region (western Ukraine) has been ordered by ultra-nationalists to resign en masse .
Jewish synagogs and Eastern Orthodox Christian churches are being attacked.
To toot my own horn, I might have been the first and only to predict that Washington’s organization of pro-EU Ukrainian politicians into a coup against the elected government of Ukraine would destroy democracy and establish the precedent that force prevails over elections, thereby empowering the organized and armed extreme right-wing.
This is precisely what has happened. Note that there was no one in the Obama regime who had enough sense to see the obvious result of their smug, self-satisfied interference in the internal affairs of Ukraine.
If a democratically elected president and ruling party are so easily driven from power by armed neo-nazis, what chance do Washington’s paid stooges among the so-called “moderates” have of forming a government? These are the corrupt people who wanted President Yanukovich out of office so that they could take the money instead. The corruption charge against Yanukovich was cover for the disloyal, undemocratic “moderate” schemers to seize power and be paid millions of dollars by Washington for taking Ukraine into the EU and NATO.
The Washington-paid schemers are now reaping their just reward as they sit in craven silence while neo-nazi Muzychko wielding an Ak-47 challenges government officials to their face: “I dare you take my gun!”
Only Obama, Susan Rice, Victoria Nuland, Washington’s European puppets, and the Western prostitute media can describe the brutal reality of post-coup Ukraine as “the forward march of democracy.”
The West now faces a real mess, and so does Russia. The presstitutes will keep the American public from ever knowing what has happened, and the Obama regime will never admit it. It is not always clear that even the Russians want to admit it. The intelligent, reasonable, and humane Russian Foreign Minister, a person 100 cuts above the despicable John Kerry, keeps speaking as if this is all a mistake and appealing to the Western governments to stand behind the agreement that they pressured President Yanukovich to sign.
Yanukovich is history, as are Washington’s “moderates.” The moderates are not only corrupt; they are stupid. The fools even disbanded the Riot Police, leaving themselves at the mercy of the armed right-wing nazi thugs.
Ukraine is out of control. This is what happens when an arrogant, but stupid, Assistant Secretary of State (Victoria Nuland) plots with an equally arrogant and stupid US ambassador (Pyatt) to put their candidates in power once their coup against the elected president succeeds. The ignorant and deluded who deny any such plotting occurred can listen to the conversation between Nuland and Pyatt here:
http://www.youtube.com/watch?v=MSxaa-67yGM&feature=player_embedded
The situation will almost certainly lead to war. Only Putin’s diplomatic skills could prevent it. However, Putin has been demonized by Washington and the whores who comprise the US print and TV media. European and British politicians would have their Washington paychecks cut off if they aligned with Putin.
War is unavoidable, because the Western public is out to lunch. The more facts and information I provide, the more emails I receive defending the “sincere [and well paid] protesters’ honest protests against corruption,” as if corruption were the issue. I hear from Ukrainians and from those of Ukrainian ethnicity in Canada and the US that it is natural for Ukrainians to hate Russians because Ukrainians suffered under communism, as if suffering under communism, which disappeared in 1991, is unique to Ukrainians and has anything to do with the US coup that has fallen into neo-nazi hands,
No doubt. Many suffered under communism, including Russians. But was the suffering greater than the suffering of Japanese civilians twice nuked by the “Indispensable people,” or the suffering by German civilians whose cities were firebombed, like Tokyo, by the “exceptional people”?
Today Japan and Germany are Washington’s puppet states. In contrast, Ukraine was an independent country with a working relationship with Russia. It was this relationship that Washington wished to destroy.
Now that a reckless and incompetent Washington has opened Pandora’s Box, more evil has been released upon the world. The suffering will not be confined to Ukraine.
There are a number of reasons why the situation is likely to develop in a very bad way. One is that most people are unable to deal with reality even when reality directly confronts them. When I provide the facts as they are known, here are some of the responses I receive: “You are a Putin agent;” “you hate Ukrainians;” “you are defending corruption;” “you must not know how Ukrainians suffered at the hands of Stalin.”
Of course, having done Russian studies in graduate school, having been a member of the US-USSR student exchange program in 1961, having traveled in Russia, Georgia, Ukraine, and Uzbekistan, having published in scholarly journals of Slavic and Russian studies, having twice addressed the Soviet Academy of Sciences, having been invited to explain to the CIA why the Soviet economic collapse occurred despite the CIA’s predictions to the contrary, I wouldn’t know anything about how people suffered under communism. The willingness of readers to display to me their utter ignorance and stupidity is astonishing. There is a large number of people who think reality consists of their delusions.
Reality is simply too much for mentally and emotionally weak people who are capable of holding on to their delusions in the face of all evidence to the contrary. The masses of deluded people and the total inability of Washington, wallowing it its hubris, to admit a mistake, mean that Washington’s destabilization of Ukraine is a problem for us all.
RT reports that “Russian President Vladimir Putin has ordered an urgent military drill to test combat readiness of the armed forces across western and central Russia.” According to Russia’s Defense Minister, the surprise drill tested ground troops, Air Force, airborne troops and aerospace defense. http://rt.com/news/putin-drill-combat-army-864/
The Defense Minister said: “The drills are not connected with events in Ukraine at all.”
Yes, of course. The Defense Minister says this, because Putin still hopes that the EU will come to its senses. In my opinion, and I hope I am wrong, the European “leaders” are too corrupted by Washington’s money to have any sense. They are bought-and-paid-for. Nothing is important to them but money.
Ask yourself, why does Russia need at this time an urgent readiness test unrelated to Ukraine? Anyone familiar with geography knows that western and central Russia sit atop Ukraine.
Let us all cross our fingers that another war is not the consequence of the insouciant American public, the craven cowardice of the presstitute media, Washington’s corrupt European puppets, and the utter mendacity of the criminals who rule in Washington
sábado, 1 de março de 2014
Aliança Portugal- PSD e CDS ,Uma Aliança com o Capital, juntos para continuar a destruir o país
A ouvir o nome da candidatura para as Europeias de 2014, com o nome de Aliança Portugal, tive de me rir ( de tristeza).`De facto é uma aliança com o Capital, no caminho das tangas de crescimento...mas que de facto quer impor uma Aliança para a Miséria arrastando o PS para essa aliança. aliás os socialistas europeus são siameses desta direira. Hollande prova-o, seguro vai provar isso mesmo se chegar a PM .
E por isso entre a direita original e populista e um falso Partido socialista, as pessoas de direita vão votar na Aliança de Miséria CDS e PSD... e não é que podem mesmo ganhar. Pobre Europa, Pobre Portugal
Logotipo do povo Portugês: Aliança Portugal
E por isso entre a direita original e populista e um falso Partido socialista, as pessoas de direita vão votar na Aliança de Miséria CDS e PSD... e não é que podem mesmo ganhar. Pobre Europa, Pobre Portugal
Logotipo do povo Portugês: Aliança Portugal
"Ou se desvaloriza a moeda,ou se desvalorizam salários. Não há milagres" ( Octávio Teixeira, entrevista ao jornal i)
O ex-líder parlamentar pensa que este pode ser o último mandato de Jerónimo de Sousa na liderança do Partido Comunista
O economista Octávio Teixeira foi líder parlamentar do PCP anos a fio. Depois abandonou a política activa e voltou ao Banco de Portugal, o seu lugar de origem. É um defensor claro e frontal da saída de Portugal do euro e admite que os partidos de esquerda não são claros e frontais porque temem dizer aos trabalhadores que os salários reais serão reduzidos durante uns tempos. Mas acredita que não existe alternativa na configuração europeia: a chamada competitividade externa ou se faz baixando salários ou desvalorizando moeda. “Não há milagres.”
Disse há dois dias que é possível que, por razões eleitoralistas, o governo tente sair do programa da troika em “voo livre”, é a sua expressão. Mas a saída à irlandesa, na sua opinião, vai agravar ainda mais os problemas da dívida e da austeridade. Um programa cautelar é melhor que “um voo livre”?
Convém fazer uma clarificação acerca do meu pensamento sobre a matéria. Nem a saída sem pára-quedas nem a saída cautelar resolvem qualquer problema do país em termos de futuro próximo ou mais longínquo. Agora, dentro da óptica que o governo tem estado a seguir, é evidente que o mais prudente seria o recurso ao programa cautelar. Por uma razão central: o nível das taxas de juro. Com um programa cautelar, em princípio, as taxas de juro serão inferiores àquelas que o governo conseguirá obter indo directamente aos mercados financeiros.
Portanto a saída limpa é arriscada?
Dentro da perspectiva do próprio governo, a prudência aconselharia a que assinassem um programa cautelar. Agora um programa cautelar depende também da vontade da União Europeia. E não é muito certo que pelo menos alguns países da União Europeia estejam interessados num programa cautelar… Alguns deles terão de se confrontar ou com os seus parlamentos ou com os seus tribunais constitucionais para avançar nesta matéria. É eleitoralista esta visão do governo de pretender aproveitar as próximas eleições e as seguintes para aparecer junto da população portuguesa a dizer “a troika terminou, estamos livres”…
Mas a troika nunca terminará, na sua opinião?
O problema é que a troika nunca terminará e mais do que isso: a política de austeridade – e aí Passos Coelho tem sido muito claro – é para continuar. Entretanto, com vista às próximas eleições e às legislativas, o governo fez esta coisa de aproveitar para ir aos mercados internacionais para emitir dívida a taxas de juros na ordem dos 6% – 5,1% foi o mínimo que conseguiu – para poder sobreviver durante um ano e ter ali o seu saco para não ser necessário ir aos mercados.
Defende o perdão parcial da dívida, mas temos em Portugal uma situação em que os dois maiores partidos continuam a dizer que a dívida é para pagar. E como seria possível negociar isso com os nossos parceiros europeus? Estamos numa situação quase sem saída…
Sem saída por causa da falta de vontade política, designadamente dos partidos que referiu. Eu, pessoalmente, não tenho a mínima dúvida – e isso é demonstrável técnica e economicamente – que a dívida actual é impagável. É absolutamente impagável na sua totalidade. O próprio Fundo Monetário Internacional, no relatório português sobre a 8.a e a 9.a avaliações, diz que para que em 2038 Portugal possa ter uma dívida de 60% do PIB – o limite que a União Europeia diz que é sustentável – precisaríamos de ter taxas de crescimento económico durante estes 20 e tal anos da ordem dos 1,8% em termos reais. E 1,8% significa o dobro do que tivemos nos últimos seis anos antes da crise internacional. Era necessário que as taxas de juro que temos de pagar andassem na ordem dos 3,4% e que o défice primário fosse 3,8% durante estes 20 e tal anos. 3,8%, a números actuais, significa aumentar a dose que já existe acumulada de austeridade. Isto é insustentável e impossível. O problema não se põe em querer ou não querer pagar. É possível pagar ou não? Não é possível pagar! Se não é possível pagar, temos de renegociar. É um problema de vontade política dos partidos que estão no governo, ou que é previsível que possam ascender ao governo. Seria errado seguir o exemplo da Grécia, que não tomou a iniciativa – impuseram--lhe a renegociação. Aquilo não resolveu nada porque a renegociação foi feita com base na perspectiva do interesse dos credores.
E como é que se sai daqui? Porque é que na sua opinião seria melhor para Portugal a saída do euro?
Aquilo que se designa crise da zona euro não é uma crise decorrente das dívidas soberanas. É uma crise decorrente da heterogeneidade dos países que formam a zona euro, que vieram ao longo dos anos a acumular desvios cada vez maiores de uns países em relação aos outros. Em vez de ter passado a existir aquilo que se prometia, que era a coesão económica dos países, o que houve foi uma divergência. A moeda única foi aplicada a países com estruturas económicas completamente diferenciadas, com necessidades mediatas e imediatas completamente diferentes, com níveis de produtividade diferenciados uns dos outros, e que não podiam, objectivamente, sobreviver simultaneamente com a mesma moeda. A moeda única foi um garrote que se abateu sobre os países menos desenvolvidos que estão na zona euro, porque os impediu de crescerem mais rapidamente que os outros países para atingirem a convergência, ou a coesão económica. Desde logo, dentro da zona euro, quando desapareceu o risco cambial, isso favoreceu os países que tinham especializações produtivas mais elevadas e mais sofisticadas e conduziu, designadamente, a que a industrialização se concentrasse nos países do centro, em particular na Alemanha, assistindo-se à desindustrialização dos países da periferia. Fora da zona euro, e fora da União Europeia, a própria evolução da moeda única em termos cambiais – aquilo que se pode designar euro forte ou euro caro – provocou uma perda de competitividade enorme nos países mais frágeis, nos países do Sul. A nossa capacidade de exportação está assente fundamentalmente em produtos em que há uma enorme concorrência em termos de preços. O euro tem--se mantido, com alguns picos ainda superiores, na ordem de 1,30 e qualquer coisa em relação ao dólar. Ora os países exteriores à União Europeia – Índia, China, do Norte de África, da América do Sul e Central, que têm a sua paridade correlacionada com o dólar – viram a sua competitividade aumentar substancialmente. E Portugal foi muito prejudicado em termos de exportações. E há outro aspecto que é pouco referido: aquele processo de deslocalização de empresas que começou em Portugal há uns anos também foi desencadeado pelo euro caro. Há quem diga que é preciso arranjar condições para que o euro desvalorize. Não é provável por duas razões: segundo estudos de várias fontes internacionais, a chamada taxa de equilíbrio entre o euro e dólar, para a Alemanha, é precisamente a de 1,30. E a Alemanha é a economia central da União Europeia e isso tem de ser tida em conta. Por outro lado, o euro tem no seu ADN a perspectiva de ser um euro forte, uma moeda cara, exactamente para embaratecer as aplicações financeiras da União Europeia nos países exteriores à União Europeia. Combater estes dois interesses é difícil.
Há economistas em vários partidos de esquerda que defendem a saída do euro, mas não existe nenhum partido que faça disso uma bandeira. Não existe medo de que no dia seguinte à saída do euro as pessoas vejam as suas dívidas cavalgar, o dinheiro que têm no banco reduzido a metade? Não há um medo na sociedade portuguesa das consequências do dia seguinte?
Estas eleições para o Parlamento Europeu são importantes nesta perspectiva. Tem de se clarificar e esclarecer as situações. É evidente que a saída do euro tem custos. Mas há duas coisas: os custos são a muito curto prazo. Veja-se a Islândia há dois ou três anos. A Islândia fez uma desvalorização brutal, superior a 50%. Teve uma inflação de 12%. Mas passado ano e meio, dois anos, além do crescimento económico que teve, a inflação veio para os 4%. A alternativa que nos é apresentada, a desvalorização interna, tem estes inconvenientes. O programa que está a ser aplicado pela troika e pelo governo é formalmente conhecido como desvalorização interna. A recuperação do escudo, da soberania monetária, teria como consequência uma desvalorização, mas os efeitos são a muito curto prazo e nas exportações, passados seis meses, teríamos efeitos claros. E na redução de importações – com a substituição de importações pelo consumo de produtos nacionais. A inflação – já fiz cálculos sobre isso, admitindo uma desvalorização de 30% – nunca iria além dos 10%. Saímos do euro, recriamos o escudo e imediatamente determina-se que um escudo tem o mesmo valor que um euro. Todas as contas são transformadas de euros para escudos com o mesmo valor. E a seguir desvalorizamos o escudo. A perda para as pessoas na prática não existe.
Mas as pessoas têm 10 mil euros de PPR no banco que passam a valer muito menos.
Transformam-se em 500 mil escudos. Mas o escudo vale menos. Mas quando desvaloriza também os activos passam a valer menos. No dia 1 posso comprar uma casa por 500 mil euros. No dia 2, com os 500 mil escudos desvalorizados, posso continuar a comprar essa casa porque o valor patrimonial da casa em escudos também baixou. Mas há uma situação que não quero esconder. É evidente que a saída do euro tem custos: o problema bancário. Aí é que está o problema. Não propriamente em relação às famílias, mas em relação aos bancos. A desvalorização, por causa do endividamento externo dos bancos, vem criar problemas. Mas nós temos vindo a suportar esses problemas bancários. Com a saída do euro, a parte essencial do sistema bancário tem de ser preservada, logicamente. Não é uma coisa nova, com a vantagem de que num prazo relativamente curto a situação fica resolvida do ponto de vista económico e, naturalmente, do ponto de vista financeiro.
É militante do PCP, foi líder parlamentar. O PCP sempre foi contra a entrada no euro…
Sim, sim.
Mas não se vê claramente nem no PCP nem no Bloco de Esquerda – estou a falar de dois partidos que estão no grupo da esquerda europeia – a defesa dessa tese. O próprio Alexis Tsipras, que é o candidato do PCP e do Bloco de Esquerda a presidente da Comissão Europeia, não fala em sair do euro.
Exactamente. Julgo que há algumas perspectivas a ter em atenção. Uma questão que se apresenta a vários partidos é o receio de dizerem aos trabalhadores “vocês em termos reais vão ter os vossos salários reduzidos devido à inflação”, embora aqui possa haver compensações. Julgo que haverá em vários partidos essa ideia de terem de dizer “nós defendemos a saída do euro, mas isso vai ter implicações nos salários reais durante algum tempo”. Por outro lado, e isso eu colocaria relativamente ao Bloco de Esquerda, que referiu, há a ideia de que o problema se resolve fazendo uma reconfiguração da zona euro e até uma reconfiguração da União Europeia. Agora a questão que eu levanto é esta: o que é mais viável ou mais possível? Fazer uma reconfiguração total da zona euro, dizendo “vamos mudar para uma política que tenha como prioridade a estabilidade de preços”? Passa a haver uma política do Banco Central Europeu que tenha como prioridade o emprego e o crescimento económico? Quem é que aceita isto? Qual é o país que aceita isto?
A correlação de forças, que é uma expressão muito querida dos comunistas, não é favorável a isso…
Não vejo essa possibilidade, pelo menos a médio prazo. Certamente, como comunista, nunca desistirei de defender uma reconfiguração completa da União Europeia em termos de políticas viradas para a população. Agora isso não é de esperar que possa vir a suceder a médio prazo. E o médio prazo aqui é longo. Se ficarmos nessa perspectiva, ao fim desse médio prazo longo, o país já não estará cá. A questão da saída do euro parece-me fundamental.
Mas não é debatida em Portugal, designadamente a nível dos partidos políticos.
Tem havido debates, mas não são debates públicos, como deviam ser.
A Assembleia da República não debate isto…
Exactamente. Acho que estas próximas eleições para o Parlamento Europeu têm uma importância política muito grande. Estas questões têm de ser debatidas na campanha eleitoral, mas com muita seriedade e muita objectividade. Para que as pessoas fiquem esclarecidas acerca das alternativas que estão em causa, das consequências de cada uma das alternativas e do que, em termos de curto prazo, médio prazo e longo prazo, é preferível para os portugueses. Neste aspecto estas eleições são muito importantes e podiam ser aproveitadas para isso.
Mas estamos a três meses e só se fala de cautelar ou saída limpa.
O debate está enviesado nessa perspectiva.
O PS defende menos austeridade, mas apoiou o Tratado Orçamental. Acha que Seguro corre o risco de fazer a mesma figura que Hollande se for eleito primeiro-ministro?
É quase inevitável, com base naquilo que tem sido o discurso do Partido Socialista e do seu secretário-geral. Aquilo que o Partido Socialista nos tem dito é que é preciso menos austeridade e mais crescimento. Posso estar enganado, mas até hoje ainda não ouvi o Partido Socialista dizer como faz isso. Nos últimos dias tem estado em debate os membros da troika dizerem que é preciso reduzir ainda mais os salários. E toda a gente dá saltos! Não pode ser, nem pensar nisso! Eu também acho que não se deve pensar nisso. Mas a questão que se põe é esta: como é que se consegue a chamada competitividade externa se não é através da desvalorização da moeda? Não há milagres! Tem de ser através da desvalorização dos salários!
Portanto, quando o governo, o PS, os patrões, dizem que não querem baixar os salários estão-nos a aldrabar?
Estão a aldrabar porque sem isso, dentro da óptica da troika que eles subscrevem, não conseguem a desvalorização interna! Há estudos internacionais que dizem que, relativamente a Portugal, a desvalorização interna tem de se prolongar por 20 a 30 anos. Eu sou conhecido por ser uma pessoa delicada, suave. Mas sobre a aprovação do Tratado Orçamental não posso deixar de dizer que é uma estupidez completa!
Mas tem a maioria da Europa a defender isso.
Principalmente os países do centro, para não dizer a Alemanha…
Em Espanha o socialista Zapatero meteu-o na Constituição e aqui o PS aprovou uma lei com valor reforçado….
É uma estupidez. O tal défice estrutural com o máximo de 0,5% implica uma dose de austeridade muito superior àquela que tem vindo a ser praticada! É contrário àquilo de que um país como Portugal necessita, o de crescer mais rapidamente que os outros países da zona euro, para se aproximar. Não é possível sair deste ciclo vicioso com o tratado orçamental. Chamam-lhe a regra de ouro. Podiam perguntar a um professor de Finanças, que por acaso é Presidente da República, se ele conhece essa regra de ouro das finanças públicas. E ele certamente dirá que não. A regra de ouro que existe internacionalmente nas finanças públicas é a regra que diz que, em princípio, a não ser em casos de recessão, o défice não deve ser superior à despesa em investimento.
Por acaso esse professor de Finanças foi contra a inscrição dessa regra na Constituição…
Apesar de tudo ainda teve lá um toque de professor de Finanças (risos).
Mas estamos então a ter um debate público esquizofrénico….
O debate público está a passar ao lado das questões centrais e essenciais.
Mas a direita, ao menos, está a ser coerente.
Exactamente.
Mas porque é que a esquerda está enfiada num colete-de-forças?
Do meu ponto de vista, não deveria estar. Deveria tomar a iniciativa de um debate sobre estas questões e de ter as suas próprias propostas para que toda a gente soubesse o que está em jogo. O Partido Socialista está muito ligado àquilo que é central e essencial nesta política do governo, o Tratado Orçamental, sair do euro nem pensar… O PS está muito amarrado às teses dominantes na União Europeia. Há pouco perguntava-me se Seguro, se for eleito primeiro-ministro, poderá ser um novo Hollande… Não tenho a mínima dúvida sobre isso. Se o Hollande francês recuou em toda a linha, o Seguro português não irá fazer qualquer alteração. A França ainda tem algum peso na União Europeia e Portugal não tem peso absolutamente nenhum…
Estamos aqui na Europa a viver uma grave crise. No entanto, um país pobre como a Letónia acabou de aderir ao euro e a Ucrânia partiu-se toda porque uma parte da população quer um acordo com a União Europeia. Como é que vê estes paradoxos?
Não conheço a situação da Letónia, mas admito que tenha sido uma situação idêntica àquela que conduziu Portugal ao euro – entrar no clube dos ricos. Vítor Constâncio dizia, na altura, que a partir do momento em que entrássemos na zona euro deixaríamos de ter problemas de financiamento da nossa dívida externa. Está-se a ver, não? Em relação à questão da Ucrânia, julgo que a situação é diferente. Por um lado, há uma parte da população da Ucrânia que nunca, nunca suportou os russos. Não estou a falar da União Soviética, são os russos! A outra questão é que o problema da Ucrânia não tem sido apenas uma questão interna. Eu até admito – não quero ser peremptório – que o peso maior daquilo que se tem passado na Ucrânia tenha a ver com o exterior, um problema geoestratégico. Quer os Estados Unidos da América, quer a União Europeia, há muito vêm pressionando a Ucrânia para entrar para a União Europeia e para a NATO, para enfraquecer o poder da Rússia naquela zona. Não estou aqui a dizer que a Rússia é melhor ou pior que os Estados Unidos e a União Europeia, mas é evidente que a Rússia continua a ser uma potência mundial e pretende continuar a defender os seus interesses geoestratégicos. A minha dúvida é onde isto vai parar. A Rússia vai submeter-se a ter um adversário, num sítio onde existem ódios profundos em relação aos russos, à sua porta? Isto pode ter consequências muito graves que se vão repercutir na União Europeia… Se existir um confronto claro e evidente entre a Rússia, a Europa e os Estados Unidos e isso chegar à via armada, é imprevisível.
Foi líder parlamentar do PCP, teve posições importantes no seu partido. Depois voltou para o Banco de Portugal e entretanto reformou-se. Não tem saudades da política activa?
Não [risos]. A política activa cansa muito [risos]. Vou participando dentro e fora do partido em vários debates. Mas também é essencial que se vá fazendo a renovação das gerações na política activa. Os menos jovens devem dar lugar aos mais jovens.
O PCP tem feito isso.
As pessoas que compõem o grupo parlamentar do PCP neste momento, no meu tempo não existiam [risos]. Ou eram muito jovens… O Partido Comunista faz muito bem em rejuvenescer.
E então acha que este vai ser o último mandato de Jerónimo de Sousa, aliás seu amigo e padrinho de casamento?
Não sei, mas admito que sim. Não tenho informação nem sequer pessoal. Somos amigos há dezenas de anos. Mas creio que ele próprio certamente tem em conta a necessidade de vir rejuvenescendo o partido a todos os níveis.
Poderá ser este o último mandato de Jerónimo de Sousa como secretário-
-geral do PCP? Poderá ser...
Disse há dois dias que é possível que, por razões eleitoralistas, o governo tente sair do programa da troika em “voo livre”, é a sua expressão. Mas a saída à irlandesa, na sua opinião, vai agravar ainda mais os problemas da dívida e da austeridade. Um programa cautelar é melhor que “um voo livre”?
Convém fazer uma clarificação acerca do meu pensamento sobre a matéria. Nem a saída sem pára-quedas nem a saída cautelar resolvem qualquer problema do país em termos de futuro próximo ou mais longínquo. Agora, dentro da óptica que o governo tem estado a seguir, é evidente que o mais prudente seria o recurso ao programa cautelar. Por uma razão central: o nível das taxas de juro. Com um programa cautelar, em princípio, as taxas de juro serão inferiores àquelas que o governo conseguirá obter indo directamente aos mercados financeiros.
Portanto a saída limpa é arriscada?
Dentro da perspectiva do próprio governo, a prudência aconselharia a que assinassem um programa cautelar. Agora um programa cautelar depende também da vontade da União Europeia. E não é muito certo que pelo menos alguns países da União Europeia estejam interessados num programa cautelar… Alguns deles terão de se confrontar ou com os seus parlamentos ou com os seus tribunais constitucionais para avançar nesta matéria. É eleitoralista esta visão do governo de pretender aproveitar as próximas eleições e as seguintes para aparecer junto da população portuguesa a dizer “a troika terminou, estamos livres”…
Mas a troika nunca terminará, na sua opinião?
O problema é que a troika nunca terminará e mais do que isso: a política de austeridade – e aí Passos Coelho tem sido muito claro – é para continuar. Entretanto, com vista às próximas eleições e às legislativas, o governo fez esta coisa de aproveitar para ir aos mercados internacionais para emitir dívida a taxas de juros na ordem dos 6% – 5,1% foi o mínimo que conseguiu – para poder sobreviver durante um ano e ter ali o seu saco para não ser necessário ir aos mercados.
Defende o perdão parcial da dívida, mas temos em Portugal uma situação em que os dois maiores partidos continuam a dizer que a dívida é para pagar. E como seria possível negociar isso com os nossos parceiros europeus? Estamos numa situação quase sem saída…
Sem saída por causa da falta de vontade política, designadamente dos partidos que referiu. Eu, pessoalmente, não tenho a mínima dúvida – e isso é demonstrável técnica e economicamente – que a dívida actual é impagável. É absolutamente impagável na sua totalidade. O próprio Fundo Monetário Internacional, no relatório português sobre a 8.a e a 9.a avaliações, diz que para que em 2038 Portugal possa ter uma dívida de 60% do PIB – o limite que a União Europeia diz que é sustentável – precisaríamos de ter taxas de crescimento económico durante estes 20 e tal anos da ordem dos 1,8% em termos reais. E 1,8% significa o dobro do que tivemos nos últimos seis anos antes da crise internacional. Era necessário que as taxas de juro que temos de pagar andassem na ordem dos 3,4% e que o défice primário fosse 3,8% durante estes 20 e tal anos. 3,8%, a números actuais, significa aumentar a dose que já existe acumulada de austeridade. Isto é insustentável e impossível. O problema não se põe em querer ou não querer pagar. É possível pagar ou não? Não é possível pagar! Se não é possível pagar, temos de renegociar. É um problema de vontade política dos partidos que estão no governo, ou que é previsível que possam ascender ao governo. Seria errado seguir o exemplo da Grécia, que não tomou a iniciativa – impuseram--lhe a renegociação. Aquilo não resolveu nada porque a renegociação foi feita com base na perspectiva do interesse dos credores.
E como é que se sai daqui? Porque é que na sua opinião seria melhor para Portugal a saída do euro?
Aquilo que se designa crise da zona euro não é uma crise decorrente das dívidas soberanas. É uma crise decorrente da heterogeneidade dos países que formam a zona euro, que vieram ao longo dos anos a acumular desvios cada vez maiores de uns países em relação aos outros. Em vez de ter passado a existir aquilo que se prometia, que era a coesão económica dos países, o que houve foi uma divergência. A moeda única foi aplicada a países com estruturas económicas completamente diferenciadas, com necessidades mediatas e imediatas completamente diferentes, com níveis de produtividade diferenciados uns dos outros, e que não podiam, objectivamente, sobreviver simultaneamente com a mesma moeda. A moeda única foi um garrote que se abateu sobre os países menos desenvolvidos que estão na zona euro, porque os impediu de crescerem mais rapidamente que os outros países para atingirem a convergência, ou a coesão económica. Desde logo, dentro da zona euro, quando desapareceu o risco cambial, isso favoreceu os países que tinham especializações produtivas mais elevadas e mais sofisticadas e conduziu, designadamente, a que a industrialização se concentrasse nos países do centro, em particular na Alemanha, assistindo-se à desindustrialização dos países da periferia. Fora da zona euro, e fora da União Europeia, a própria evolução da moeda única em termos cambiais – aquilo que se pode designar euro forte ou euro caro – provocou uma perda de competitividade enorme nos países mais frágeis, nos países do Sul. A nossa capacidade de exportação está assente fundamentalmente em produtos em que há uma enorme concorrência em termos de preços. O euro tem--se mantido, com alguns picos ainda superiores, na ordem de 1,30 e qualquer coisa em relação ao dólar. Ora os países exteriores à União Europeia – Índia, China, do Norte de África, da América do Sul e Central, que têm a sua paridade correlacionada com o dólar – viram a sua competitividade aumentar substancialmente. E Portugal foi muito prejudicado em termos de exportações. E há outro aspecto que é pouco referido: aquele processo de deslocalização de empresas que começou em Portugal há uns anos também foi desencadeado pelo euro caro. Há quem diga que é preciso arranjar condições para que o euro desvalorize. Não é provável por duas razões: segundo estudos de várias fontes internacionais, a chamada taxa de equilíbrio entre o euro e dólar, para a Alemanha, é precisamente a de 1,30. E a Alemanha é a economia central da União Europeia e isso tem de ser tida em conta. Por outro lado, o euro tem no seu ADN a perspectiva de ser um euro forte, uma moeda cara, exactamente para embaratecer as aplicações financeiras da União Europeia nos países exteriores à União Europeia. Combater estes dois interesses é difícil.
Há economistas em vários partidos de esquerda que defendem a saída do euro, mas não existe nenhum partido que faça disso uma bandeira. Não existe medo de que no dia seguinte à saída do euro as pessoas vejam as suas dívidas cavalgar, o dinheiro que têm no banco reduzido a metade? Não há um medo na sociedade portuguesa das consequências do dia seguinte?
Estas eleições para o Parlamento Europeu são importantes nesta perspectiva. Tem de se clarificar e esclarecer as situações. É evidente que a saída do euro tem custos. Mas há duas coisas: os custos são a muito curto prazo. Veja-se a Islândia há dois ou três anos. A Islândia fez uma desvalorização brutal, superior a 50%. Teve uma inflação de 12%. Mas passado ano e meio, dois anos, além do crescimento económico que teve, a inflação veio para os 4%. A alternativa que nos é apresentada, a desvalorização interna, tem estes inconvenientes. O programa que está a ser aplicado pela troika e pelo governo é formalmente conhecido como desvalorização interna. A recuperação do escudo, da soberania monetária, teria como consequência uma desvalorização, mas os efeitos são a muito curto prazo e nas exportações, passados seis meses, teríamos efeitos claros. E na redução de importações – com a substituição de importações pelo consumo de produtos nacionais. A inflação – já fiz cálculos sobre isso, admitindo uma desvalorização de 30% – nunca iria além dos 10%. Saímos do euro, recriamos o escudo e imediatamente determina-se que um escudo tem o mesmo valor que um euro. Todas as contas são transformadas de euros para escudos com o mesmo valor. E a seguir desvalorizamos o escudo. A perda para as pessoas na prática não existe.
Mas as pessoas têm 10 mil euros de PPR no banco que passam a valer muito menos.
Transformam-se em 500 mil escudos. Mas o escudo vale menos. Mas quando desvaloriza também os activos passam a valer menos. No dia 1 posso comprar uma casa por 500 mil euros. No dia 2, com os 500 mil escudos desvalorizados, posso continuar a comprar essa casa porque o valor patrimonial da casa em escudos também baixou. Mas há uma situação que não quero esconder. É evidente que a saída do euro tem custos: o problema bancário. Aí é que está o problema. Não propriamente em relação às famílias, mas em relação aos bancos. A desvalorização, por causa do endividamento externo dos bancos, vem criar problemas. Mas nós temos vindo a suportar esses problemas bancários. Com a saída do euro, a parte essencial do sistema bancário tem de ser preservada, logicamente. Não é uma coisa nova, com a vantagem de que num prazo relativamente curto a situação fica resolvida do ponto de vista económico e, naturalmente, do ponto de vista financeiro.
É militante do PCP, foi líder parlamentar. O PCP sempre foi contra a entrada no euro…
Sim, sim.
Mas não se vê claramente nem no PCP nem no Bloco de Esquerda – estou a falar de dois partidos que estão no grupo da esquerda europeia – a defesa dessa tese. O próprio Alexis Tsipras, que é o candidato do PCP e do Bloco de Esquerda a presidente da Comissão Europeia, não fala em sair do euro.
Exactamente. Julgo que há algumas perspectivas a ter em atenção. Uma questão que se apresenta a vários partidos é o receio de dizerem aos trabalhadores “vocês em termos reais vão ter os vossos salários reduzidos devido à inflação”, embora aqui possa haver compensações. Julgo que haverá em vários partidos essa ideia de terem de dizer “nós defendemos a saída do euro, mas isso vai ter implicações nos salários reais durante algum tempo”. Por outro lado, e isso eu colocaria relativamente ao Bloco de Esquerda, que referiu, há a ideia de que o problema se resolve fazendo uma reconfiguração da zona euro e até uma reconfiguração da União Europeia. Agora a questão que eu levanto é esta: o que é mais viável ou mais possível? Fazer uma reconfiguração total da zona euro, dizendo “vamos mudar para uma política que tenha como prioridade a estabilidade de preços”? Passa a haver uma política do Banco Central Europeu que tenha como prioridade o emprego e o crescimento económico? Quem é que aceita isto? Qual é o país que aceita isto?
A correlação de forças, que é uma expressão muito querida dos comunistas, não é favorável a isso…
Não vejo essa possibilidade, pelo menos a médio prazo. Certamente, como comunista, nunca desistirei de defender uma reconfiguração completa da União Europeia em termos de políticas viradas para a população. Agora isso não é de esperar que possa vir a suceder a médio prazo. E o médio prazo aqui é longo. Se ficarmos nessa perspectiva, ao fim desse médio prazo longo, o país já não estará cá. A questão da saída do euro parece-me fundamental.
Mas não é debatida em Portugal, designadamente a nível dos partidos políticos.
Tem havido debates, mas não são debates públicos, como deviam ser.
A Assembleia da República não debate isto…
Exactamente. Acho que estas próximas eleições para o Parlamento Europeu têm uma importância política muito grande. Estas questões têm de ser debatidas na campanha eleitoral, mas com muita seriedade e muita objectividade. Para que as pessoas fiquem esclarecidas acerca das alternativas que estão em causa, das consequências de cada uma das alternativas e do que, em termos de curto prazo, médio prazo e longo prazo, é preferível para os portugueses. Neste aspecto estas eleições são muito importantes e podiam ser aproveitadas para isso.
Mas estamos a três meses e só se fala de cautelar ou saída limpa.
O debate está enviesado nessa perspectiva.
O PS defende menos austeridade, mas apoiou o Tratado Orçamental. Acha que Seguro corre o risco de fazer a mesma figura que Hollande se for eleito primeiro-ministro?
É quase inevitável, com base naquilo que tem sido o discurso do Partido Socialista e do seu secretário-geral. Aquilo que o Partido Socialista nos tem dito é que é preciso menos austeridade e mais crescimento. Posso estar enganado, mas até hoje ainda não ouvi o Partido Socialista dizer como faz isso. Nos últimos dias tem estado em debate os membros da troika dizerem que é preciso reduzir ainda mais os salários. E toda a gente dá saltos! Não pode ser, nem pensar nisso! Eu também acho que não se deve pensar nisso. Mas a questão que se põe é esta: como é que se consegue a chamada competitividade externa se não é através da desvalorização da moeda? Não há milagres! Tem de ser através da desvalorização dos salários!
Portanto, quando o governo, o PS, os patrões, dizem que não querem baixar os salários estão-nos a aldrabar?
Estão a aldrabar porque sem isso, dentro da óptica da troika que eles subscrevem, não conseguem a desvalorização interna! Há estudos internacionais que dizem que, relativamente a Portugal, a desvalorização interna tem de se prolongar por 20 a 30 anos. Eu sou conhecido por ser uma pessoa delicada, suave. Mas sobre a aprovação do Tratado Orçamental não posso deixar de dizer que é uma estupidez completa!
Mas tem a maioria da Europa a defender isso.
Principalmente os países do centro, para não dizer a Alemanha…
Em Espanha o socialista Zapatero meteu-o na Constituição e aqui o PS aprovou uma lei com valor reforçado….
É uma estupidez. O tal défice estrutural com o máximo de 0,5% implica uma dose de austeridade muito superior àquela que tem vindo a ser praticada! É contrário àquilo de que um país como Portugal necessita, o de crescer mais rapidamente que os outros países da zona euro, para se aproximar. Não é possível sair deste ciclo vicioso com o tratado orçamental. Chamam-lhe a regra de ouro. Podiam perguntar a um professor de Finanças, que por acaso é Presidente da República, se ele conhece essa regra de ouro das finanças públicas. E ele certamente dirá que não. A regra de ouro que existe internacionalmente nas finanças públicas é a regra que diz que, em princípio, a não ser em casos de recessão, o défice não deve ser superior à despesa em investimento.
Por acaso esse professor de Finanças foi contra a inscrição dessa regra na Constituição…
Apesar de tudo ainda teve lá um toque de professor de Finanças (risos).
Mas estamos então a ter um debate público esquizofrénico….
O debate público está a passar ao lado das questões centrais e essenciais.
Mas a direita, ao menos, está a ser coerente.
Exactamente.
Mas porque é que a esquerda está enfiada num colete-de-forças?
Do meu ponto de vista, não deveria estar. Deveria tomar a iniciativa de um debate sobre estas questões e de ter as suas próprias propostas para que toda a gente soubesse o que está em jogo. O Partido Socialista está muito ligado àquilo que é central e essencial nesta política do governo, o Tratado Orçamental, sair do euro nem pensar… O PS está muito amarrado às teses dominantes na União Europeia. Há pouco perguntava-me se Seguro, se for eleito primeiro-ministro, poderá ser um novo Hollande… Não tenho a mínima dúvida sobre isso. Se o Hollande francês recuou em toda a linha, o Seguro português não irá fazer qualquer alteração. A França ainda tem algum peso na União Europeia e Portugal não tem peso absolutamente nenhum…
Estamos aqui na Europa a viver uma grave crise. No entanto, um país pobre como a Letónia acabou de aderir ao euro e a Ucrânia partiu-se toda porque uma parte da população quer um acordo com a União Europeia. Como é que vê estes paradoxos?
Não conheço a situação da Letónia, mas admito que tenha sido uma situação idêntica àquela que conduziu Portugal ao euro – entrar no clube dos ricos. Vítor Constâncio dizia, na altura, que a partir do momento em que entrássemos na zona euro deixaríamos de ter problemas de financiamento da nossa dívida externa. Está-se a ver, não? Em relação à questão da Ucrânia, julgo que a situação é diferente. Por um lado, há uma parte da população da Ucrânia que nunca, nunca suportou os russos. Não estou a falar da União Soviética, são os russos! A outra questão é que o problema da Ucrânia não tem sido apenas uma questão interna. Eu até admito – não quero ser peremptório – que o peso maior daquilo que se tem passado na Ucrânia tenha a ver com o exterior, um problema geoestratégico. Quer os Estados Unidos da América, quer a União Europeia, há muito vêm pressionando a Ucrânia para entrar para a União Europeia e para a NATO, para enfraquecer o poder da Rússia naquela zona. Não estou aqui a dizer que a Rússia é melhor ou pior que os Estados Unidos e a União Europeia, mas é evidente que a Rússia continua a ser uma potência mundial e pretende continuar a defender os seus interesses geoestratégicos. A minha dúvida é onde isto vai parar. A Rússia vai submeter-se a ter um adversário, num sítio onde existem ódios profundos em relação aos russos, à sua porta? Isto pode ter consequências muito graves que se vão repercutir na União Europeia… Se existir um confronto claro e evidente entre a Rússia, a Europa e os Estados Unidos e isso chegar à via armada, é imprevisível.
Foi líder parlamentar do PCP, teve posições importantes no seu partido. Depois voltou para o Banco de Portugal e entretanto reformou-se. Não tem saudades da política activa?
Não [risos]. A política activa cansa muito [risos]. Vou participando dentro e fora do partido em vários debates. Mas também é essencial que se vá fazendo a renovação das gerações na política activa. Os menos jovens devem dar lugar aos mais jovens.
O PCP tem feito isso.
As pessoas que compõem o grupo parlamentar do PCP neste momento, no meu tempo não existiam [risos]. Ou eram muito jovens… O Partido Comunista faz muito bem em rejuvenescer.
E então acha que este vai ser o último mandato de Jerónimo de Sousa, aliás seu amigo e padrinho de casamento?
Não sei, mas admito que sim. Não tenho informação nem sequer pessoal. Somos amigos há dezenas de anos. Mas creio que ele próprio certamente tem em conta a necessidade de vir rejuvenescendo o partido a todos os níveis.
Poderá ser este o último mandato de Jerónimo de Sousa como secretário-
-geral do PCP? Poderá ser...
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