sábado, 20 de abril de 2013

Também na Dinamarca se luta

Professores em luta na Dinamarca
Ataque à escola
Cerca de 50 mil professores das escolas públicas dinamarquesas manifestaram-se, dia 11, frente ao parlamento em Copenhaga, contra a reforma educativa.

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O conflito laboral, que opõe governo e municípios a 69 mil professores do ensino primário e primeiro ciclo do secundário, teve como consequência o encerramento das escolas, deixando cerca de 875 mil alunos dos seis aos 16 anos sem aulas.
As autoridades pretendem alterar o convénio colectivo e aumentar o número de aulas por professor, no âmbito de uma reforma educativa designada «Todo o dia na escola», lançada pelo governo no Outono de 2012.
O sindicato dos professores (DLF) considera as novas condições de trabalho inaceitáveis e recusou assinar o convénio.
Perante o impasse negocial, os municípios declararam, dia 2, o lock-out, mantendo os estabelecimentos encerrados, os professores sem salário e os alunos em casa.
Porém, o sindicato não capitulou e afirma-se disposto a combater. Desde então tem organizado vários protestos inéditos, aos quais se uniram trabalhadores municipais de outros sectores.
Uma dessas acções foi o cordão humano realizado, dia 10, ao longo de um percurso de 35 quilómetros, que ligou Copenhaga à cidade de Roskilde.
No dia seguinte, uma das maiores manifestações jamais vistas no país juntou na capital entre 35 mil (segundo dados da polícia) e 50 mil pessoas segundo estimativas de alguns jornais.
Contratação colectiva em causa
A rede escolar dinamarquesa do básico e secundário está praticamente toda sob a tutela dos municípios. Por isso, os sindicatos repudiam a ingerência do governo, lembrando que a tentativa de condicionar as negociações constitui uma violação das normas vigentes da contratação colectiva.
Até aqui, o convénio firmado em 2008 com a associação LGDK, que congrega os 98 municípios, estabelecia um máximo de 25 horas semanais de aulas por professor, sendo o tempo restante destinado à preparação.
O governo não só quer abolir aquele limite, como pretende que cada escola possa decidir o horário de trabalho e as condições remuneratórias dos professores, ou seja, pôr fim à contratação colectiva no sector.
Por trás da reforma educativa estão claramente objectivos não explícitos que visam reduzir as despesas do Estado com a Educação.
A Dinamarca consagra actualmente 8,5 por cento do PIB ao sistema educativo, gastando cerca de 6200 euros por aluno do ensino básico, 8500 euros por aluno do secundário e cerca de 18 500 euros no superior.
Cada turma tem um máximo de 19 alunos, quer se trate do nível básico ou secundário. Desta forma, os professores podem prestar um apoio personalizado aos alunos com dificuldades, o que contribui para resultados francamente positivos.
No entanto, o patronato e o governo insistem que o sistema está longe de responder às necessidades, apontando o facto de 16 por cento dos jovens não conseguirem concluir o nível secundário.

in avante, dia 17/4/2013

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