terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O finar da Loja do Cidadão dos Restauradores ( postado Aventar)

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30/12/2013 por Carlos Fonseca 11 Comentários

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Esta mastodôntica figura é o secretário de estado da Modernização Administrativa. Tem uma carreira cheia e anafada como ele próprio. Sempre exercida em círculos do poder.



Impulsionado por obesa ambição, em 2008 fundou e foi vice-presidente do partido ‘Movimento Esperança Portugal’, onde permaneceu sempre a mover-se, em louco dinamismo, até provocar o desmoronamento em 2011/início de 2012 do inócuo partido.



Com a agilidade que o move nos meios político-sociais, e de que a imagem da cabeça, pescoço e tronco dilatado é elucidativa prova, chegou ao citado o cargo de secretário de estado da Modernização Administrativa.



Truculento quanto basta, foi a figura escolhida pelo governo de Passos e Portas para extinguir a Loja do Cidadão, no centro de Lisboa, mais precisamente nos Restauradores.



A ‘Loja do Cidadão, agora em extinção, atendia uma média de 3.000 pessoas por dia, ou seja, cerca de 780.000 / ano, com o custo de uma renda de 600.000 euros/ano, equivalente, portanto, a menos de 0,77 euros por atendido.





Nesta azáfama pela exterminação de serviços públicos, ou melhor, na entrega a privados da respectiva exploração, uma das soluções governamentais é utilizar as estações dos CTT, recém-privatizadas. Teremos a oportunidade de verificar em futuro breve qual o custo que os cidadãos, nesses espaços, vão pagar adicionalmente pelos serviços prestados. E mais, dada a exiguidade das superfícies de substituição, a mudança implicará, de certeza, a escassez na variedade de oferta desses serviços.



Caminhamos em sentido inverso ao desenvolvimento e renovação do serviço público em países mais desenvolvidos. Justamente ao contrário do que, por exemplo, sucede no Reino Unido, país em que tais serviços são estimulados e expandidos; a despeito do governo conservador no poder.



Passos Coelho e Paulo Portas, com as trapalhadas da governação em que entrincheiraram o País, perderam definitivamente a noção de qualquer sentido ideológico da acção política. Arrumadas de início a social-democracia e a democracia-cristã, inventam, no dia-a-dia, um neoliberalismo à portuguesa: ‘o que faz falta é lixar a malta’, canta o PM em falsete, replica o outro em gestos largos e não poucas vezes entufados.



Se o agora habitante da ‘Massamá fina’, do condomínio fechado e sofisticado, tivesse em consideração a magreza financeira nacional que apregoa, em vez de encerrar ou diminuir serviços públicos, reduziria o seu gabinete que custa à volta de 150.000 euros por mês, com uma equipa de luxo: Chefe de Gabinete, oito assessores, sete adjuntos, quatro técnicas especialistas, nove secretárias pessoais, uma coordenadora, doze técnicos administrativos, nove elementos de apoio auxiliar e doze motoristas.



Ao todo, somam sessenta e três (63!) funcionários públicos privativos de Passos, o que para um autoproclamado modesto cidadão nos hábitos de vida é comprometedor. Mas, por falta de coerência e de vergonha, é o inverso do exemplo que exige ao País, em claro e pesado abuso dos recursos suportados pelos nossos impostos. Que moral tem este homenzinho, com gabinete sumptuoso nos meios humanos, para invocar ‘as despesas de pessoal do Estado’, quando forja e anuncia contínuos cortes de reformas, pensões e salários, concomitantemente com o aumento de impostos e de taxas moderadoras e de outros custos do que vai restando dos serviços públicos em fase de extinção?



(Adenda: graças a uma observação do comentador Hugo, foi detectado um erro no cálculo do preço por pessoa atentida; o novo cálculo, correcto, reduziu o custo acentuadamente, ou seja, para 1/5 do que havia sido indicado inicialmente. Do lapso, peço desculpa, com agradecimentos ao comentador Hugo.)



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