domingo, 5 de junho de 2011
manuel antónio pina- Em dia de eleições e para desanuviar uma homenagem do tripalio
Esplanada
Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos , tu e eu e a discussão,
agora lês saramagos& coisas assim
e eu já não fico a ouvir te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro de mim.
O café agora é um banco, tu professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu,
agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não camimhos por andar como dantes.
Manuel António Pina, Esplanda, in " Poesia Saudade da Prosa-uma antologia pessoal"
somos leitores atentos de manuel antónio pina, tanto da sua poesia, como das crónicas no JN. A sua acutilanca no caso das crónicas é deliciosa. Na poesia lê lo é um prazer, que poucos poetas vivos proporcionam. Manuel António Pina tem sido mal tratado ( desvalorizado mesmo) neste país pequeno para quem tem valor!
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