disto ninguém fala. Há um novo memorando muito mais violento, ou seja a recompensa de termos cumprido tudo:A troika realizou uma actualização ao memorando de entendimento com o governo português. Deste novo documento vão sair novas decisões cuja implementação terá de ser rápida e eficaz.
Saiba o que vai mudar:
1- Maior poupança na Saúde
Estabelece-se como objectivo mover recursos humanos dos hospitais para unidades de saúde primárias, reconsiderando o papel das enfermeiras e outras especialidades na prestação de serviços.
A troika quer ainda aumentar o número de pacientes por médico nos centros de saúde e nas unidades de saúde familiares.
O Governo terá de poupar quase o dobro nos custos com o sector da saúde que o estipulado na primeira revisão do memorando de entendimento com a 'troika', passando assim de 550 para 1.000 milhões de euros.
2 - Menor despesa na Educação
O
objectivo é poupar 380 milhões de euros, racionalizando a rede escolar, criando agrupamentos, e diminuindo ao mesmo tempo as necessidades de pessoal. A troika aponta para uma centralização da oferta, redução e racionalização das transferências para as escolas privadas com contratos de associação e uma maior utilização de fundos comunitários para financiar actividades na área da Educação.
Vai ser melhorada a qualidade do ensino secundário, a via vocacional e a formação, para aumentar a eficiência no sector, a qualidade do capital humano e a entrada no mercado de trabalho. Para estes objectivos, o Governo vai estabelecer um sistema de análise, monitorização, avaliação e informação para apurar a evolução dos resultados e impactos das políticas de educação e formação, nomeadamente os planos já existentes.
3 -
Despedimentos, Indemnizações e Salários
O Governo tem três meses para submeter ao Parlamento um diploma que deverá possibilitar às empresas o despedimento individual do trabalhador por inadaptação e por não cumprimento dos objectivos acordados com o colaborador. O despedimento passará a ser significativamente mais fácil, bastando que o trabalhador não cumpra os objectivos acordados com a empresa, não se adapte ao posto de trabalho ou exista um colaborador que a empresa considere mais bem colocado para o efeito.
Apesar da apreensão dos patrões com o facto de as contribuições de umas empresas poderem migrar para outras, a medida vai seguir em frente. O Fundo de Compensação do Trabalhador servirá assim, para pagar parte das compensações em caso de cessação do contrato de trabalho.
O Estado fica obrigado a reduzir em cerca de 3.000 milhões de euros na folha salarial total do sector público. Até agora foi atingido um valor de 1,620 milhões, o que significa que ainda está para ser apurado cerca de metade do valor.
4 -
Redução da Taxa Social Única
Em 2013 a TSU vai mesmo ser cortada.Ou seja, os descontos pagos pelos patrões por cada empregado irão ser reduzidos. A medida já era para ter sido implementada mas o Governo decidiu não o fazer devido ao emagrecimento em tantos outros sectores. Agora é de vez.
5 - Menos municípios e freguesias
A administração local terá de ser reorganizada durante os próximos sete meses. Portugal tem actualmente 308 municípios e 4259 freguesias, mas até Julho de 2012, o governo irá desenvolver um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente este número inicial. Nas próximas eleições autárquicas já não existirão as mesmas freguesias e concelhos pelo que o seu circulo eleitoral pode ser alterado.
6 - Novo mapa judiciário
O projecto do novo mapa judiciário será apresentado em Janeiro, estando previsto que o projecto lei seja apreciado no Parlamento no fim de Setembro. A estrutura judicial será racionalizada e a eficácia dos processos judiciais melhorada. Para isso será reduzido o número de comarcas, encerrados tribunais subutilizados e feita uma avaliação da gestão dos mesmos, nomeadamente a nível de pessoal (funcionários judiciais, procuradores do Ministério Público e magistrados). Está ainda prevista uma separação de câmaras dentro dos tribunais de comércio e alocação de recursos com base em dados quantitativos.
7 - Calendário de privatizações
A Parpública, empresa gestora das participações públicas, começa a ser extinta em 2013. A privatização da EDP e da REN está na fase final. E no caso da EDP a transacção deverá acontecer "no início de 2012".
A venda da posição na Galp e da restante participação na REN, poderá ser adiada até as condições de mercado melhorarem".
A CP Carga também deverá ser vendida até meados de 2012, estando também a iniciar a privatização da ANA, companhia gestora dos aeroportos nacionais, e da TAP, cuja venda deverá estar concretizada no final de 2012. A venda dos CTT será para concluir em 2013.
8 - Venda da Caixa Seguros
O negócio segurador da Caixa Geral de Depósitos será vendido em 2012 já a um comprador final. Essa venda irá "contribuir para atingir as necessidades de capital adicionais" do banco para o próximo ano, exigidas pela EBA. A primeira actualização do Memorando de Entendimento, em Setembro, dizia que o negócio segurador da CGD seria transferido para uma entidade no Estado antes de se proceder à sua privatização.
9 - Preços diferenciados para bilhetes de comboio
O Governo quer aplicar preços diferenciados aos bilhetes de comboios de longa distância, de acordo com a procura e a antecedência de compra. Ou seja, para o mesmo destino vão existir vários preços, mediante o dia da compra. Maior antecedência é sinónimo de menor preço.
10 - Dívida da Madeira controlada pelo continente
O Governo central tenciona passar a "controlar os compromissos [financeiros] e gerir a dívida" da Região Autónoma da Madeira, através de um acordo que implicará aumentos nos impostos madeirenses e a introdução de portagens. Os impostos na Madeira passarão a ser controlados por uma Autoridade Tributária para garantir uma aplicação mais uniforme