Aos fracos e aos covardes
não lhes darei lugar
dentro dos meus poemas.
covarde já eu sou.
Fraco, já o sou demais,
e se entre os fracos for
me perderei também.
Quero é gente animosa
que olhe de frente a Vida
que faça medo à Morte.
com esses quero ir,
a ver se me convenço
de que também sou forte.
quero vencer os medos...
Vencer-me- que sou poço
de estúpidos terrrores,
de feminis fraquezas.
Rir-me das sombras, rir-me
das velhas ondas bravas,
rir-me do meu temor
do que há-de acontecer.
Venham comigo os fortes...
Façam-me ter vergonha
das minhas covardias.
e dos seus actos façam
( seus actos destemidos)
chicotes para os meus nervos.
ganhe o meu sangue a cor
das tardes das batalhas.
E eu vá- rasgue as cortunas
que velam o porvir.
Vá- jovem confiado,
cumprindo o meu destino
de não ficar parado.
Sebastião da Gama
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